Como comentário ao post Déjà vu? (6 de Janeiro) um anónimo escreveu:
Gostaria de me debruçar sobre estas frases.
«Um embrião, nas primeiras semanas, nem sistema nervoso tem.»
Por favor, só lhe peço que me diga onde leu isso. Onde? Ouviu alguém dizer isso, foi um amigo que lhe disse? Ou informou-se com algum médico?
Um embrião com 10 semanas é praticamente uma miniatura de um adulto, com é óbvio não está completamente formado, mas qualitativamente a diferença entre um embrião ás 10 semanas e um bebé recém-nascido é mínima. Sim, já tem sistema nervoso, os órgãos estão todos formados, o coração já bate, os dedos fecham-se quando estimulados, reage a estímulos exteriores, etc. Veja as fotos no meu blog ou pergunte a qualquer médico, mas informe-se.
Até pode continuar a defender que matar um ser humano às dez semanas não deve ser crime mas por favor não fundamente a sua posição no boato, no “diz-que-disse” ou no “mas isso toda a gente sabe!”. Isso sim, seria um absurdo.
Não percebo onde quer chegar (?!). Será que quer dizer que não há problema em abortar um ser humano com 10 semanas, porque este tem menos consciência que uma vaca ou um porco e que, como estes não têm direito à vida, um embrião de 10 semanas também não terá? Isso é perigoso, já que, com esse tipo de argumento (baseado no direito à vida pela consciência) não haveria oposição ao aborto depois das 10 semanas, e já agora depois das 12, e depois das 24, e até depois de nascer (um porco ou uma vaca têm uma consciência muito superior a um bebé acabado de nascer). Mas nesta fase do desenvolvimento já todos nos arrepiamos, não é? Então o que mudou? Qual é a diferença que faz com que um bebé acabado de nascer tenha direito à vida e um que está dentro do corpo da mãe não tenha? De certeza que não é a consciência.
Quando defendo que o embrião deve ter o direito à vida defendo-o porque é um ser humano, com dignidade própria, e é por isso mesmo que não sou vegetariano mas é também por isso que (comendo carne) não somos canibais. Nós, os seres humanos, atribuímos mais valor e direitos aos indivíduos da nossa espécie tenham eles 10 semanas, 8 meses, 5 anos ou 100 anos. Todos eles são seres humanos iguais em dignidade e direito a viver.
«Misturar seres humanos com consciência, com embriões, é um absurdo.»
Seres humanos com consciência e Seres humanos sem consciência (embriões, fetos, bebés, deficientes profundos, pessoas em coma, etc) são sem dúvida diferentes, mas têm todos em comum uma coisa: direito viver.
Não se está a misturar nada.
Já que falou e vegetarianismo, deixo-o com um excerto (com o qual eu espero que não concorde) do filósofo utilitarista Peter Singer:
(Peter Singer, Taking life: abortion, - Pratical Ethics,
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1 comentário:
bom comeco
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