domingo, 30 de outubro de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Fósseis de África no Museu da Lourinhã
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sexta-feira, 29 de julho de 2011
Projecto PalNiassa: artigo na Newsletter da GSAf (Geollogical Society of Africa)
Saíu na nova Newsletter da Geological Society of Africa um pequeno artigo sobre o Projecto PalNiassa. A interacção com a academia moçambicana, nomeadamente o geólogo Lopo Vasconcelos (mas também Mussa Achimo, João Mugabe, entre outros) tem sido crucial para o desenrolar do Projecto PalNiassa, do qual resultou este pequeno artigo sobre o Projecto. Estamos juntos!
Texto: Ricardo Araújo
terça-feira, 26 de julho de 2011
Reportagem RDP África
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Científica Mente 2011
PalNiassa 2011 - Moçambique investe no crescimento da Paleontologia no país
2011-07-23 RUI CASTANHINHA E RICARDO ARAÚJO REGRESSARAM A MOÇAMBIQUE PARA A TERCEIRA EDIÇÃO DO PROJETO PALNIASSA. DESTA VEZ SALIMO MURRULA, O ESPECIALISTA MOÇAMBICANO QUE ESTÁ EM PORTUGAL A FAZER FORMAÇÃO EM PREPARAÇÃO DE FÓSSEIS, ACOMPANHOU-OS. O MUSEU NACIONAL DE GEOLOGIA, EM MAPUTO, RECEBEU O PRIMEIRO VESTÍGIO RECOLHIDO NAS ANTERIORES EDIÇÕES, JÁ TRATADO E ESTUDADO.
A Paleontologia em Moçambique continua a crescer e consolidar-se. Passos seguros estão a ser dados pelo país, a partir de um projeto que começou de forma relativamente modesta em 2009, o PalNiassa. Nessa altura, dois jovens investigadores portugueses, Rui Castanhinha e Ricardo Araújo, foram procurar fósseis no Niassa. Contaram com apoio logístico das instituições moçambicanas e fizeram, logo nessa primeira expedição, descobertas muito interessantes. O esqueleto completo de um sinapsídeo, um pequeno vertebrado, antepassado longínquo dos mamíferos, terá sido a mais entusiasmante, mas outros vestígios da vida do Pérmico, há 250 milhões de anos, foram recolhidos e estão ainda a ser estudados.
Em 2010, na segunda expedição, o projeto cresceu e iniciou-se a ponte em sentido inverso: um técnico moçambicano iniciou uma formação de um ano, em Portugal, no Museu da Lourinhã, como preparador de fósseis, ao abrigo de uma bolsa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian. Salimo Murrula está há sete meses em Portugal e quando regressar será o primeiro preparador de fósseis da história de Moçambique.

O Museu Nacional de Geologia de Moçambique irá receber os fósseis à medida que estejam completamente preparados e estudados. O primeiro vestígio já chegou a casa e muitos outros, espera-se, farão esse mesmo caminho de regresso.
Nesta edição falamos com Rui Castanhinha, nesta altura a fazer um doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras em Portugal, com Ricardo Araújo, a fazer um doutoramento na Universidade Metodista do Sul, no Texas, nos Estados Unidos e com Salimo Murrula especialista moçambicano a fazer formação no Museu da Lourinhã, em Portugal.
Em 2010, na segunda expedição, o projeto cresceu e iniciou-se a ponte em sentido inverso: um técnico moçambicano iniciou uma formação de um ano, em Portugal, no Museu da Lourinhã, como preparador de fósseis, ao abrigo de uma bolsa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian. Salimo Murrula está há sete meses em Portugal e quando regressar será o primeiro preparador de fósseis da história de Moçambique.
O Museu Nacional de Geologia de Moçambique irá receber os fósseis à medida que estejam completamente preparados e estudados. O primeiro vestígio já chegou a casa e muitos outros, espera-se, farão esse mesmo caminho de regresso.
Nesta edição falamos com Rui Castanhinha, nesta altura a fazer um doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras em Portugal, com Ricardo Araújo, a fazer um doutoramento na Universidade Metodista do Sul, no Texas, nos Estados Unidos e com Salimo Murrula especialista moçambicano a fazer formação no Museu da Lourinhã, em Portugal.
por : Ana Paula Gomes
Tags : Moçambique,Portugal
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Site do MNG

A exposição foi reaberta pelo ex-presidente Joaquim Chissano no dia 21 de Setembro de 1992.
O MNG possui actualmente um total de 5853 amostras, das quais cerca de 800 estão expostas, despertando maior atenção e atracção as pedras preciosas e semi-preciosas, os minerais industriais tecnicamente valiosos e os cristais, invulgares pelas suas dimensões.
Visitando o museu, esta inicia com a sala 1 com a exposição do desenvolvimento da história da terra e alguns fósseis de Moçambique, alguns dos quais descobertos pela nossa equipa em 2009.
O seu actual director é o Dr. Luís Costa Júnior que é ainda um dos lideres do projecto PalNiassa, a ele se deve grande parte do mérito por todo o dinamismo e desenvolvimento do Museu.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Com atraso: Penúltimo dia
"It is not even the beginning of the end."
"But it is, perhaps, the end of the beginning."
terça-feira, 12 de julho de 2011
Dia 12 de Julho
A realidade é outra num céu diferente, a lua não mente e a moral, essa, revela-se pequena e particular.
Pouco há a fazer quando os costumes nos são estranhos e a surpresa se antecipa a qualquer reacção mais coerente.
Dia de Palestra Pública, com letra maiúscula e no Hotel VIP que tem mais impacto, claro está, com direito a anúncio de meia página, gordo e a cores, no Notícias.
Algumas caras conhecidas por entre outros tantos olhos atentos ouvem sentados a introdução atrasada onde as palavras, simples e claras, são novidade e todos querem saber mais.
Parece que somos mais ricos do que pensávamos e há muito por descobrir.
O Diictodon que ilumina a sala projecta-nos de volta ao nosso passado distante de pedras, ossos e origens. Somos humanos, sinapsídeos e curiosos.
A imagem do bicho, roubada a um colega, serve o propósito estimulando a discussão e aguçando a curiosidade.
Mais algumas respostas intercaladas e uma salva de palmas alegra a sala.
Gostaram, nós também.
De volta ao Turismo o elevador encrava e a sirene de incêndio dispara.
Falso alarme mas o pânico cresce e há já quem se deite no chão para encontrar ar no respirador que roça os nossos tornozelos.
Eu não passo bem, não passo bem.
As portas abrem no décimo e chegamos ao quarto onde uma última lição nos aguarda.
Nunca nos podemos esquecer, a porta não pode estar aberta. O hotel não permite, pode entrar mosquito.
domingo, 10 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
PalNiassa. Julho, dia 5
O dia começa cedo com apertos de mão seguidos de trocas de esperanças escritas em cartões pessoais. Depois das apresentações iniciais a conversa voa para descrições de animais extintos há milhões de anos, ainda antes dos primeiros dinossauros pisarem a Terra.
- Descobrimos vários sinapsídeos e, como somos mamíferos, todos nós pertencemos a este grupo. Desde a baleia azul ao morcego-nariz-de-porco, todos somos sinapsídeos a diferença é que estes se transformaram em pedra.
O ar impressionado dá lugar a um fascínio crescente e revela um sorriso cúmplice que, em silêncio, tudo diz.
Sabemos que teremos resposta e que a probabilidade de virmos a devolver a expressão é elevada.
Veremos.
No carpinteiro as caixas estão prontas, foram reforçadas e os fósseis aguardam que a espuma seja cortada para saltarem lá para dentro. Escreve-se a morada e bolinam-se os últimos detalhes enquanto cai a noite.
De volta ao hotel já só há tempo para comprar três laranjas e algumas bananas. Pode ser que as vitaminas ajudem a limpar os brônquios traiçoeiros.
domingo, 3 de julho de 2011
PalNiassa. Julho, dia 3
É uma ilha maravilhosa, a natureza pura e crua à nossa frente. Podem ver golfinhos, baleias, tubarões. Há lá tudo, tartarugas, corais e peixes sem fim. Façam mergulho é um espanto.
Têm de ir à Inhaca é já ali, duas horas de barco e pronto.
Têm mesmo de ir.
Fomos, e tínhamos mesmo de ir.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
palNiassa 2011 diário de expedição - Julho 1
Se, no lugar de qualquer preconceito pudéssemos colocar uma prudente ausência de espectativas, não teríamos desilusões, mas pena viria de nem o espanto ter sentido.
As referências à situação geopolítica na África austral sucedem-se e vêmo-nos mergulhados em nomes, tratados e negociações desconhecidos. O almoço, no mercado do peixe, serve-se só depois de escolhida a garoupa. Enquanto grelha esperamos e o cartão de visita de Moçambique é servido como entrada. Camarão tigre, grande, gordo e fresco.
Se dúvidas houvesse fica a certeza que a humanidade é muito mais igual que diferente e lá por termos passado o equador e a estrela polar deixar de ser visível o que nos orienta é sempre o mesmo.
Todos admiramos a beleza, a inteligência e a audácia. Poderá existir combinação mais irresistível e perigosa?
O dia começou na Universidade Eduardo Mondlane.
Nove e meia em ponto, temos o auditório meio cheio e dez minutos depois já há pessoas sentadas no chão. Não sabemos o que nos espera mas, ao que consta, em periodo de exames é inédito.
Passada uma hora a falar sobre aberturas crânianas e filogenética, suspeitamos que a mensagem possa não ter sido a melhor para um público essencialmente composto por geológos.
O erro é nosso e o silêncio dá lugar a um bombardemento de dúvidas e sugestões críticas. Desde a Evolução das espécies à tectónica de placas estamos rodeados de interesse e, se ao almoço foi a garoupa e o camarão tigre que nos deliciou, ao inicio do dia foram as perguntas e a motivação de todos por saber mais que alimentaram o nosso espanto.
Sempre que ouvimos dizer que a ciência fundamental não tem interesse, convencemo-nos que quem não tem interesse são as pessoas que passam a vida a repetir isso.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
PalNiassa 2011 diário de expedição - Junho 30
E é no último dia de Junho que estamos e já sentimos mais o país e as pessoas. Estamos em casa.
Há quase qualquer coisa de estranho na proximidade das classes dirigentes com o povo. Tudo parece natural e honesto. As oportunidades existem e embora não seja possivel escrevê-lo, a quem meia palavra bastar facilmente perceberá que o projecto vai crescer.
Entre o carbonífero e o pérmico, no Museu Nacional de Geologia, há duas vistas para a avenida 24 de Julho. Entre as janelas está a vitrine onde alguns fósseis de sinapsídeos ficarão orgulhosos a descansar. Há que tratar de os limpar e iluminar. Como se o Sol africano que passa pelas duas grandes janelas não bastasse, o móvel apresenta seis pontos de luz e temos que lhe fazer chegar corrente.
Como é claro, é já sem qualquer surpresa que encontramos nos detalhes as mais fortes lições a aprender.
Um cabo eléctrico tem sempre duas pontas, uma de cada sexo. Ligar o móvel é simples, basta passar o cabo por ali, pegar na ponta macho e... BANG! O mindinho e o anelar estalaram num grito que chegou ao jardim. Tem sempre duas extremidades, mas nem sempre de sexos opostos.
Às vezes é melhor ter a certeza sobre o número de machos que está numa sala antes de se querer estabelecer qualquer tipo de ligação.
Amanhã com dois dedos dormentes há uma palestra na Universidade Eduardo Mondlane para alunos e professores. Esperemos que ninguém goste de apertar a mão com força.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
PalNiassa 2011 diário de expedição - Junho 29
June 29
Office Paleontology: that is the right term to describe what we’ve been doing. Interesting? Not really. Necessary? No doubts. As a result, the majesty of the idea of free will quickly becomes meaningless.
– So what are you doing here in Mozambique?
– We came here to study fossils. [the Portuguese word for fossils is “fósseis” which is quasi-homophonous to the word “fossas”, meaning septic tank]
– Ah! “Fossas”… there is lots of work to do here…
– Oh really! Where?
– You guys will have lots of work here! Sometimes the sealing of the tanks jump out and we have to clean it all.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
PalNiassa 2011: Diário de expedição - Junho 27
Poder-se-ia fácilmente imaginar que uma expedição em África seria apenas um safari com sabor diferente. Leões, pneus furados no meio da savana, jipes atolados, histórias da Guerra Colonial ... Mas não. Tudo isto demora... nos anos anteriores caminhámos por trilhos de elefantes, tivémos que parar de escavar devido a queimadas descontroladas e tivémos mesmo que nos esconder de um enxame de abelhas... mas é regra que a primeira semana nada tem de aventura. Muito em breve iremos para o campo... simplesmente não conseguimos esperar! Mantenham-se atentos.
Por agora, a coisa mais excitante que aconteceu conosco nada se parece a um ataque de leão. Hoje tivémos de pesar um bloco de 120 kg cheio de ossos com ... uma balança de 100 kg.
Como fazê-lo? Afinal a Física funciona!
Apostamos que o nosso professor do secundário ficaria orgulhoso. Para uma estimativa aproximada utilize o esquema abaixo e multiplique o número resultante por dois.
June 27
Someone could easily anticipate that an expedition in Africa would be just a different flavor of a safari. Lions on the background, flat tires in the middle of the savanna, swamped jeeps, stories of the Colonial War... But no. It takes a while to get there... in previous years we did walk along elephants trails, we did had to stop digging due to the forest fires, we had to hide from a bee's swarm... but usually the first week is generally everything but adventure. We will go to the field very soon... we simply can't wait! Stay tuned.
For now, perhaps, the most exciting thing it happened to us was nothing like a lion attack. Today we had to weight a 120kg block full of bones with... a 100kg-scale.
How to do it? Physics works, after all!
We bet our highschool teacher would get proud of us. For a rough estimate use the scheme below and multiply the resulting number by two.
sábado, 25 de junho de 2011
Junho 25 - June 25
Junho 25
Criar um inventário pode ser uma tarefa entediante... muito entediante... e após algum tempo encontramo-nos a ouvir canto gregoriano enquanto empacotamos fósseis com papel higiénico no meio de Moçambique. Pouco há a fazer, é melhor continuar a embrulhar até o Sol se pôr, até termos os pés frios e os mosquitos acordarem e começarem a morder.
Os cantos gregorianos foram interrompidos pelo som de tambores de uma festa distante. Hoje, Moçambique celebra o dia da idependência. A indepência de um tempo colonial português deu agora lugar a uma cooperação productiva entre dois países unidos por laços históricos profundos.
June 25
Making an inventory can be a boring task.... veeeery boring... and after a while you find yourself listening to Gregorian music while wrapping fossils with toilet paper in the middle of Mozambique. Not much that we can do about it: better keep wrapping until the sun goes down, our feet get cold and the mosquitoes are all awake and happy biting us.
Our Gregorian songs were interrupted today by the sound of drums from a far distant party. Today Mozambicans celebrate the Day of Independence. The independence from the Portuguese colonial times is now replaced -- in our case -- by a fruitful cooperation between these two countries linked by historical bounds.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Junho 24
Passamos os olhos pelo que nos envolve e um símbolo chama a atenção.
As farmácias usam um símbolo original, uma serpente de Esculápio enrolada naquilo que parece ser um coqueiro com uma estrela no topo esquerdo da imagem. A transformação do bastão de Esculápio em coqueiro é bem mais divertida que a confusão mais comum com o caduceu de Hermes. Trocar um bastão com poderes de cura por uma planta, é inovar e materalizar a metáfora. Trocá-lo por um símbolo do comércio, é ofender a medicina e quem a pratica.
Após um ano reencontrámos os fósseis escavados em 2010, desta feita, bem guardados no museu. Há que desempacotar, fotografar, catalogar e acondicionar de forma a poder ser tudo transportado.
O dia avança. Como sempre, a “terra da boa gente” revela-se cheia de hospitalidade e é muito fácil encontrar um sorriso que nos aponte um restaurante ou a rua que procuramos.
E como é também claro, Portugal é bem mais difícil e a luta do Salimo continua para tratar do visto. Somos, todos, bem complicados.
A noite cerrada das seis da tarde denuncia o Inverno austral e por hoje regressamos ao hotel.
PalNiassa 2011 diário de expedição
sábado, 14 de maio de 2011
PalNiassa site

É com prazer que anunciamos o lançamento do site do Projecto PalNiassa, elaborado pelos líderes do projecto Luís Costa Júnior, Rui Castanhinha e Ricardo Araújo. Este é o site que servirá de interacção entre o público geral e as pessoas envolvidas no projecto.
Aqui vai: https://sites.google.com/site/palniassa/
Texto de: Ricardo Araújo e Rui Castanhinha