quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

53 por dia... sempre a bater recordes!

Transcrevo a notícia do jornal I :




Este ano, por cada dia que passou, foram feitos 53 abortos legais
. Em 2007, os números não ultrapassaram os 36. O número de interrupções voluntárias da gravidez tem crescido sucessivamente desde que a prática foi despenalizada há três anos. Em 2009, houve 19 572 contra os 18 607 abortos praticados em 2008 (mais 965). E, até Agosto de 2010, os casos já atingiram o patamar dos 13 mil. Ou seja, a manter-se a média actual, 2010 vai fechar ligeiramente acima do ano anterior, o que contraria a tendência decrescente noutros países europeus que optaram pela legalização.

Apesar de os números se aproximarem das estimativas iniciais - previa-se, com base na experiência de outros países europeus, que pudessem vir a praticar-se 20 mil abortos por ano -, especialistas entendem que três anos e meio depois da legalização do aborto, por opção da mulher, até às dez semanas já se deveria ter entrado numa lógica decrescente.

"A tendência no Norte da Europa é para uma estabilização passado dois ou três anos. E depois um decréscimo: na Dinamarca, por exemplo, ao fim de dois ou três anos os números começaram a baixar. Se cá não baixam é preocupante: legislou-se, mas não se iniciou um programa a sério de prevenção da gravidez", critica Luís Graça, director do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O especialista, que foi um dos maiores defensores da aprovação da lei em 2007, está desiludido com os resultados. "Tomam-se medidas pontuais, mas não se tomam medidas de acompanhamento. Não há políticas preventivas e, assim, o aborto vai continuar a ser usado como um método de não concepção."

E, mais do que com os resultados, está desiludido com as mulheres
: 354 foram reincidentes e fizeram mais do que um aborto em 2008 e 2009. "Fui ingénuo. Tenho pena que não tenham estimado uma lei feita para salvaguardar a sua saúde: era para protegê-las das complicações dos abortos clandestinos, não para fazerem dois ou três em dois anos."

O obstetra entende que a única bandeira que os defensores da despenalização ainda podem levantar é a da diminuição das complicações associadas a abortos ilegais "Antes tinha 20 a 22 consultas por mês devido a complicações decorrentes de abortos clandestinos. Agora, são duas ou três."

Crise ou conhecimento da lei? O agravamento do desemprego e da situação económica pode pesar na decisão de ter um filho, mas a maioria dos profissionais de saúde acredita não ser a razão principal para os números da interrupção voluntária da gravidez continuarem a não diminuir. As dificuldades decorrentes da crise económica são apenas parte da história: o maior conhecimento da lei pode explicar o resto.

"Este aumento não me surpreende. É natural que ao início os números não fossem tão altos. A prática tinha acabado de ser instituída: as pessoas não tinham ainda tanta informação", afirma Duarte Vilar, director-executivo da Associação para o Planeamento da Família.

Também Jorge Branco, coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, entende que "o aumento da confiança nos estabelecimentos de saúde onde é possível realizar um aborto" explica a tendência crescente dos números dos abortos praticados por via legal. A influência da crise, por contraste, "será muito residual, porque quando a lei foi criada já se sentiam estas dificuldades", recorda, o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva

Para Daniel Serrão, não há qualquer razão que justifique o aumento dos abortos praticados no país, já que "é uma intervenção completamente desnecessária, que, independentemente de ser feita de forma legal, só traz riscos para a mulher". Dos 13 033 abortos registados nos primeiros oito meses do ano, 12 676 foram feitos por opção da mulher: só em 357 casos, o aborto foi provocado por perigo de morte ou de saúde da grávida ou malformação do feto.

"A lei do aborto não foi acompanhada por medidas que educam para a sexualidade. Se os métodos contraceptivos são gratuitos, não há nenhuma razão para as mulheres não terem uma vida sexual sem necessidade de abortar", lamenta o médico e especialista em ética da vida.

Além das falhas no planeamento familiar, o especialista aponta para a necessidade de controlo das repetições de abortos. "Na maior parte dos países, as mulheres só podem fazer um aborto. Aqui é a la carte", acusa. O registo dos motivos que levam as mulheres a abortar seria, na opinião do especialista, o primeiro passo para perceber "se o fazem por fome ou miséria, por falta de companheiro ou só porque sim".

Jorge Branco, presidente do conselho de administração da Maternidade Alfredo da Costa, explica que na impossibilidade de recusar fazer um aborto a uma mulher que seja reincidente, resta aos profissionais de saúde apostar nos casos mais problemáticos e "dar a essas mulheres métodos contraceptivos menos falíveis e mais duradouros, como os implantes".




Se eu ganhasse um cêntimo por cada vez que ouvi da boca de quem defendeu o sim no último referendo dizer que a legalização não iria fazer aumentar os números... porque, se assim fosse estariam contra... ui, estava milionário!
Não é nenhum fanático de extrema direita que o diz mas sim o, grande defensor da lei em 2007, Dr. Luís Graça.
Diz ele: "Fui ingénuo..." pois foi!
Seja bem-vindo ao mundo real!
E já agora para não se desiludir mais leia o texto que escrevi em Junho passado.
Se não servir de emenda pelo menos que sirva de alerta.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje não há posts... ups




Estou solidário com esta greve geral!

Farto de ver os bancos pagar 5% de imposto e os pequenos comerciantes 25%.
Farto de ver as bolsas de investigação sem aumentos há quase 10 anos.
Farto de ver este país a tratar os seus sábios com desprezo.

O BCE empresta a 1% e a banca engravatada empresta ao nosso estado a mais de 7%.
Grande negócio.

Ainda assim pergunto-me se os dirigentes sindicais que são profissionais também fazem greve hoje?

domingo, 21 de novembro de 2010

A vida no lab...

E já que é Domingo, cá vai mais uma obra prima do youtube...




Por incrivel que pareça quem passa muito tempo no lab arrisca-se a ficar MESMO assim.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PalNiassa na web

À procura de vertebrados fósseis em Moçambique, dois investigadores portugueses regressaram este ano para uma segunda campanha, depois de terem recolhido algum material promissor em 2009.
Desta vez os esforços concentraram-se no Niassa, congregando os esforços de uma equipa com elementos dos dois países.

PARA ESCUTAR O PROGRAMA, ESCOLHA NA BARRA ÁUDIOS DO PROGRAMA A DATA DO MESMO: 2010-10-30

Rui Castanhinha e Ricardo Araújo são dois jovens investigadores portugueses com interesses em Evolução e Paleontologia.
Em 2009 somaram a estes interesses científicos o fascínio por África e rumaram a Moçambique para uma primeira expedição que se saldou pela recoilha de alguns fósseis interessantes, que estão nesta altura ainda a ser limpos e estudados.

Em Agosto último deram corpo a uma segunda expedição, orientados já pelo conhecimento adquirido em 2009 e alicerçada no apoio e interesse entretanto manifestados pelas autoridades do país.
Tratou-se de uma expedição conjunta, num projecto que tem agora seguimento em sentido oposto: um Moçambicano terá a oportunidade de apreder a preparar fósseis no Museu da Lourinhã, durante um ano, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Equipa PalNiassa presente no último dia das escavações.
(Fotos cedidas por Rui Castanhinha)


Para lerem o original cliquem aqui.




terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fósseis de Moçambique, mais descobertas.


Em Agosto passado teve lugar uma nova expedição paleontológica a Moçambique.
Sábado passado foi para o ar mais uma entrevista sobre o projecto PalNiassa que pode ser ouvida aqui em podcast.
Já aqui fiz referência a este projecto liderado por Luís Costa Júnior, Ricardo Araújo e por mim. Temos vindo a desenvolver trabalho no sentido de conhecer melhor o potencial paleontológico de Moçambique. O país é vasto e muito pouco foi feito nas últimas décadas no que diz respeito à paleontologia de vertebrados. Nos últimos 40 anos praticamente não tem havido qualquer investigação científica nesse domínio e são raras as pessoas que se arriscam a prospectar num território tão amplo e com tão poucos dados.
No ano passado eu e o Ricardo assumimos esse risco e para nossa surpresa, correu bem. A expedição de 2009 do projecto PalNiassa foi um sucesso. Encontrámos novas localidades fossilíferas com novos fósseis e material bastante completo. Obviamente tudo isto justificava uma nova expedição a África.
Este ano, com o apoio de várias instituições, voltámos ao campo.
A equipa de 2010 contou com a colaboração de várias pessoas que, total ou parcialmente, estiveram connosco. Da parte moçambicana Salimo Mário, Pedro Madeira, Luís Macuango, João Mugabe e Mustafa, da parte portuguesa Octávio Mateus.
Queremos que este projecto continue a ser uma cooperação bilateral e que possa permitir um avanço na paleontologia moçambicana.Esperamos que o futuro nos dê razão.
Fica aqui a foto com (quase) toda a equipa acompanhada da população local.
Para todos eles: assante!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Da wiki

Acabei de ler esta frase na wiki:
"libvpx, a much more powerful encoder than ffmpeg's jpeg encoder, loses because it tries too hard to optimize for PSNR"

Já sabia, mas ver isto escrito desta forma tão clara é chocante.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dia Aberto do Instituto Gulbenkian de Ciência


De portas abertas, o Instituto Gulbenkian de Ciência convida-o a visitar a nossa República da Ciência.
A partir das 10 e até as 17h teremos actividades “mãos na massa”, teatro pelos nossos cientistas, visitas aos laboratórios, "Top-models" , e muito mais.

Visitem o website do Dia Aberto para mais informações:
http://www.igc.gulbenkian.pt/diaaberto/2010

Contamos com a vossa presença!

Data: 9 de Outubro
Horário: 10-17h
Local: O IGC fica situado na continuação dos jardins do Palácio do
Marquês de Pombal, em Oeiras.

A entrada faz-se pela Rua da Quinta Grande, nº 6.

Coordenadas GPS: 38.690747N , 9.316195W


Estacionamento: Entrada pela rua dos Lagares da Quinta.

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Instituto Gulbenkian de Ciência is honour to invite you to our Science Republic.

Next Saturday, October 9th, 10-17h, visitors will be able to try our hands-on activities, watch theatre presented by our scientists, visit laboratories, discover out “Top-models” and so much more.

For more information and programme please visit the webpage: http://www.igc.gulbenkian.pt/diaaberto/2010

Hope to see you next Saturday!

Date: October 9th


Schedule: 10-17h

Local: Rua da Quinta Grande nr 6, Oeiras

(near Jardins do Palácio do Marquês de Pombal)

GPS: 38.690747N , 9.316195W

Parking: Rua dos Lagares da Quinta.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Inbox de hoje

"I'm Mr, Patrick Chan, Director of Hang Seng Bank. I am contacting you again
regarding the $21 million dollars business proposal I have for you. For
details, contact me privately at { pattchan01@XXX } Thank you."


Não quero deixar o Sr Chan sem resposta, afinal são 21 milhões de dólares...que devo fazer?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Continua?


Condenações:

Carlos Silvino: 18 anos
Carlos Cruz: 7 anos
Ferreira Diniz: 7 anos
Jorge Ritto: 6 anos e 8 meses
Hugo Marçal: 6 anos e 2 meses
Manuel Abrantes: 5 anos e 9 meses

Absolvida:

Gertrudes Nunes


Imagem daki

Continua...















Imagem daki

Cientistas Moçambicanos e Portugueses descobrem fósseis de répteis que habitaram o Niassa há 250 milhões de anos

Transcrevo a notícia publicada pelo Club of Mozambique:

Um estudo arqueológico realizado por cientistas moçambicanos e portugueses, revela a descoberta, na região de Metangula, província do Niassa, norte de Moçambique, de fósseis de répteis mamalianos (sinapsídeos), que se julgam ter habitador a terra há mais de 250 milhões de anos.

A equipa de cientistas dos dois países, conseguiu recolher cerca de quinhentos quilos de ossadas de animais da época anterior ao aparecimento do homem à face da terra.

O feito está inserido num projecto de prospecção e escavação de espécies de animais vertebrados em curso não só no Niassa, como também nas províncias de Tete (centro) e Cabo Delgado (norte), envolvendo cientistas de Moçambique e de Portugal.

A pesquisa visa compreender melhor o passado remoto de Moçambique, promover a investigação científica e proteger o património arqueológico nacional.

Ontem, na apresentação dos resultados das investigações, o cientista português Rui Castanhinha, afirmou estar-se perante uma importante descoberta, uma vez que se determinará o papel daqueles animais no surgimento dos actuais “mamíferos modernos”.

O director do Museu da História Natural (MHN), Manuel Costa Júnior, disse que se espera desta descoberta, que se enquadra no projecto científico internacional denominado PalNiassa, mais novidades, facto que só irá garantir a compreensão do panorama geológico nacional.

“Esperamos mais novidades sobre estes antepassados dos mamíferos modernos. Desta forma, espera-se poder compreender melhor como era o passado geológico de Moçambique e contribuir para o desenvolvimento científico nacional e internacional”, disse Júnior.

Os exploradores dos fósseis afirmaram que apesar de Moçambique não ser o único país a fazer estas revelações, os materiais desvendados apresentam particularidades diferentes dos anteriormente descobertos, daí que vão contribuir de grande formar para desvendar certos mistérios da espécie.

De referir que com este novo cenário geológico moçambicano, o país transforma-se na quarta bacia mundial com descobertas de género, atrás da África do Sul, China e Rússia.

A bacia moçambicana será integrada às outras com a finalidade de se saber como é que estes animais surgiram naquele local e qual é a sua importância para o surgimento de mamíferos modernos.

O material será levado a Portugal para a preparação das condições da sua conservação no MHN e não previsão das datas do regresso ao país, pois dependerá da data da finalização do preparo.

Fonte: RM

Neurociências

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mais vale selo que parecê-lo



































Mais dois, muito engraçados, que tenho na minha colecção (selos de 1970).

PS: Fiz uma batotazinha, a foto de baixo não é um Endothiodon mas sim de um parente bem próximo (Synapsida) ainda por descrever.


Fotos:
Synapsida (Rui Castanhinha) Angolasaurus (Hillsman Jackson) .

Moçambique 2010: Mylabris dicincta















Cheguei a casa e reparei que tenho a foto e o selo :)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PalNiassa, os resultados de Agosto

Reproduzo aqui um texto retirado do portal do Governo Moçambicano:

Cientistas moçambicanos e portugueses descobrem fósseis de répteis mamalianos
Maputo, 19 Ago. (AIM) – Cientistas moçambicanos e portugueses descobriram no corrente Agosto, na província nortenha do Niassa, vários fósseis de répteis mamalianos (sinapsídeos).

Trata-se de animais que viveram num período crucial da evolução dos mamíferos e que, segundo os pesquisadores, podem conter informações muito importantes para a evolução deste grupo de seres vivos.
Falando durante a cerimónia de apresentação dos achados, o director do Museu da História Natural (MHN), Manuel Costa Júnior, disse que se espera desta descoberta, que se enquadra no projecto científico internacional denominado PalNiassa, mais novidades, facto que só irá garantir a compreensão do panorama geológico nacional.
“Esperamos mais novidades sobre estes antepassados dos mamíferos modernos. Desta forma, espera-se poder compreender melhor como era o passado geológico de Moçambique e contribuir para o desenvolvimento científico nacional e internacional”, disse Júnior.
Os exploradores dos fósseis afirmaram que apesar de Moçambique não ser o único país a fazer estas revelações, os materiais desvendados apresentam particularidades diferentes dos anteriormente descobertos, daí que vão contribuir de grande formar para desvendar certos mistérios da espécie.
De referir que com este novo cenário geológico moçambicano, o país transforma-se na quarta bacia mundial com descobertas de género, atrás da África do Sul, China e Rússia. A bacia moçambicana será integrada às outras com a finalidade de se saber como é que estes animais surgiram naquele local e qual é a sua importância para o surgimento de mamíferos modernos.
O material será levado a Portugal para a preparação das condições da sua conservação no MHN e não previsão das datas do regresso ao país, pois dependerá da data da finalização do preparo.

Paris

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PalNiassa 2010, Moçambique por descobrir

Muito trabalho há por detrás de uma expedição científica.
Mais trabalhosa é ainda se o destino for um país africano onde os recursos escasseiam e as infra-estruturas não abundam.

Fiz de cabeça uma lista dos perigos que poderíamos encontrar no campo em Moçambique e que nunca encontraríamos em Portugal. Decidi parar.

A lista é pequenina:
Mosquitos e moscas que podem transmitir malária, doença do sono e outras doenças;
Água contaminada;
Encontrar um animal selvagem de grande porte que não esteja pelos ajustes;
Ser picado por um dos muitos escorpiões e aranhas que por lá andam;
Ser mordido por uma mamba que pode espreitar de um galho de uma árvore;
Ser apanhado por uma queimada já que no inverno são muito frequentes;
Pisar uma mina antipessoal deixada durante a guerra;
Caso aconteça alguma coisa o "posto hospitalar" mais próximo está a meio dia de distância;
Etc...

Parece irresponsável ir escavar para um local assim mas deixem que vos diga que não são estes os riscos que me atormentam.

Preocupa-me não existirem em Moçambique mais parcerias e investigadores interessados em, de igual para igual, ajudar a desenvolver o país.
Incomoda-me não ver mais europeus a investir nas riquezas inexploradas, na agricultura, nas pescas, na educação, na saúde. Falta muito por fazer e o que sempre senti, em quase todos os moçambicanos que conheci, foi um empenho enorme em querer desenvolver mais o seu belo país e em estarem abertos a parcerias internacionais.

Por tudo isto lidero, com o meu colega e amigo Ricardo Araújo, o Projecto PalNiassa.
Não vamos mudar o mundo mas tentaremos deixá-lo um pouco melhor do que o encontrámos.

Moçambique está repleto de maravilhas naturais por estudar.
Esse mesmo estudo dos vestígios fósseis só nos pode fazer ver o mundo de uma forma mais completa e cheia de sentido.

Em breve teremos mais desafios mas teremos também mais novidades.
O maior perigo é não o conseguirmos fazer, é falharmos a tentar.

Vacinas sem seringas



Novo material <span class=possibilita a auto-vacinação (Imagem: www.gatech.edu)">
Novo material possibilita a auto-vacinação (Imagem: www.gatech.edu)

Investigadores americanos estão a desenvolver uma vacina em forma de adesivo que poderá substituir as seringas tradicionais, revela um estudo publicado na revista científica Nature Medicine.

O adesivo é composto por uma centena de agulhas microscópicas de 0,65 milímetros de comprimento que dissolvem quando entram em contacto com a pele, possibilitando também a auto-vacinação.



Desenvolvido pela Emory University e pelo centro científico Georgia Institute of Technology, este novo material foi testado em ratos e revelou-se até mesmo mais eficaz na imunização contra doenças como gripe do que as seringas. Os animais que receberam a vacina anti-gripe através dos adesivos desenvolveram um sistema imunitário mais resistente do que os que receberam a vacina pelo método tradicional.

Esta nova tecnologia permite também a aplicação de vacinas em larga escala durante pandemias ou em situações de calamidade, uma vez que não necessita de ser administrada por um especialista.

Outra vantagem tem a ver com o facto de “não sobrarem agulhas perigosas no processo" de vacinação, refere Richard Compans, da Emory University e co-autor do artigo, acrescentando que pretendem fazer alguns testes em humanos nos próximos tempos.

retirado daqui: Vacinas sem seringas

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PaleoArt Teaching in Lourinhã - 2010

The Museum of Lourinhã anounces the workshop PaleoArt Teaching - 2010







Overview


The Italian painter Fabio Pastori, winner of the 6ª CIID - International Contest of Dinosaur Illustration - (amongst 71 artists, of 22 countries) and professor Sante Mazzei, specialized in computer aided drawing techniques, will host, under the sponsorship of GEAL - Museu da Lourinhã, a brand new summer class which they have named as PaleoArt Teaching - The Complete Lost World Journey.



During the course of nine days, students will have the opportunity to know the Museum, do field prospecting for fossils, learn and live with renowned artists, and those who search scientific illustration and painting know-how.



Fabio Pastori: www.fabiopastori.it

Santino Mazzei: http://www.jurassicparkitalia.it/


see more information

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Duas navalhas, dois ingleses e algum sentido de humor

Muitas são as ironias da História.

É muito curioso que a expressão latina "entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem", tantas vezes usada pela ciência na sua luta por encontrar explicações mais parcimoniosas, tenha sido escrita por um frade franciscano em plena Inglaterra medieval: William de Ockham.

Serve a referida expressão para aconselhar que as variáveis não devem ser multiplicadas além da necessidade, ou posto de outra forma, sendo tudo o resto igual, devemos optar sempre pela solução mais simples. Quando fazemos ciência parece evidente por que devemos proceder assim e não quero, de forma alguma, colocar este bom princípio em causa. Por razões práticas dá muito jeito (perdoem-me a tautologia) que assim seja.

Apesar de extremamente útil, a navalha de Ockham, não é uma panaceia para tudo o que temos pela frente. O que fazer no caso de termos várias explicações igualmente simples? Que navalha devemos usar?

A primeira vez que pensei nisto senti-me sem rede. Nunca nos ensinaram que critério usar quando temos de escolher a melhor solução entre duas que, ceteris paribus, são igualmente parcimoniosas. Aqui, a navalha de Ockham, por mais afiada que seja, nada tem para cortar. Antes de tentarmos encontrar uma solução, façamos um salto de cinco séculos desde a idade média até meados do século XIX.

Em Novembro de 1959 publicava-se a mais fascinante obra de ciência de sempre. Continuo sem perceber como não é de leitura obrigatória em todos os cursos de Biologia. Choca-me encontrar colegas que se consideram biólogos sem nunca terem lido uma só linha da Origem e não me atrevo sequer a perguntar quantos doutorados no nosso querido instituto a leram.

On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life, foi mais que um golpe de génio, foi o resultado do trabalho de um cientista reservado e muito pouco dado a aventuras. Essa é uma das características que mais espanta na personalidade de Darwin, a sua modéstia, quase a roçar a falta de coragem, onde prevalecia uma resistência gigante às mudanças bruscas e, ao mesmo tempo, é nesta mente que germina a teoria da evolução por selecção natural.
Ele coloca a Biologia de pernas para o ar, iluminando um mundo que assim teria uma matriz puramente empírica para o explicar.
É belo ver o Homem pensar sobre o mundo e, sem desculpas fáceis e demasiadas vezes falsas, explicar e compreender o que está fora dele. O Homem pode muitas vezes bastar-se a si próprio.

Muitas vezes nos perguntamos "e se não fosse ele"...

Com certeza que viria outro, Wallace chegou a conclusões quase idênticas de uma forma independente. Apenas o tempo ditaria qual seria o outro a ficar com os créditos. Mas, o espanto não é que pudesse ter sido outro, o espanto é que não tenha sido!
O jovem de Shrewsbury foi sempre um candidato muito improvável. Não corresponde a nenhum dos nossos estereótipos de cientista genial, nem a Einstein, nem a Lineu, nem a Newton e muito menos a Galileu ou Aristóteles. Nada disto, Darwin é o mais modesto e acanhado de todos, um banal cidadão britânico do século XIX. Competente, trabalhador, bem integrado e bem relacionado. Foi chocante que um deles, um entre iguais, estivesse a demonstrar que mais não somos que feitos da mesma massa que todos os outros povos e culturas, temos a mesma origem: somos os mesmos. Foi um vulgar que revolucionou a forma de nos vermos a nós mesmos. Todos somos irmãos e não há povos nem gentes superiores, nem em géneros nem em cores nem em espécies, todos evoluímos em conjunto e foi essa mesma dança que produziu e continua a produzir tantas e tão diversas formas de vida.

Darwin revelou a um amigo em 1954 que publicar a sua Teria da Evolução era "como confessar um crime". Esta expressão seria impensável na boca de qualquer outro revolucionário nas ciências. Darwin é, também ele, um de nós, um entre iguais. Foi um génio, mas bem mais próximo de nós do que dos excêntricos e incompreensíveis vultos da Física, da Matemática, da Química ou de todas as outras artes dos espectáculo.

Pode ser contra-intuitivo, mas torna o mundo muito mais divertido pensar que foi entre burgueses vitorianos que a mais brilhante descrição do mundo vivo surgiu. Muito embora (e por ser) extremamente improvável, Darwin apresentou a solução mais divertida. Imaginar milhões de espécies a partilharem uma ancestralidade comum e conceber que todas essas formas se tenham modificado mutuamente, ao longo de milhares de milhões de anos, pouco a pouco, até termos a maravilha natural que nos rodeia, tem muito mais graça, que crer num mundo criado estático e inviolável.

Darwin observou, compilou e integrou uma montanha de factos para chegar às conclusões que expôs na Origem das Espécies. Já na altura não existia sequer uma igualdade de circunstâncias mas foi também a solução com mais humor que prevaleceu. Se tivermos sempre este princípio em mente, podemos juntar mais uma navalha ao nosso estojo epistemológico dizendo que: em caso de igualdade, devemos escolher a hipótese mais divertida.

Pelo menos, enquanto não provarem o contrário, teremos um mundo com muito mais piada.




terça-feira, 13 de julho de 2010

Two razors, two Englishmen and some sense of humor

History is made of ironies.

It is curious that the Latin expression “entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem”, so often used by scientists in the search for ever simpler explanations, was first written by a medieval English Franciscan monk, William of Ockham.

The principle now known as Ockham’s razor says that variables must not be added beyond necessity and counsels that, if everything is equal, the simplest explanation is usually the correct one. In science it seems evident that this should be the case and I wouldn’t want to contradict it in any way. For practical reasons comes in very handy (sorry for the tautology) that we should always use this razor.

Although extremely useful, Ockham’s razor is not applicable to everything we come across. What should you do if all possible explanations are equally simple? In this case, which razor shall we use?

The first time I thought about this I felt I was going into freefall. We were never taught which criteria to use when facing, ceteris paribus, two equally simple and plausible solutions. Here, Ockham’s razor, as sharp as it may be, can’t do the job. Before finding a possible solution, let’s jump five centuries, from the medieval ages into the middle of the 19th century.

In November 1859 the most amazing book about science of all times was published. The reading of which should be compulsory for all biology based courses. It is shocking to find colleagues that call themselves biologists and yet have never read even one sentence of the Origin. I don’t even dare to ask how many PI’s in our beloved institute have not read it. On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life, was more than a stroke of genius. It is the result of hard labour by a reserved scientist, one not much given to adventures. This is one of the characteristics that amazed me most about Darwin’s personality: his modesty, almost blurring into lack of courage, where resistance to dramatic changes lived alongside the theory of evolution by natural selection. He turned biology upside down, shedding light on a world that had just started to have a purely empirical explanation basis. It is beautiful to see Mankind thinking about the world, explaining and understanding nature without turning to easy and so many times false, explanations.

Sometimes we may ask ourselves “if it hadn’t been for him...”.

Surely someone else would appear. Wallace came to almost the same conclusions independently. Only time would tell who else to credit.

The awe comes not from the thought that could be someone else, but from the fact that it was not someone else!

The young naturalist from Shrewsbury was always an underdog. He doesn’t conform to any of our stereotypes of a genius: not to Einstein, to Linnaeus, to Newton and even less to Galileo or Aristotle. Darwin was the most modest and shiest of them all, a simple British citizen of the 19th century: competent, hard working, a solid member of society and a well connected one. It was outrageous that one of them, a gentleman, was showing to the world that we are not superior to anyone from a different culture or society: that we all have the same origin. It was a common person that changed the way that we see ourselves. We are all brothers and no society or people are above others, neither in gender, colour or species. We all evolved together and, in this global dance, so many and so diverse life forms arose.

Darwin told a friend in 1884 that to publish his theory was “like confessing a murder”. This expression is unthinkable for any other revolutionary of science, but Darwin is like all of us, he was one amongst equals. He was a genius, yet closer to us than other incomprehensible eccentric figure from Physics, Mathematics, Chemistry, or any other field of show biz.

It may not be very intuitive, but is certainly funnier, to think that it was amongst the Victorian aristocratic classes that the most brilliant and subversive description for the origin of Life arose. Even so, and because it was so improbable, Darwin presented the most curious solution. To imagine millions of species sharing a common ancestor, and conceive that all of these forms have mutually modified each other over billions of years, giving rise to all this beauty that surround us, is by far more amusing than to believe in a static and immutable world.

Darwin observed, compiled and integrated a mountain of facts to present the conclusions that he wrote in the Origin of Species. Even at that time there was no equality of circumstances, yet it was the funnier solution that prevailed. If we have this principle in mind, we can add another razor to our epistemological tool bag proclaiming that, if all solutions are equally plausible and simple, choose the funniest.

At least, and until proven wrong, we will have a droller new world.


In Quinta Grande - The Newsletter of the Instituto Gulbenkian de Ciência - Summer 2010 - Issue 6

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Parabéns, capa da Nature

Notícia do expresso:

Afinal, o protão é mais pequeno e ameaça Teoria Quântica

Uma equipa de cientistas que inclui oito portugueses descobriu que o protão, um dos constituintes da matéria, é mais pequeno do que se pensava, o que pode por em causa a Teoria Eletrodinâmica Quântica. A descoberta é capa da "Nature".


PaleoArte na Lourinhã

Em Agosto próximo decorrerá na Lourinhã um curso de ilustração de científica de dinossauros.
A instituição promotora é o Museu da Lourinhã e já estão abertas as inscrições.
Não percam! Inscrevam-se.



Transcrevo o texto de apresentação:

O pintor italiano Fabio Pastori, vencedor da 6ª edição do Concurso Internacional de Ilustração de Dinossauros (entre 71 artistas, de 22 países) e o professor Sante Mazzei, especializado em técnicas de desenho apoiado por computador, vão proporcionar sob os auspícios do GEAL - Museu da Lourinhã, um inédito curso de verão que designaram por PaleoArt Teaching - The Complete Lost World Journey.

Ao longo de nove dias, haverá tempo para conhecer o Museu, prospectar jazidas próximas, aprender e conviver, com artistas consagrados e com os que buscam os saberes da ilustração científica e da pintura.

Mais informações aqui

sábado, 3 de julho de 2010

A tristeza vem de Espanha

De acordo com a BBC "Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Madrid, capital espanhola, protestar contra a lei aprovada recentemente pelo Parlamento que permite a realização de aborto por meninas a partir dos 16 anos, até a 14ª semana de gestação."


Num futuro mais o menos próximo o mesmo acontecerá em Portugal.

Já cansa repetir o que é por demais óbvio, mas o nosso querido Portugal terá o mesmo destino que os outros países.

Não é necessário ser nenhum Bandarra para saber que a nossa lei do aborto não ficará inalterada e (contrariamente a todas as garantias que foram dadas pelo apoiantes do Sim) tenderá a:

  • Ficar cada vez mais banal e comum - Depois do referendo a esquerda portuguesa tratou de fazer algo que os portugues não votaram. Não se limitou a tratar de por em prática o que foi referendado. A "despenalização da interrupção voluntária da gravidez" foi liberalizada, passando não só a ser legal mas também (coisa que ninguém votou) gratuita e executada com prioridade máxima no hospitais públicos (suspeito que actualmente se façam abortos em locais onde já se deixaram de poder fazer partos).
  • Menos polémico - Sendo banal deixou de ser discutido, é um direito assumido e ninguém quer deixar de ter esse "direito". Outros argumentos que se ouvirão, rezarão assim: "afinal a minha tia já abortou duas vezes, a minha irmã também e eu já fiz um, por que razão acham que isso deveria deixar de ser legal? Era o que faltava considerar toda a minha família , e eu própria, como criminosas!"
  • Aumentar em número - Especialmente nas jovens em idade fértil. Basta ver o que aconteceu nos outros países. Foi assim em Espanha e foi assim em todos os países onde se legalizou o aborto. Gostava de ver o números oficiais destes primeiros anos de aborto legal em Portugal.
  • Variados grupos políticos continuarão a tentar aumentar os prazos e condições em que as mães grávidas poderão abortar. Nenhum, repito, nenhum dos discursos que ouvi ou li defendendo o direito a abortar se debruçou sobre qual a razão das famosas 10 semanas. Disse várias vezes aqui no Conjurado que todos os argumentos que defendem o aborto até às 10 semanas são válidos depois desse prazo. Não acreditam? Experimente fazer o seguinte exercício, lembrem-se do(s) argumento(s)/razõe(s) mai(s) forte(s) que conheçam para defender o direito a abortar até às 10 semanas, agora repitam-no(s) mas troquem a expressão "até às 10 semanas" e coloquem "até às 11" ou "até às 12" e vão aumentando. Os argumentos perdem a validade? Se não perdem, esperem, que em breve os ouviram nos discursos dos nossos deputados muito em breve.
  • Contrariamente ao que foi sempre dito pelos apoiantes do Sim, o aborto passou a ser liberalizado, banal, muito mais comum e passou a ser usado como método contraceptivo. E sabem que mais? ninguém acha isto mal porque afinal é assim que tem de ser porque a lei o diz. Ou seja, a lei sempre ajuda a construir a moralidade de um Povo. Lembram-se quem dizia que isso era assim e quem defendia que o que a lei dizia pouco importava, já que, as pessoas que tivessem de fazer um aborto nunca o deixariam de o fazer, dissesse a lei o que dissesse? Afinal a lei sempre influência o comportamento dos cidadãos.

É muito triste, mas duvido que em breve possamos vir a ter qualquer correcção a este disparate enorme que é tornar a morte de pessoas inocentes legal e subsidiada pelo Estado. Suspeito também que seja em breve que as coisas vão piorar. Pelo menos, neste caso, a História não é um caminho inexorável em direcção ao aperfeiçoamento moral da humanidade.
Resta a esperança que a longo prazo passemos todos a achar que os direitos do Homem não são só para os que nascem mas para também para os que, já existindo, ainda não tiveram a oportunidade de nascer, mesmo que tenham menos de 10 semanas.

domingo, 6 de junho de 2010

Bomba relógio



O teu amor quando palpita
verdade seja dita
põe rastilho no meu peito
trinta batidas num só beijo
sem defeito.

Feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
o teu amor passa ao ataque
feito tac e tic
o teu amor rebenta o dique
feito tic e tac
eu à defesa ele ao ataque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio

O teu amor quando palpita
verdade seja dita
faz-me atrasar os ponteiros
como a ostra esconde a pérola
aos viveiros.

Feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o coração um baque
feito tac e tic
pérola solta-se a pique
feito tic e tac
faz-me o corpo todo um baque
e toca e foge e toca e foge
é uma bomba relógio.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Entrevista

Interview: Ricardo Araújo on Journal of Paleontological Techniques

Fossil preparators are the unsung heroes of paleontology. For every paper on a spectacular Archaeopteryx skeleton, or an exquisite new ceratopsian skull, there is at least one talented preparator who freed the fossil from its rocky tomb. Despite the importance of preparators for paleontology, there are surprisingly few formal publications devoted to the trade (beyond the occasional symposium volume). Even rarer are open access publications on fossil preparation. Thus, it is a real pleasure to share this interview with Ricardo Araújo, the executive editor for Journal of Paleontological Techniques.

Tell us a little aboutJournal of Paleontological Techniques. How did the journal get started?
The Journal of Paleontological Techniquesgot started due to the difficulties that we felt in theMuseu da Lourinha (in Portugal) to get access information relative to preparation. Unfortunately it is extremely hard for a peripheral country to have access to the know-how developed in the great centers of knowledge, namely central Europe and the US. So, we had to find an economical way without detriment of scientific rigor; publishing and editing articles using an open access philosophy seemed the right solution. Furthermore, the lack of a systematic compilation of paleontological techniques is evident in the literature.

What makes Journal of Paleontological Techniques unique?
There are a few things that make our journal unique:
  1. There is no other journal focused on the practical side of paleontology. Some typical paleontological journals publish sporadically on paleontological techniques, and there are a handful of printed publications. However, there is an immense quantity of knowledge acquired by generations of preparators that is hard to access if you cannot go to the main conferences or workshops.
  2. Also, preparation is practical in its essence. Thus, our papers can include videos and as many photos as necessary to make a technique easily perceptible. Most of the time it is difficult to express these techniques in words.
  3. Our publications are edited in volumes. Each article is published by itself as a volume, which decreases the total amount of time for publication. This flexibility allows us, for example, to publish annals of congresses or symposia.
  4. Our journal is totally open access and double-blind peer-reviewed. This doesn’t make our journal unique but certainly a “rare specimen.”

What advice would you give to authors who are interested in submitting their manuscripts to JPT?
Write! The preparation community is not used to writing about their findings, some of which are extremely important and can save thousands of euros for paleontological institutions. To spread paleontological techniques is to advance paleontology as a whole. Preparation is a science as well, in its most Popperian essence. To test and refute paleontological techniques is possible, and in fact, is done by all preparators everyday when we use different products, methods and tools, striving for the best way to do something efficiently.

What kind of difficulties, if any, have you encountered in editing JPT? How have these been solved?
When we embraced this project we quickly realized that the challenge was not to create the space to publish practical-paleontological ideas, but almost to change the status quo that preparators face nowadays. Institutions hire preparators to prepare fossils, not to write scientific articles. However, to my eyes, that is a rather limited view about the role of preparation. Preparation is the technical side of paleontology, and like any other science paleontology has its own methods—methods that are publishable. Actually, methods that are required to be published. Moreover, thinking strictly in an economic perspective, by spreading this sort of knowledge, preparator’s employers will quickly realize that they can save money by KNOWING and SHARING their knowledge.

In order to circumvent this problem, we are trying to present at as many events related to preparation as possible, not only to publicize the journal itself but also to spread the ideas behind it. We are part of mailing lists, groups of geosciences journals, and a gazillion things like that. For every preparation-related paleontological event that we know, we try to contact the organizers in order to publish the abstracts or edit a volume with selected papers. We are currently trying to organize an opinion paper that will be submitted in a mainstream paleontological journal, about the underestimation of the importance of preparation/paleontological techniques as a legitimate science. We recently got a wave of papers submitted, and hopefully it will be sustainable.

What has been the best part of editing a journal like JPT?
What I enjoy most about this project is actually the spirit of the journal and the challenge it represents. I believe the actual scenario is difficult, but not impossible to surpass. Ideally we would like to get help and cooperation from various areas of the preparation community, starting from the preparators themselves, up to the heads of departments, and paleontologists.

Image credit: courtesy Ricardo Araújo, originally published at Palaeontologia Electronica.
Retirado de openpaleo.blogspot.com

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Até que enfim...

Estou-me nas tintas, mas aqui fica o parabéns.

Parabéns a todos e todas que se vão poder casar em breve em Portugal e que não o podiam fazer antes.

Agora lá que isto não acaba aqui não acaba... o passo seguinte é por demais óbvio.
A adopção por casais do mesmo sexo é só uma questão de tempo.
Não só porque a lei tal como fica agora, é inconstitucional, como também porque é inevitável que assim seja. A nossa sociedade tratará de fazer a lei mudar de novo.
E se querem que eu vos diga, a pesar de me estar nas tintas, acho muito bem!

Cavaco ficou muito mal na fotografia.
Não concorda, mas promulga.
Podia vetar? Podia
Mas não o vai fazer? Não
E não serve o veto para vetar as leis com as quais não concorda? Sim
Mas vai promulgar? Vou

Enfim... triste figura.
Tudo isto por duas razões:

1. Porque se a lei fosse vetada, provavelmente, seria aprovada de novo no parlamento e teria de ser promulgada em 8 dias pelo Prof. Cavaco.
2. Porque não podemos desviar as atenções da crise actual.

Ou seja, ficámos todos a saber que o nosso Presidente só vetará os projectos lei que tenham a garantia de, caso sejam vetados (e, como é obrigatório, tenham de voltar ao parlamento) não obtenham maioria de novo. Não estou a ver os nosso deputados a brincarem aos políticos: "vamos lá mandar o barro à parede e ver se passa, por que se vier para trás não o aprovamos de novo..."
Ora como não estou a ver que isso alguma vez venha a acontecer, também não estou a ver o nosso Sr. Presidente com coragem, pelo menos até ao final do mandato, para vetar seja o que for.

E de uma só assentada, aprendemos também que não se devem vetar os projectos lei que possam distrair da crise. Como não vamos sair da dita cuja tão rapidamente, o convite fica feito, agora é que é para aprovar tudo o que gere polémica, e quanto mais melhor, porque quanto mais alarido der um projecto lei, menos provável é que o nosso presidente o vete.
Sabem... é que distrai as atenções da crise (a tal que ele nem tem nada a ver).

Obviamente esta história não termina aqui. Copio parcialmente um post do meu amigo Luís Grave Rodriges que diz com muita razão:

Para além de (basicamente) ter alterado a redacção do artigo 1.577º do Código Civil, exactamente a norma que define a noção de casamento civil, retirando-lhe a expressão «de sexo diferente», esta nova lei veio também restringir expressamente no seu artigo 3º a possibilidade da adopção por pessoas casadas com cônjuge do mesmo sexo. Ora, e como é por demais óbvio, esta norma é claramente inconstitucional.

E por três motivos:


- Primeiro, porque estabelece uma distinção entre formas de casamento em razão do sexo e da orientação sexual dos respectivos cônjuges;

- Segundo, porque retira, a quem já antes a tinha, a possibilidade de adopção a quem se case com pessoa do mesmo sexo;

- Terceiro, porque trata o casamento entre pessoas do mesmo sexo como uma espécie de “casamento menor” em relação ao casamento entre pessoas de sexo diferente.


Estas inconstitucionalidades são tão flagrantes que se está mesmo a ver que se devem a uma mera estratégia do Governo (que, diga-se de passagem, não lhe ficou nada bem), que não quis “chocar” muito as pessoas quando apresentou a sua proposta de lei do casamento homossexual à Assembleia da República.


E são tão inequívocas que até o próprio Presidente da República teve o cuidado de não pedir especificamente ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade deste artigo 3º. Como muito bem sabia o Sr. Presidente, o resultado seria mais do que esperado, e é por isso que a sua atitude revela, da sua parte, uma grande falta de honestidade política.
Perante isto, o que se passará agora a seguir?


Pois bem: Teremos agora de esperar que um casal homossexual se apresente a uma entidade administrativa qualquer, e requeira um processo de adopção. Depois, perante a recusa da adopção com o fundamento de que o casal é composto por dois cônjuges do mesmo sexo, é só recorrer judicialmente da decisão – até ao Tribunal Constitucional.

E aí, como sabemos, “o caminho das pedras” é já de todos conhecido...
Por outras palavras: A adopção de crianças por casais homossexuais em Portugal não é mais do que uma mera e simples questão de tempo.


Vamos lá ver quanto tempo demora agora.