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sábado, 3 de julho de 2010

A tristeza vem de Espanha

De acordo com a BBC "Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Madrid, capital espanhola, protestar contra a lei aprovada recentemente pelo Parlamento que permite a realização de aborto por meninas a partir dos 16 anos, até a 14ª semana de gestação."


Num futuro mais o menos próximo o mesmo acontecerá em Portugal.

Já cansa repetir o que é por demais óbvio, mas o nosso querido Portugal terá o mesmo destino que os outros países.

Não é necessário ser nenhum Bandarra para saber que a nossa lei do aborto não ficará inalterada e (contrariamente a todas as garantias que foram dadas pelo apoiantes do Sim) tenderá a:

  • Ficar cada vez mais banal e comum - Depois do referendo a esquerda portuguesa tratou de fazer algo que os portugues não votaram. Não se limitou a tratar de por em prática o que foi referendado. A "despenalização da interrupção voluntária da gravidez" foi liberalizada, passando não só a ser legal mas também (coisa que ninguém votou) gratuita e executada com prioridade máxima no hospitais públicos (suspeito que actualmente se façam abortos em locais onde já se deixaram de poder fazer partos).
  • Menos polémico - Sendo banal deixou de ser discutido, é um direito assumido e ninguém quer deixar de ter esse "direito". Outros argumentos que se ouvirão, rezarão assim: "afinal a minha tia já abortou duas vezes, a minha irmã também e eu já fiz um, por que razão acham que isso deveria deixar de ser legal? Era o que faltava considerar toda a minha família , e eu própria, como criminosas!"
  • Aumentar em número - Especialmente nas jovens em idade fértil. Basta ver o que aconteceu nos outros países. Foi assim em Espanha e foi assim em todos os países onde se legalizou o aborto. Gostava de ver o números oficiais destes primeiros anos de aborto legal em Portugal.
  • Variados grupos políticos continuarão a tentar aumentar os prazos e condições em que as mães grávidas poderão abortar. Nenhum, repito, nenhum dos discursos que ouvi ou li defendendo o direito a abortar se debruçou sobre qual a razão das famosas 10 semanas. Disse várias vezes aqui no Conjurado que todos os argumentos que defendem o aborto até às 10 semanas são válidos depois desse prazo. Não acreditam? Experimente fazer o seguinte exercício, lembrem-se do(s) argumento(s)/razõe(s) mai(s) forte(s) que conheçam para defender o direito a abortar até às 10 semanas, agora repitam-no(s) mas troquem a expressão "até às 10 semanas" e coloquem "até às 11" ou "até às 12" e vão aumentando. Os argumentos perdem a validade? Se não perdem, esperem, que em breve os ouviram nos discursos dos nossos deputados muito em breve.
  • Contrariamente ao que foi sempre dito pelos apoiantes do Sim, o aborto passou a ser liberalizado, banal, muito mais comum e passou a ser usado como método contraceptivo. E sabem que mais? ninguém acha isto mal porque afinal é assim que tem de ser porque a lei o diz. Ou seja, a lei sempre ajuda a construir a moralidade de um Povo. Lembram-se quem dizia que isso era assim e quem defendia que o que a lei dizia pouco importava, já que, as pessoas que tivessem de fazer um aborto nunca o deixariam de o fazer, dissesse a lei o que dissesse? Afinal a lei sempre influência o comportamento dos cidadãos.

É muito triste, mas duvido que em breve possamos vir a ter qualquer correcção a este disparate enorme que é tornar a morte de pessoas inocentes legal e subsidiada pelo Estado. Suspeito também que seja em breve que as coisas vão piorar. Pelo menos, neste caso, a História não é um caminho inexorável em direcção ao aperfeiçoamento moral da humanidade.
Resta a esperança que a longo prazo passemos todos a achar que os direitos do Homem não são só para os que nascem mas para também para os que, já existindo, ainda não tiveram a oportunidade de nascer, mesmo que tenham menos de 10 semanas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Até que enfim...

Estou-me nas tintas, mas aqui fica o parabéns.

Parabéns a todos e todas que se vão poder casar em breve em Portugal e que não o podiam fazer antes.

Agora lá que isto não acaba aqui não acaba... o passo seguinte é por demais óbvio.
A adopção por casais do mesmo sexo é só uma questão de tempo.
Não só porque a lei tal como fica agora, é inconstitucional, como também porque é inevitável que assim seja. A nossa sociedade tratará de fazer a lei mudar de novo.
E se querem que eu vos diga, a pesar de me estar nas tintas, acho muito bem!

Cavaco ficou muito mal na fotografia.
Não concorda, mas promulga.
Podia vetar? Podia
Mas não o vai fazer? Não
E não serve o veto para vetar as leis com as quais não concorda? Sim
Mas vai promulgar? Vou

Enfim... triste figura.
Tudo isto por duas razões:

1. Porque se a lei fosse vetada, provavelmente, seria aprovada de novo no parlamento e teria de ser promulgada em 8 dias pelo Prof. Cavaco.
2. Porque não podemos desviar as atenções da crise actual.

Ou seja, ficámos todos a saber que o nosso Presidente só vetará os projectos lei que tenham a garantia de, caso sejam vetados (e, como é obrigatório, tenham de voltar ao parlamento) não obtenham maioria de novo. Não estou a ver os nosso deputados a brincarem aos políticos: "vamos lá mandar o barro à parede e ver se passa, por que se vier para trás não o aprovamos de novo..."
Ora como não estou a ver que isso alguma vez venha a acontecer, também não estou a ver o nosso Sr. Presidente com coragem, pelo menos até ao final do mandato, para vetar seja o que for.

E de uma só assentada, aprendemos também que não se devem vetar os projectos lei que possam distrair da crise. Como não vamos sair da dita cuja tão rapidamente, o convite fica feito, agora é que é para aprovar tudo o que gere polémica, e quanto mais melhor, porque quanto mais alarido der um projecto lei, menos provável é que o nosso presidente o vete.
Sabem... é que distrai as atenções da crise (a tal que ele nem tem nada a ver).

Obviamente esta história não termina aqui. Copio parcialmente um post do meu amigo Luís Grave Rodriges que diz com muita razão:

Para além de (basicamente) ter alterado a redacção do artigo 1.577º do Código Civil, exactamente a norma que define a noção de casamento civil, retirando-lhe a expressão «de sexo diferente», esta nova lei veio também restringir expressamente no seu artigo 3º a possibilidade da adopção por pessoas casadas com cônjuge do mesmo sexo. Ora, e como é por demais óbvio, esta norma é claramente inconstitucional.

E por três motivos:


- Primeiro, porque estabelece uma distinção entre formas de casamento em razão do sexo e da orientação sexual dos respectivos cônjuges;

- Segundo, porque retira, a quem já antes a tinha, a possibilidade de adopção a quem se case com pessoa do mesmo sexo;

- Terceiro, porque trata o casamento entre pessoas do mesmo sexo como uma espécie de “casamento menor” em relação ao casamento entre pessoas de sexo diferente.


Estas inconstitucionalidades são tão flagrantes que se está mesmo a ver que se devem a uma mera estratégia do Governo (que, diga-se de passagem, não lhe ficou nada bem), que não quis “chocar” muito as pessoas quando apresentou a sua proposta de lei do casamento homossexual à Assembleia da República.


E são tão inequívocas que até o próprio Presidente da República teve o cuidado de não pedir especificamente ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade deste artigo 3º. Como muito bem sabia o Sr. Presidente, o resultado seria mais do que esperado, e é por isso que a sua atitude revela, da sua parte, uma grande falta de honestidade política.
Perante isto, o que se passará agora a seguir?


Pois bem: Teremos agora de esperar que um casal homossexual se apresente a uma entidade administrativa qualquer, e requeira um processo de adopção. Depois, perante a recusa da adopção com o fundamento de que o casal é composto por dois cônjuges do mesmo sexo, é só recorrer judicialmente da decisão – até ao Tribunal Constitucional.

E aí, como sabemos, “o caminho das pedras” é já de todos conhecido...
Por outras palavras: A adopção de crianças por casais homossexuais em Portugal não é mais do que uma mera e simples questão de tempo.


Vamos lá ver quanto tempo demora agora.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Protesto fotográfico 2

Mais fotos do protesto fotográfico que está a decorrer pelo país.

Neste momento estão a ser discutidos no Parlamento vários projectos lei que visam a actualização das Bolsas de investigação científica.

Com a intenção de sensibilizar os nossos deputados são já vários os institutos de investigação que se organizaram numa forma de manifestação original em Maio.

Através de um protesto fotográfico descentralizado.

A ideia é que em cada local de trabalho os bolseiros combinem uma hora para se encontrarem e tirarem um foto conjunta (com cartazes reivindicativos, ou outras formas criativas de protesto e apelo à aprovação de um novo Estatuto justo e digno).
As fotos devem ser enviadas à direcção da ABIC que as compilará e tornará públicas.

Sugiro a todos os investigadores que façam o mesmo por mais pequenos que sejam os seus grupos de investigação. Escrevam ao parlamento (é muito simples, vejam como fazê-lo aqui), coloquem as fotos nos vossos blogues e comuniquem a notícia a todos os que puderem por email, carta, telefonemas ... Agora é o momento de agir!

Eu participei no do ITQB em representação dos bolseiros de Oeiras.

Cá está a foto, para que a Ciência cresça em Portugal!















(Clicar na foto para aumentar)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Protesto Fotográfico

Neste momento estão a ser discutidos no Parlamento vários projectos lei que visam a actualização das Bolsas de investigação científica.

Com a intenção de sensibilizar os nossos deputados são já vários os institutos de investigação que se organizaram numa forma de manifestação original entre 3-7 de Maio.

Através de um protesto fotográfico descentralizado.

A ideia é que em cada local de trabalho os bolseiros combinem uma hora para se encontrarem e tirarem um foto conjunta (com cartazes reivindicativos, ou outras formas criativas de protesto e apelo à aprovação de um novo Estatuto justo e digno).
As fotos devem ser enviadas à direcção da ABIC que as compilará e tornará públicas.

Eu participei no do ITQB.

O Instituto Gulbenkian de Ciência também teve direito a protesto e aqui segue a foto que tirei há poucos minutos atrás...















(Clicar na foto para aumentar)

segunda-feira, 22 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

Carta Aberta

Caros Deputados Portugueses:

Venho por este meio manifestar o meu apoio ao protesto que decorrerá hoje por volta das 17:30 em frente à Assembleia da República Portuguesa.
É realmente preocupante a falta de sensibilidade deste governo para poder apostar nos bolseiros de investigação no nosso país.
Aqueles que serão os sábios do futuro não recebem os apoios devidos e não vêm as suas bolsas aumentadas há quase uma década. A caricata situação de termos que assinar um contracto de exclusividade sem termos nenhum emprego efectivo, torna tudo ainda mais grave. Urge mudar a situação.
É da mais elementar justiça que a oposição actual não se demita das suas funções e force uma mudança neste cenário. Que não se oiçam desculpas por estarmos em crise, é precisamente em tempos de crise que a justiça não deve ser esquecida.



Um bolseiro de Doutoramento,

Rui Castanhinha

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Brilhante

Não têm tempo?
Nem eu, mas acreditem que vale a pena e as diferenças para com o discurso de Palin são abissais.



Não há dúvida, ganhe quem ganhar as coisas do lado de lá do Atlântico estão a mudar...

terça-feira, 11 de março de 2008

A Monarquia das bananas

A propósito de uma discussão que tive cá por casa lembrei-me de escrevinhar umas linhas sobre a sempre fresca querela que debate a melhor forma de regime: se é uma monarquia ou uma república. Para mim sempre foi pacífico que o melhor seria viver num país onde todos somos iguais em dignidade. E se isto parece claro e óbvio, também o é que todos devemos ter o direito de poder desempenhar qualquer função estatal, desdo a base até ao topo. Só nos devemos limitar pelas nossas capacidades e pelo mérito que delas resulta. Sempre pensei que era só isto que deveria servir de distinção numa verdadeira meritocracia.

Esteve tudo isto – sempre transparente – na minha mente.

Esteve, no pretérito, mas já não está.

Conversando e conversando, converti-me. Sou monárquico. Não um monárquico qualquer mas sim um monárquico especial. Melhor que me catalogar deixem-me contar-vos como me converteram.

Segue-se o meu caminho de Damasco, foi mais ou menos assim:


Eu – Olá, viva a República!

OutroOlá… diz-me como podes ser tão cegueta que não vejas que o filho mais velho do Rei devia ser o próximo chefe de estado? Não vês que em Espanha é assim? Não me digas que é só coincidência os nuestros hermanos serem bem mais desenvolvidos que nós, ou queres ver que a constituição deles não presta? É por estas e por outras que temos uma República das bananas!

– Sim, sim. Mas eles são os primeiros a querer mudar a constituição para que as mulheres possam herdar o trono em igualdade com os homens.

- Tens razão. Seria melhor que o filho ou filha mais velho(a) do Rei fosse o próximo(a) chefe de estado. Sem distinção entre os géneros. Ou não?

- Não. Porquê o mais velho? Eu sou filho do meio. Imagina lá tu que os meus queridos pais me iam deixar um reino … tanto seria justo a minha irmã mais velha se revoltar por ser preterida por causa do sexo como eu me revoltar por ser preterido por causa da data do meu nascimento… e já agora a minha irmã mais nova também se revoltaria com toda a justiça já que ela ficaria sempre para trás em qualquer dos casos.

- Pronto está bem, mas seria tão bom viver num pais onde qualquer um dos filhos do Rei poderia ser herdeiro sem discriminações…

- E agora pergunto eu, como escolherias qual deles seria o próximo Rei? Tiravas à sorte?

- Não sejas irónico, claro que não. Seriam todos educados para poderem ser Reis ou Rainhas e escolhia-se o melhor!

- E já agora, como é que se escolhia o melhor?

- Bem escolhiam os pais… quer dizer… mas os pais (pelo menos um) já estariam mortos. Então escolhiam os nobres, ou as cortes… ou… já sei. Eram escolhidos por uma comissão de sábios depois de um período de avaliação. Epá genial! Como é que ninguém se tinha lembrado disso!?

- E define lá isso de “comissão de sábios”.

- Era simples… bem… quer dizer… olha só para não dizeres que não defendo a democracia até nem me chocava que fossem os parlamentares a avaliar os príncipes e as princesas.

- Sim isso era giro mas voltando um pouco atrás. Se os filhos bastardos do rei quisessem ser avaliados pelo parlamento podiam ou não podiam? Afinal eram filhos do Rei.

- Como se o reis actuais tivessem assim tantos filhos bastardos. Mas ok, não fugindo à tua pergunta, podiam sim, não havia problema. A regra é serem filhos do Rei.

- Só os filhos do Rei? Só esses?

- Sim só esses.

- E se o Rei não tivesse filhos?

- Lá estás tu a complicar. Bom se não houvessem filhos, íamos aos sobrinhos e irmãos do Rei e por ai fora… tínhamos era de os educar para serem chefes de estado, logo desde pequeninos.

- Mas não valem só os filhos do Rei? Afinal os sobrinhos e a família real (desde que educados para tal) são perfeitamente capazes de se tornarem chefes de Estado, certo?

- Sim certo. Isso era ainda mais seguro e justo. Era uma monarquia aperfeiçoada.

- Devíamos era educar todos os familiares do Rei para poderem ser avaliados pelo parlamento quando chegasse a infeliz notícia da morte do Rei.

- Sim sim, isso mesmo. Não me choca nada.

- Pois a mim também não. Só acho é que era ainda melhor se não restringíssemos aos familiares do Rei. Porque não às famílias dos nobres todos e aos seus amigos mais próximos?

- Ok pronto…Vá lá dos nobres e os seus amigos mais próximos. Mas a mais ninguém!

- Mas mais ninguém? Porquê mais ninguém? O que é que os amigos dos nobres são mais que tu e eu? Era só que faltava.

- Ok ok. Pronto ganhaste tenho de concordar. Podiam ser todos, desde que tivessem educação e fossem os melhores.

- E a que tipo de educação te referes?

- Conhecer o mundo, saber falar várias línguas, ser culto, saber ciência e politica… esse tipo de assuntos.

- Deixa ver se eu percebo. Começávamos por educar essas pessoas desde muito jovens, desde os 3 ou 4 anos em escolas especiais com professores especiais. Depois continuavam a sua educação estudando Português, Matemática, Musica, Línguas estrangeiras, informática e Desporto. Em seguida ensinávamos-lhe a pensar sobre o mundo em escolas para príncipes mas crescidos onde aprendiam para além disso Geografia, Historia, Literatura, Ciências Naturais, Física e Química, etc. Quando fossem mais crescidinhos até podiam escolher as disciplinas dentro da área que mais gostavam. Claro que poderiam tirar um curso e posterior doutoramento na melhor universidade real e pronto. Tudo isto pago com dinheiro do estado claro. Quando fossem maiores e após tantos anos de educação podiam apresentar-se para serem avaliados em igualdade de competição.

- Já estou a ver onde queres chegar… mas não me apanhas, o Rei era nomeado (não por todos mas apenas pelo parlamento) vitaliciamente! Até morrer, capiche?

- Ok ok. Tudo bem não cedes aí. Mas e se o Rei começasse a fazer disparates por loucura ou por malvadez?

- Aí o parlamento demitia-o!

- Então não era vitalício?

- Era quase, tinha de haver um controlo.

- E se em vez de vitalício o parlamento fosse obrigado periodicamente a avaliar o Rei. Digamos de 10 em 10 anos. Passado esse tempo o parlamento voltava a avaliar o Rei e a renomeá-lo ou não, nesse caso nomeavam outro para ocupar o cargo.

- Pois podia ser não vejo grande problema, até podiam ser períodos mais curtos, desde que fossem suficientemente longos. Tinham de ter alguma representatividade das suas reais competências.

- E isso seria mais ou menos quanto tempo?

- Sei lá no mínimo 5 ou 6 anos…

- Pois. E se em vez de nos apresentarmos todos à molhada para sermos avaliados no parlamento, existissem organizações que nomeavam ou apoiavam candidatos a essa eleição do Rei?

- Eleição? Tas louco? Isso não, jamais!

- Desculpa queria dizer nomeação.

- Ok, aí tudo bem. Até era mais simples. O pessoal organizava-se, discutia as suas ideias e esses grupos nomeavam os melhores de entre eles para serem avaliados. Boa ideia.

- Já agora e que tal em vez de ser o parlamento se fossemos todos nós a decidir. O povo todo. Todos os súbditos!

- Isso era ideal! Mas com fazias isso?

- Como?... Pensa lá…

- Mas isso… isso… não é uma monarquia.

- É sim Sr. é uma Monarquia das bananas!

- Ah, então defendes uma monarquia.

- Sim mas uma Monarquia das bananas!



É que no fundo no fundo há uma só coisa que distingue uma monarquia de uma república. Na primeira é apenas uma família Real que tem o direito e o dever de gerar os sucessivos representantes vitalícios de todos cidadãos. Na segunda o dever e o direito é de todas as famílias dos cidadãos que são chamadas a gerar sucessivamente potenciais representantes reais.

E digam lá se não é muito mais giro sermos todos príncipes e princesas deste nosso querido Portugal?

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Do Portugal Profundo

Mais uma cavaca para a fogueira...

Se (como disse na entrevista da RTP) o Sr. José Sócrates Pinto de Sousa nunca pretendeu inscrever-se na ordem dos engenheiros e nunca quis exercer engenharia civil, POR QUE CARGA DE ÁGUA É QUE ESTEVE 6,5 ANOS EM 3 UNIVERSIDADES DIFERENTES PARA ACABAR O CURSO?

Os gato fedorento não fariam melhor:

Quis ser engenheiro? Não.
Mas foi tirar o curso? Sim.
Então queria exercer? Não.
Mas não estudou 6,5 anos para isso? Sim.
Então é engenheiro? Não.
Mas não foi para isso que até se inscreveu numa universidade que tinha regime pós-laboral? Sim.
Então era por que queria ser engenheiro? Não.
Não acha isso um bocadinho incoerente? Chiiiu.

PS: E já agora haja alguém que explique duas coisas:

O curso de engenharia civil do ISEL já era reconhecido pela Ordem dos Engenheiros?

E, se sim, por que raio é que o Sr. Pinto de Sousa trocou um curso reconhecido pela Ordem e numa universidade Pública (onde se pagava bastante menos) por um curso equivalente que não era reconhecido e numa universidade Privada (onde tinha de desembolsar muito mais)?

domingo, 11 de março de 2007

O Estado-polícia

10.03.2007, Vasco Pulido Valente

Salazar despachava diariamente com o director da PIDE. Caetano não despachava com o director da PIDE/DGS. Durante trinta anos de democracia nenhum primeiro-ministro despachou em pessoa com qualquer chefe de qualquer polícia. Tudo isto irá mudar. Uma lei já anunciada vai pôr a PSP, a GNR, a PJ e o SEF sob a autoridade de um secretário-geral para a Segurança Interna, com o estatuto de secretário de Estado, que despachará directamente com o eng. Sócrates. Como de costume, esta organização foi copiada. Desta vez, do modelo espanhol. Com duas diferenças. Primeira, em Espanha, o "secretário-geral" está subordinado ao ministro do Interior e não ao presidente do Conselho. E, segunda, em Espanha o terrorismo da ETA e a imigração islâmica teoricamente justificam a necessidade de um único centro de comando.
Em Portugal, nenhum perigo imediato exige que as polícias passem a depender de Sócrates. Pior ainda: o SIRP, que superintende e coordena o Serviço de Informações de Segurança (SIS) e o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), dois serviços secretos, também ficará sob a tutela do primeiro-ministro. E a tudo isto, António Costa juntou dois novos meios de fiscalização e vigilância. O bilhete 4 em 1, que reúne o bilhete de identidade, o cartão de contribuinte, o cartão da Segurança Social e o cartão de utente do SNS. E o cartão que reúne a carta de condução, o livrete e o título de propriedade do automóvel.

Com estas medidas, o Governo socialista criou um novo Estado-polícia, que a Assembleia não controla e que não dá ao português comum a menor garantia de privacidade. E, se a privacidade é, como é, o fundamento da liberdade, não lhes concede mais do que uma liberdade condicional e fictícia.
Não se trata aqui do indivíduo Sócrates, que não abusará dos seus poderes. Mas da própria existência desses poderes, que nada impede um sucessor, ou mesmo um ajudante obscuro, de eventualmente desviar para fins perversos. Só que nessa altura será tarde para desfazer a máquina que hoje com tanta inconsciência e sem protesto público se anda a pôr em pé.
Claro que vivemos num mundo perigoso e é preciso coordenar as polícias. Sucede que das várias formas de coordenação o Governo escolheu a pior: a que mais reforça (e compromete) o chefe do Executivo, a que não inclui um droit de regard do Parlamento e a que deixa os portugueses sem defesa perante a prepotência e o arbítrio. O que de resto não espanta. A liberdade nunca foi por aqui muito estimada.


(Eu sei que não é meu hábito transcrever artigos de outros no Conjurado mas esta excepção justifica-o...)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Sic transit gloria mundi

Antes do referendo:

…nada impede e tudo aconselha que a lei venha a prever uma consulta prévia e um período de dilação da execução do aborto.
Vital Moreira (Público 23 de Janeiro de 2007)





Um dia depois:

«Alberto Martins e Sócrates responsáveis por nova lei

Modelo alemão com aconselhamento inspira PS

O projecto do PS para a lei do aborto, que deverá começar a ser trabalhada esta semana no Parlamento, é inspirado no modelo alemão para a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).

O modelo em causa obriga a que a mulher comprove que foi a uma consulta de aconselhamento, em centros oficiais criados par ao efeito, destinada a prestar esclarecimentos médicos e sociais sobre os apoios para ter um filho e sobre os riscos de fazer um aborto.»
(TSF 12 de Fevereiro de 2007)





Dois dias depois:

«O líder parlamentar socialista, Alberto Martins, afirmou hoje que não haverá aconselhamento obrigatório na lei para as mulheres que queiram abortar até às dez semanas, porque isso seria uma imposição “à revelia” do resultado do referendo.
“Não haverá naturalmente aconselhamentos obrigatórios, à revelia do que foi o mandato popular”, frisou o líder parlamentar socialista.»
(Público.pt 13 de Fevereiro de 2007)



quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Sabiam que...



...quem destruir um ninho de ovos de uma águia pesqueira é punido com uma pena até três anos de prisão?



...quem fotocopiar um livro incorre numa pena de prisão até três anos?



...segundo a lei portuguesa o embrião (independentemente da semana em que se encontra) pode receber heranças deixadas em testamento e mesmo que ganhe o sim esta lei não será alterada ?



...a lei que está por detrás do referendo não prevê nenhum acompanhamento psicológico à mulher que aborta?



...a mãe poderá abortar mesmo que o pai tenha condições e vontade de acolher e educar o seu filho?



...para duas pessoas casadas se desfazerem de uma casa ou de um carro só o podem fazer de mutuo acordo?



...mesmo contra a sua vontade, assim que nascer o bebé, o pai é obrigado por lei a dar-lhe o seu nome e a contribuir financeiramente com uma mensalidade?



...NADA na nova lei proposta obriga (ou aconselha) a mulher a consultar o pai da criança?


Ainda querem votar SIM???

.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Sabiam ?...

«Sabia que...

Não há mulheres detidas pelo crime de aborto em Portugal.

Em 2005 realizaram-se 906 abortos legais em Portugal.


Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos.

O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano.

62% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros por ano.

6% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares inferiores a 7000 euros.

Em todo o mundo, o aborto sem invocar qualquer razão é permitido em 22 de um total de 193 países.

A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal desde 1999, sem necessidade de receita médica. É dispensada gratuitamente em centros de saúde desde 1 de Dezembro de 2005.

A taxa de natalidade em Portugal baixou para metade nos últimos 40 anos.

Em 2005, a média de filhos por casal foi de 1,5, tendo-se registado apenas 109.000 nascimentos, permanecendo abaixo do nível de renovação das gerações (2,1).

Em 2006, a Alemanha aprovou um incentivo à natalidade de 25 mil euros por cada nascimento.»

(www.assimnao.org)

Claro que já sabiam, isto são factos que "toda a gente" sabe, não é?


sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

A nossa esquerda em pré-campanha.

Nem sei por onde começar...

Hoje, ao almoço, ouvi no telejornal um porta-voz do partido socialista dizer que a campanha do PS no referendo de dia 11 será baseada "nos argumentos racionais, científicos, e técnicos" e não "em argumentos de moral, ética ou outros".
Que quererá isto dizer?

Quererá dizer que sejam qual forem os argumentos éticos, morais ou outros que defendam o direito da mulher a abortar eles não vão ser utilizados?
Como podem dizer Sim se não defenderem que é moralmente aceitável que a mães possam matar os seus filhos até às 10 semanas de gravidez?

Já agora que tipo de argumentos exclusivamente científicos poderão ser utilizados para defender o aborto?

Gostava de ouvir algum responsável do PS dizer que "como está cientificamente comprovado que a Vida Humana só começa às 10 semanas então é racionalmente legitimo dizer Sim no referendo".
Mas ninguém o faz, porque será?
Estou curioso para saber que tipo de argumentos científicos-não-morais vão ser usados pelo PS na campanha...


Mas julgam que os disparates foram só estes? Não, o melhor ficou guardado para o fim.

A Mui ilustre e Digníssima paladina dos direitos das mulheres oprimidas e ostracizadas, Sra Odete Santos veio dizer com a excitação que lhe é habitual que: "(...) argumentos como não-sei-quê-não-sei-que-mais já bate um coração, são argumentos irracionais pois está mais que provado cientificamente que mesmo que bata um coração não existe uma Vida humana".

É preciso ter paciência...


Cara Sra Odete Santos:

Como era comum dizer-se há uns anos atrás: Ninguém pode ser fascista e ser ao mesmo tempo inteligente, honesto e estar bem informado. Uma das três (ou uma combinação delas) teria de falhar.

Podiam existir fascistas muito inteligentes e honestos mas só podiam ser pessoas terrivelmente mal informadas da realidade num pais fascista.

Podiam existir fascistas extremamente honestos e bem informados mas seriam com certeza pessoas muito pouco inteligentes.

E finalmente existiam os mais perigosos, os fascistas muito inteligentes e extremamente bem informados mas altamente desonestos.


Eu subscrevo estas frases (até certo ponto) e aproveito a boleia para lhe dizer que: ou está muito mal informada, ou não é minimamente inteligente, ou não está a ser honesta.

Não quero acreditar que seja uma tontinha inocente e bem informada sobre quando começa a Vida Humana e que até já viu imagens como a deste texto (8 semanas!!) mas não tem capacidade intelectual suficiente para retirar as devidas conclusões.

Não quero acreditar que nunca procurou saber quando começa a Vida Humana e que por desconhecimento total de como é um ser humano com dez semanas de gestação defende, honestamente, a liberalização do aborto a pedido.

Mas será que é uma total falta de honestidade (?) o que lhe permite defender tal afirmação, "(...)está mais que provado cientificamente que mesmo que bata um coração não existe uma Vida humana".

Desde quando? Em que se baseia essa afirmação? Onde estão esses estudos científicos que "provam" cabalmente que não existe uma vida humana? Esses estudos nunca ninguém os viu!
Seja honesta Sra Odete Santos, não ofenda a inteligência de muitos dos seus camaradas do PCP que sabem muito bem que está a mentir.
E não brinque com as palavras, não diga que quis dizer pessoa humana ou ser humano e que isso (seja lá o que isso for) ainda não existe às dez semanas, duvido que no fundo do seu coração acredite que fazer um aborto às dez semanas não é matar alguém.

Só para o caso de existirem dúvidas deixo-a com apenas uma de muitas possíveis citações de relatórios científicos internacionais.

«Em 1971 o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA pediu a mais de duzentos especialistas americanos, que elaborassem um relatório sobre o desenvolvimento embrionário. Esse documento diz o seguinte:

"Desde a concepção a criança é um organismo complexo dinâmico e em rápido crescimento. Na sequência de um processo natural e contínuo o zigoto irá, em aproximadamente nove meses, desenvolver-se até aos triliões de células do bebé recém-nascido. (...) No momento da fertilização um novo ser é criado o qual, embora recebendo metade dos seus cromossomas de cada um dos progenitores, é completamente diferente deles."
(Amicus Curiae, 1971 Motion and Brief Amicus Curiae of Certain Physicians, Professors and Fellows of the American College of Obstetrics and Gyneco1ogy, Supreme Court of the United States, October Term, 1971, No. 70-18, Roe v. Wade, and No. 70-40, Doe v. Bolton.) in (http://aborto.aaldeia.net/cientistas.htm)»

Terá a senhora descoberto algo de novo que não fosse do conhecimento destes duzentos especialistas? Se sim por favor diga o quê, convencerá todos os apoiantes do Não e ganhará seguramente o Nobel da medicina.

Caso contrário perdeu uma irrepetível oportunidade para estar calada!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Khaled Meshaal

Segundo o Público de hoje : «O líder político do Hamas reconheceu hoje, pela primeira vez, que a existência de Israel “é uma realidade” que não pode ser ignorada, mas insiste que o reconhecimento só surgirá quando for criado o Estado palestiniano.» será que chegando ao poder os extremistas islâmicos ficaram subitamente mais tolerantes?
De qualquer forma dizer que "é um realidade" mas ao mesmo tempo dizer que não se está a reconhecer (isso apenas acontecerá quando for criado o Estado Palestiniano) é algo incompreensível.

Mas afinal?!
- Existe mas não reconheço!

Ou será que este existe se deve ao facto dos «Os EUA e a União Europeia [terem suspendido] as ajudas ao Governo palestiniano, face à recusa do Hamas, no poder desde Março (...) em reconhecer o Estado israelita, renunciar à violência e aceitar os acordos de paz já assinados»?

Que raio de lógica é esta?

Eu é que digo: raciocínios destes existem, mas eu não os reconheço!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Random Precision

Tenho constatado que existe uma enorme falta de informação sempre que se discute o Sim ou Não no próximo referendo. Mas mais grave que isso, sempre que se discute o aborto são usadas falácias que dificilmente seriam toleradas noutros contextos.

Para melhor ilustrar o que quero dizer vejamos o tipo de argumentos utilizados por J. Ribeiro e G. Carvalho quando tentavam explicar o seu ponto de vista nos comments no blog Random Precision .
(Peço desde já desculpa por algumas gralhas, mas optei por copiar os textos na integra preservando a sua forma original).


O debate seguiu-se a este post de Luís Rodrigues (4 de Janeiro):



«Contribuir com os meus impostos para financiar clínicas de aborto? Não, obrigada».
- Cartaz publicitário da campanha do «não» no referendo sobre o aborto.

«Contribuir com os meus impostos para financiar tratamentos médicos a mulheres que abortaram clandestinamente? Não, obrigado».

«Contribuir com os meus impostos para financiar tratamentos médicos a fumadores? Não, obrigado».
- Prováveis próximos cartazes publicitários da campanha do «não» no referendo sobre o aborto.

# posted by Luis Grave Rodrigues @ 10:06 PM


Comentários:


«Sim para acabar com a humilhação.»
- Cartaz publicitário da campanha do «sim» no referendo sobre o aborto.

«Sim para acabar com a humilhação depois das 10 semanas»

«Sim para acabar com a humilhação depois das 24 semanas»

«Sim para acabar com a humilhação até aos nove meses»

ou

«Sim para continuar com a humilhação depois das 10 semanas. (como foi o caso em Aveiro, Setúbal e Maia)».

- Prováveis próximos cartazes publicitários da campanha do «sim» no referendo sobre o aborto.
Rui Castanhinha | Homepage | 01.05.07 - 12:01 pm | #




Contribuir com os meus impostos para autopsiar mulheres que abortaram? Não, obrigado!

Contribuir com os meus impostos para julgar mulheres que abortaram? Sim!Sim!

Contribuir com os meus impostos para sustentar na cadeia mulheres que abortaram? Sim! Sim!
J. Ribeiro | 01.05.07 - 3:14 pm | #




Contribuir com os meus impostos para autopsiar mulheres que abortaram? Não, obrigado!»
Quando é que algum defensor do Não disse isso?


«Contribuir com os meus impostos para julgar mulheres que abortaram? Sim!Sim!»
Quem defende que a lei deve ser para cumprir deve explicar o que faremos a todas as mulheres que abortam depois das 10 semanas...

...ou seja, será que defendem o slogan: «Contribuir com os meus impostos para julgar mulheres que abortaram depois das 10 semanas?Sim!Sim»

ou o slogan:
«Contribuir com os meus impostos para sustentar na cadeia mulheres que abortaram depois da 10 semanas? Ai Sim!Ai Sim, é metê-las na cadeia!»
Algo que não acontece há décadas com a tal lei hipócrita.

Coerência? Não, obrigadinho.
Rui Castanhinha | Homepage | 01.05.07 - 4:05 pm | #




Seja do sim ou não, uma campanha agressiva que se possa fazer não leva a nada. se pudessemos escolher onde os nossos impostos eram aplicados seriamos certamente egoístas, logo não nos podemos basear nesse conceito.
o post é válido e pertinente, foi um acto de campanha estúpido, ponto final.
como viram até neste simples blog gerou confusão...
G. Carvalho | Homepage | 01.05.07 - 4:39 pm | #




Então é-te completamente indiferente onde e como é que os teus impostos são gastos?
Essa é a questão.

Será um «acto de campanha estúpido» perguntar aos Portugueses se querem que os abortos sejam pagos pelo orçamento geral do estado? Não será isso pertinente? Não estará isso também em causa neste referendo?
Tudo isto não é ser agressivo, é apenas por as pessoas a pensar nas consequências do Sim.

Agora, slogans como:
«Sim para acabar com a humilhação.»
Esses sim não são esclarecedores. Esses sim não explicam o que acontecerá a quem abortar às 11 semanas.
E depois disso já é bem feita a humilhação das mulheres, ou a lei também não será para cumprir??
Rui Castanhinha | Homepage | 01.05.07 - 5:22 pm | #




...E a propósito: o que é mais egoísta querer gastar 20 ou 30 milhões de euros anuais em abortos a pedido ou gastar esse montante em planeamento sexual e apoio directo às mulheres que, se tivessem ajuda do Estado, nunca abortariam?
Deixa-me adivinhar:
- «É um acto de campanha estúpido discutir isto, ponto final.»
Rui Castanhinha | Homepage | 01.05.07 - 5:28 pm | #




...a propósito: eu já ouvi isso da boca de pessoas como o sr. Castanhinha há cerca de 8 anos... e ...? qual o contributo que o sr. Castanhinha deu à sociedade e mais precisamente às mulheres que abortaram? Que esforço foi feito de então para cá? Continuo a ver sobretudo mães e repito, sobretudo mães, com uma vida completamente desfeita por terem tido um filho com deficiência profunda e sem prespectivas de futuro para ele...
Viu o decomentário na tv em que uma mãe, mulher a dias, com um filho deficiente profundo que teve de se prostituir para garantir a sua sobrevivência? Quantas famílias numerosas e extremamente pobres visitou no ano transacto? Quantos cafés deixou de tomar para acudir a casos graves? Venha comigo e eu mostro-lhe a miséria...
Por outro lado, não venha com a contra-argumentação dos impostos poderem servir para e para...a conveniência de não saber ou não querer compreender a ironia...
J. Ribeiro | 01.05.07 - 6:41 pm | #




Bom vamos por partes, para ver se nos entendemos:

«...a propósito: eu já ouvi isso da boca de pessoas como o sr. Castanhinha há cerca de 8 anos... e ...?»

e depois sr. Ribeiro? Os argumentos que ouviu «da boca de pessoas como o sr. Castanhinha» correspondem ou não à realidade? É verdade ou mentira que os paladinos do fim à humilhação não sabem o que fazer a uma mulher que aborte depois do prazo legal? Lá porque já tinha ouvido argumentos semelhantes há 8 anos isso quer dizer que não sejam válidos? Datar um argumento não o torna anacrónico.

«qual o contributo que o sr. Castanhinha deu à sociedade e mais precisamente às mulheres que abortaram? Que esforço foi feito de então para cá? Continuo a ver sobretudo mães e repito, sobretudo mães, com uma vida completamente desfeita por terem tido um filho com deficiência profunda e sem prespectivas de futuro para ele...»
Nem vou devolver as perguntas, parece-me mais que evidente. De entre os partidários do Não em 1998 nasceram variadíssimas organizações que se empenham em acolher e apoiar as mulheres que abortaram ou que quiseram ter os filhos mesmo sendo muito pobres. O mesmo não pode ser dito dos partidários do Sim (os tais que estão sempre com a boca cheia de respeito e solidariedade para com as mulheres, mas que se estão marimbando para o filho que ela carrega), esses nem vê-los.


«Viu o decomentário na tv em que uma mãe, mulher a dias, com um filho deficiente profundo que teve de se prostituir para garantir a sua sobrevivência? Quantas famílias numerosas e extremamente pobres visitou no ano transacto? Quantos cafés deixou de tomar para acudir a casos graves? Venha comigo e eu mostro-lhe a miséria...
Por outro lado, não venha com a contra-argumentação dos impostos poderem servir para e para...a conveniência de não saber ou não querer compreender a ironia...»

- Realmente se tivéssemos um país decente o Estado providenciaria um limpo, rápido e gratuito aborto para que ela não tivesse de se prostituir, não é? Isso sim seria a melhor ajuda que se poderia dar a uma mulher que teve a coragem para não matar o filho antes deste nascer.

Ou será que a miséria se resolve com dinheiro, educação e melhores condições de vida. A morte dos filhos de quem menos tem não é a solução.
É para isso que um estado moderno deve servir, para defender os mais fracos: o bebé perante a sociedade e a mãe perante as suas dificuldades. Por esta ordem e não a inversa.
Quem é que «não querer compreender a ironia»?

Quanto ao «decomentário» de que fala não vi. Mas compreendo a sua revolta, só não concordo com as conclusões que retira.
Rui Castanhinha | Homepage | 01.05.07 - 7:31 pm | #




Realmente o sr Castanhinha consegue fazer-me rir...Responda...Esperamos tudo do estado e esquecemos o que nós podemos fazer. É fácil ser pelo "não", pelo seu "não". As organizações criadas de então para cá são tantas que francamente deixei de ver tanta miséria aqui ao meu lado, deixei de ver essa miséria nas páginas dos jornais, deixei de ver atrasos na concessão de pensões de alimentos devidos por pais a crianças, atrasos que demoram anos a fio. Eu não sou a favor do aborto, sou a favor da sua despenalização...entenda como quiser, sr Castanhinha. Porém, uma coisa é certa, todos os dias vejo nos jornais portugueses anúncios de clínicas espanholas sobre a interrupção voluntária da gravidez. E, se esses anúncios existem, é porque as portuguesas mais bem informadas e com algum poder económico as utilizam. Utilizam-nas porque têm dinheiro, apenas, mais nada. As que não têm essa possibilidade fazem-no às escondidas.
E, por outro lado, não lhe passa pela cabeça que uma mulher que queira abortar em condições "legais" possa,recuar na sua pretensão? Será através da repressão que se acaba com o aborto? Já imaginou o que se passa no íntimo de uma mulher que aborta? Sim? Eu não, não consigo. Gosto (!) de as ver achincalhadas num qualquer tribunal!!!!! São tantas as razões que levam mulheres a abortar que não vale a pena continuar. Vamos esperar sentados que os sucessivos governos resolvam a questão. Não acha?
J. Ribeiro | 01.05.07 - 11:36 pm | #




Parabéns, conseguiu escrever 25 linhas sem responder a nenhuma das minhas perguntas anteriores.
Convido-o a visitar o meu blog www.conjurado.blogspot.com talvez venha a mudar de opinião, caso contrário, desejo-lhe um bom ano de 2007 sr. Ribeiro.
Rui Castanhinha | Homepage | 01.06.07 - 1:16 am | #

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sábado, 6 de janeiro de 2007

Déjà vu?

São inúmeras as coincidências (?) que se encontram ao navegar pela Net. Dei de caras com o site www.euvotosim.org pertencente a uma organização que faz campanha pela legalização do aborto, o Movimento Liberal Social (MLS). O MLS define-se como «…uma associação política que acredita na liberdade e na livre interacção entre indivíduos. Acredita que o Ser Humano é dotado de razão, consciência e responsabilidade e que a intervenção do Estado deve ser mínima, conduzindo a sociedade a uma existência pacífica e sustentável.(…)Acima de tudo, o MLS defende a liberdade.»
Até aqui tudo muito lindo e “moderno”, vejamos o que dizem sobre o aborto:




«
Perspectiva liberal

De um ponto de vista liberal, não se pode tolerar que o Estado imponha aos cidadãos um qualquer ponto de vista moral. Os cidadãos devem ser livres de agir de acordo com as suas consciências, enquanto a sua actuação não fizer diminuir a liberdade dos outros cidadãos.
Não podemos admitir que o Estado imponha aos cidadãos o seu julgamento moral sobre o que se pode ou não pode fazer.

A sociedade portuguesa está dividida no seu julgamento moral acerca do aborto: enquanto que muitos portugueses consideram o aborto imoral, muitos outros não partilham dessa opinião -- ou, pelo menos, agem em contradição com ela. Não cabe ao Estado intervir, decretando que qualquer destes grupos de pessoas tem razão.

Alguns tentam fugir ao argumento anterior, argumentando que, quando uma mulher aborta, estará a ofender as liberdades, nomeadamente o direito à vida, de outrem - do embrião abortado. Mas muitos portugueses não compartilham desta posição, uma vez que não consideram que um embrião seja um ser humano, provido de todas as liberdades e de todos os direitos de um ser humano. Mais uma vez, não cabe ao Estado intervir, impondo à sociedade um julgamento sobre quem é um ser humano e tem os inerentes direitos.(www.euvotosim.org/argumentos-do-sim)»




Parece uma argumentação inatacável não é? Quem pode ser contra a liberdade? Como podemos impor a nossa noção de liberdade aos outros?
Como comentário a este texto transcrevo um outro (da autoria de José Sampaio) que encontrei em 1998 e que, pelos vistos, continua extremamente actual. Reparem como o primeiro parágrafo que se segue, poderia ser incluído no texto do MLS sem qualquer alteração:





«A citação seguinte resume a posição dos que advogam a despenalização do aborto: «
O princípio supremo é o direito que cada um tem de julgar e decidir por si sobre a rectidão ou o erro, sobre os benefícios ou malefícios, de um acto. E o direito de agir livremente, o direito à liberdade de pensamento, de livre análise das questões, é o nosso direito mais querido (...) É preciso deixar que as pessoas decidam por si próprias.» Para eles, a liberdade de escolha individual é o princípio fundamental que não pode ser limitado pela lei. Não advogam o aborto como um bem. Segundo eles, não se quer forçar ninguém a abortar. Mas acham intolerável que a lei proíba ou penalize quem, baseado nesse princípio, opte pelo aborto: quem não quer abortar, não o faça; mas não imponham a sua moral aos outros. Propugnam a tolerância total em nome da liberdade.

Talvez se ignore que esta foi exactamente a argumentação usada pelos esclavagistas nos USA.
A citação inicial, de facto, é um discurso (1858) de S. Douglas, um dos maiores defensores da sociedade esclavagista. Nele se advoga que quem não quer escravos, não os tenha; mas não imponha a sua moral aos outros. Ele aliás nem os tinha.

Como muitos que eram pela manutenção da sociedade esclavagista, não era sequer 'a favor' da escravatura. Mas achava intolerável a existência de leis que proibissem os escravos: a decisão de os ter ou não, era, como hoje se diz, 'uma questão de consciência'.

Recorriam ainda a ditos imbecis afirmando que os escravos não eram seres humanos, ou que, sendo humanos, não eram pessoas, não tinham os mesmos direitos que as outras. Também neste aspecto as teses abortistas, contra toda a racionalidade, negando que o feto seja um de nós e dotado de igual dignidade, percorrem o caminho repugnante do esclavagismo.

Abraham Lincoln derrotou Douglas mostrando que os direitos naturais e universais têm de ser sempre respeitados e que a sociedade nunca pode aceitar os actos que contra eles atentam, devendo proteger-se com leis que os proíbam; mostrando que quem, 'em consciência' escraviza outro ser humano, comete um crime - enfim, combatento aquela que é hoje a argumentação abortista. Se vivo, Lincoln, lideraria a campanha pelo NÃO, no referendo do aborto. (José Sampaio)»




Curioso, não acham?

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sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Uma voz do PS...


Texto integral da intervenção de Cláudio Anaia no XV Congresso Nacional do Partido Socialista:

Caro Camarada José Sócrates,Caros Camaradas, no que respeita ao ponto 4. "Vencer o referendo e despenalizar a interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas", gostaria de chamar a atenção para o seguinte:

I - Em primeiro lugar, não me parece que esta posição do PS – que admito seja maioritária dentro do "aparelho" – seja respeitadora da diversidade que sobre este assunto existe quer entre a base popular de apoio do Partido, quer entre os deputados que foram eleitos, quer entre os apoiantes do Governo. Julgo que deveria haver mais "espaço" para aqueles que advogam uma posição contrária à legalização do aborto.

II - Em segundo lugar, os argumentos utilizados parecem-me fracos:a) Por um lado, "uma resposta justa e adequada para o doloroso drama vivido por muitas mulheres na sociedade portuguesa", (para utilizar os termos da Moção), não passa necessariamente pelo oferecimento do aborto pelo SNS a quem quer que o peça sem justificação alguma. E, já agora, qual a resposta que se dá às mulheres que abortam às 11 semanas? A "sua sujeição ao calvário judicial", como diz o mesmo texto? Qual é a coerência disto? A nossa camarada Edite Estrela disse em debate televisivo que a " lei deveria ser cumprida logo a partir das 10 semanas e um dia. " b) Por outro lado, todos sabem que o aborto clandestino não vai acabar. Como diz o Prof. Miguel Oliveira da Silva, (apoiante do Sim) "temos que assumir com toda a franqueza que o circuito clandestino não vai acabar. As clínicas que fazem abortos ilegais não vão deixar de os fazer. c) É preciso dizer de forma clara que o que se propõe é mesmo uma liberalização totaldo aborto até às 10 semanas. Não adianta fingir. O que se propõe é o aborto livre, universal e gratuito, a pedido da mulher, até às 10 semanas. Toda a gente percebe isto.

III – Os defensores da Liberalização defendem que " não querem que as mulheres sejam presas " . Na verdade em 30 anos de Democracia nunca nenhuma mulher foi presa. E esta questão será resolvida quando a nova revisão do Código penal for aprovado que prevê que as penas até três ano de cadeia não sejam cumpridas efectivamente.

IV – Acho que o papel do estado deveria ser de responsabilidade e de apoio às mulheres com dificuldades e ajuda – las a ter os seus filhos. Para mais, num país e numa Europa cuja a taxa de Natalidade está muito em baixo.

V- Por fim, custa-me que o PS entregue à Direita a causa do respeito e a defesa pela vida, e ande a reboque do BE e do PCP. Porque a esquerda humanista, em que eu acredito – cuja tradição é precisamente a defesa dos mais débeis e vulneráveis – deveria estar na primeira linha na promoção desse valor, em vez de contribuir para a banalização do aborto. E a banalização do aborto é o triunfo dos mais fortes sobre os mais fracos e indefesos, que são – mais que ninguém – os não nascidos, a quem se nega o seu primeiro direito: o de nascer. Não esqueço as palavras do nosso amigo e saudoso Prof. Sousa Franco : "A legislação do Aborto Livre é a passagem de uma fronteira. Essa não é a sociedade humana que sempre idealizei (…)"

(O Delegado ao XV Congresso Nacional o Partido Socialista Cláudio Anaia)



retirado de http://www.sintoavida.blogspot.com/

Humilhação? Sim, depois das 10 semanas.


«Sim para acabar com a humilhação.»

- Cartaz publicitário da campanha do «sim» no referendo sobre o aborto.

«Sim para acabar com a humilhação depois das 10 semanas.»

«Sim para acabar com a humilhação até aos nove meses.»

ou

«Sim para continuar com a humilhação depois das 10 semanas (como foi o caso em Aveiro, Setúbal e Maia).»

- Prováveis próximos cartazes publicitários da campanha do «sim» no referendo sobre o aborto.

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