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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mais que uma árvore

Já pensaram por que estamos aqui?

Como surgiram tantas espécies e como se tornaram tão diferentes?

Parecem perguntas de uma criança de seis anos mas Darwin chamou a estas questões o mistério dos mistérios.

A primeira vez que pensei nisto não foi fácil encontrar uma resposta e, deixem-me que vos diga, ao longo da História foram muitas as tentativas para encontrar uma solução.

Desde fantásticas histórias sobre deuses e deusas até animais que sempre existiram e que nunca se modificaram....

Em pleno séc. XIX Charles Darwin esboçou a forma como as espécies evoluíram ao longo dos tempos, desenhando aquela que é a primeira árvore da vida alguma vez feita.

Este desenho continha lá todos os conceitos que actualmente consideramos modernos para estudar biologia evolutiva.

Ao longo do eixo vertical temos o tempo, onde uma espécie deu origem a várias.

Nem todas as espécies chegam aos nossos dias, existem várias que se extinguem. Aliás, hoje sabemos que, ao longo da evolução, o mais comum destino de qualquer espécie é desaparecer. Poder sobreviver, dando origem a novas espécies, é uma pequenina excepção à regra.

Reparem que as que são mais próximas estão ligadas por um ancestral recente e todas as espécies, por mais afastadas que estejam, apresentam sempre um ancestral comum.


E, a melhor parte do desenho talvez seja a pequena frase que ele escreveu no topo do caderno: I think. Acho eu, ou penso eu.

Nunca uma frase tão curta teve tamanha importância na forma como vemos o mundo.

Ainda hoje em dia, o que os biólogos tentam perceber é COMO é que de uma só espécie surgiram tantas e tão belas formas de vida.

Quando, actualmente, queremos saber isto o que fazemos é colocar numa tabela duas listas: uma com espécies e outra com características. Essa tabela é preenchida com muitos e muitos dados. Normalmente usamos zeros e uns, mas podem ser dados moleculares (ou outros). Para terem uma ideia, só preencher a tabela, pode demorar muitos meses. No final, os dados são introduzidos num computador que, usando o mais sofisticado software disponível, calcula todas as relações possíveis entre as espécies em causa e mostra-nos a melhor árvore que as representa.

Chamamos a isso uma análise filogenética.

Após várias horas, senão mesmo dias a calcular, o resultado é um simples esquema em forma de árvore, muito parecido com o que Darwin desenhou há mais de 150 anos. Normalmente tem mais ramos, como é claro, mas tudo o resto, está lá. Aparecem as espécies que se extinguiram, vemos as espécies mais recentes no topo e a ancestrais na base da árvore. Este tipo de análise pode ser aplicada de muitas formas diferentes e pode ser tão robusta que nos permite estudar relações evolutivas entre vírus e determinar quem infectou quem, em que altura e dizer até de onde é proveniente uma determinada estirpe.


E deixem-me que vos diga, pensar que uma simples ideia que surgiu há bem mais de século e meio pode dar sentido a todas as formas de vida que nos rodeiam desde as plantas do nosso jardim até ao maior dinossauro que alguma vez existiu, é simplesmente fascinante.



Somos o produto final deste campeonato ininterrupto a que chamamos Evolução das Espécies, sem nunca termos perdido um único jogo.

É esta afinal, a razão por que todos estamos aqui.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Exposição "A Evolução de Darwin"... reportagem tv


Mais um trabalho feito por Luís Soares e Susana Ferrador.

Na altura esperávamos ter, com sorte, 100 mil visitantes...

Foram mais de 160 mil!




Obrigado ao Luís pelo link

quinta-feira, 18 de março de 2010

Evolução de Darwin: A exposição

Só recentemente tive conhecimento deste blog...
Fica o Podcast do trabalho executado pelo Luís Soares e Susana Ferrador para o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

http://mestresemjornalismocientifico.blogspot.com/2009/06/balanco-exposicao-evolucao-de-darwin.html




Obrigado ao Luís pelo link

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aos professores

Transcrevo o convite da Ana aos professores... venham daí!



Caros Professores,

Vimos por este meio lembrar da próxima conversa da série Biologia dos Tempos Modernos - uma série de seminários informais por investigadoes do Instituto Gulbenkian de Ciência, destinados a TODOS os professores do ensino básico e secundário.

O objectivo destes seminários (ou conversas, como preferimos chamar-lhes) é de aproximar os professores da investigação biomédica de excelência internacional, apresentada por alguns dos melhores cientistas a trabalhar em Portugal.

As sessões terão início pelas 14:30, no Auditório Ionians (por cima do refeitório do IGC), em Oeiras (Rua da Quinta Grande, 6 - vejam como chegar ao IGC em http://www.igc.gulbenkian.pt/node/view/17).

27 Novembro 2009 - A Biologia Evolutiva no tempo de Darwin e hoje
Élio Sucena (IGC) - A evolução da forma: de Darwin ao DNA
Rui Castanhinha (IGC e Museu da Lourinhã e Monitor da exposição 'A Evolução de Darwin' da Fundação Calouste Gulbenkian) - Título a confirmar

O número de participantes é limitado a 100, sendo seleccionados por ordem de inscrição.
A inscrição deverá ser enviada para agodinho@igc.gulbenkian.pt, com indicação 'Biologia dos Tempos Modernos' no Assunto.

Convidamo-vos a enviarem questões ou tópicos que gostariam de ver abordados em sessões futuras. Recordo que as sessões se realizam mensalmente, na última Sexta-feira do mês.

Aceitam-se inscrições de professores de outras áreas científicas (ex: matemática, física, química) assim como das humanidades e ciências sociais.

Com os melhores cumprimentos
Ana Godinho

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sexo, Dinossauros e Darwin


Sendo 2009 o ano Darwin muito já se tem dito sobre o que o próprio escreveu acerca de imensa coisa, mas sobre dinossauros é muito escasso o material existente.
Aqui vos deixo uma passagem do livro The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex publicado em 1971. Esta obra teve felizmente uma novissima edição em Português que foi traduzida pela minha colega Susana Varela. É um excelente livro histórico que vale a pena conhecer. Foi precisamente em 1971 que Darwin apresentou uma outra ideia absolutamente revolucionária: a Selecção Sexual. Pensar-se que as escolhas sexuais dos seres vivos poderiam desempenhar um papel fulcral na evolução de estruturas complexas ou extremamente bizarras era, sem sombra de dúvidas, algum de novo e mais uma vez foi um um choque tremendo. Lembem-se que o sexo foi (quase) sempre um tema tabu nas nossas sociedades ocidentais. A Inglaterra victoriana não era excepção, e vir dizer que quem tem o papel mais importante na escolha sexual é a fêmea... era, no mínimo, complicado. Charles Darwin sempre foi um homem do seu tempo nos costumes, mas quanto às suas ideias ciêntíficas esteve quase sempre à frente de todos os outros, é o melhor exemplo que conhecemos para provar que não é necessário ser-se excêntrico para se ser genial. E como qualquer cientista do seu tempo tambem se interessou por dinossauros, reparem então no que ele escreveu:

« Sabe-se que existiram, ou que ainda existem, grupos de animais que servem para ligar, com maior ou menor intensidade, várias das grandes classes de vertebrados. Vimos, por exemplo, que o ornitorrinco passa gradualmente para o lado dos répteis; e o Professor Huxley descobriu que os dinossauros estão, em muitas características importantes, numa posição intermédia entre certos répteis e certas aves – facto que foi confirmado pelo Sr. Cope e outros –, as quais pertencem à tribo das avestruzes (que evidentemente também são o último vestígio amplamente difundido de um grupo outrora mais vasto) e ao arqueoptérix, estranha ave secundária, com uma longa cauda semelhante à de um lagarto. Além disso, e de acordo com o Professor Owen, os ictiossauros – grandes répteis marinhos providos de barbatanas – apresentavam várias afinidades com os peixes, ou melhor, segundo Huxley, com os anfíbios; que são uma classe que, por incluir na sua divisão mais avançada as rãs e os sapos, é manifestamente aparentada com os peixes ganóides. Estes últimos abundavam durante os primeiros períodos geológicos, e eram formados segundo aquilo a que chamamos modelo generalizado, isto é, apresentavam diversas afinidades com outros grupos de organismos. O Lepidosiren, por exemplo, está tão intimamente ligado aos anfíbios e aos peixes que os naturalistas debateram longamente para decidir em qual destas classes o colocar; tanto ele como alguns peixes ganóides foram preservados de uma completa extinção por habitarem em rios que funcionam como pequenos portos de refúgio, visto que estão ligados às grandes águas dos oceanos da mesma maneira que as ilhas estão ligadas aos continentes. » Citação do livro "A Origem do Homem e a Selecção Sexual" de Charles Darwin, cap. 6, página 182.



É reconhecido todo o mérito aos paleontólogos Richard Owen e Edward D. Cope o facto de já se considerar a hipótese de que as aves e os dinossauros estavam mais realicionados do que à primeira vista se poderia pensar. A ideia não era de Darwin, mas é de facto muito engraçado pensarmos que tamanha beleza e complexidade nas formas possa ser tão semelhante na sua origem.



Obrigado à Susana Varela por ter alertado para esta passagem.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Obrigado!

Nascia há precisamente 200 anos em Inglaterra.

Como homenagem aqui fica o "Eu penso" mais importante da História.


























Publicado simultaneamente no Lusodinos

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

C. Darwin

Façam-me um favor e apareçam. Já fazia falta uma iniciativa assim...





A Fundação Calouste Gulbenkian vai assinalar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e, simultaneamente, a passagem de 150 anos sobre a publicação da obra “A Origem das Espécies” com uma exposição intitulada A Evolução de Darwin, a realizar entre 12 de Fevereiro e 24 de Maio de 2009.

Um ciclo de conferências - No Caminho da Evolução – vai anteceder esta mostra, estando a primeira sessão marcada já para o próximo dia 15 de Outubro, 4ª feira, às 18h, no Auditório 2 da Fundação. Na ocasião será lançado o livro “A Origem das Espécies de Darwin” de Janet Browne, professora de História da Ciência na Universidade de Harvard e biógrafa de referência de Charles Darwin.

Carlos Marques da Silva abrirá este ciclo de conferências com uma comunicação intitulada Entre o Céu e a Terra. Professor no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador no Centro de Geologia da mesma Universidade, Marques da Silva vai focar a importância da formação geológica de Darwin que lhe permitiu desenvolver um trabalho importante no domínio das Ciências da Terra.

A Teoria da Evolução por Selecção Natural pressupõe a existência de um tempo geológico muito extenso que permitiu as mudanças evolutivas que geraram a biodiversidade que actualmente conhecemos. Juntamente com a questão da “origem simiesca” da Humanidade, este tema suscitou reacções arrebatadas por parte da conservadora sociedade vitoriana inglesa da segunda metade do séc. XIX, alimentando variadas e calorosas polémicas.




Publicado simultaneamente no Lusodinos

Retirado da Gulbenkian


terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Parabéns Darwin.

Sem duvida a personagem histórica que mais influenciou a minha paixão pela ciência e o amor pela descoberta de muitos outros jovens cientistas.

Honesto e brilhante. Um exemplo e um cérebro.

Talvez o pensador que despoletou a maior mudança no mundo da ciência. Uma nova e bela visão da natureza, completa e cheia de maravilhas.

Muitas são as iniciativas que, em todo o mundo, celebram este dia e como é estranho que no nosso país ninguém tenha dado pela falta da comemoração desta data (?).

Presto então, a este gigante do mundo moderno, a minha humilde homenagem.

199 anos depois do seu nascimento a 12 de Fevereiro (no mesmo dia e ano que Abraham Lincoln) aqui fica talvez a mais vezes citada passagem da Origem das Espécies. As ultimas linhas desta magnifica obra resumem bem a visão que Charles Darwin tinha do mundo. Um mundo belo misterioso e admirável.

«There is grandeur in this view of life, with its several powers, having been originally breathed into a few forms or into one; and that, whilst this planet has gone cycling on according to the fixed law of gravity, from so simple a beginning endless forms most beautiful and most wonderful have been, and are being, evolved.»

Obrigado Darwin!