sábado, 20 de dezembro de 2008

20 de Dezembro

Neste dia Em 1996 morria Carl Edward Sagan.

Escritor, exobiólogo, e astrónomo. No nosso céu brilhou mais uma estrela, aqui fica mais uma modesta homenagem.



Primeira parte da sua última entrevista televisiva.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Erasmus (o avô)


Faz hoje anos Erasmus Darwin (12 Dezembro 1731–18 Abril 1802), grande pensador e precursor das ideias do seu neto.

Mesmo antes de Lamarck já Erasmus mencionava a evolução das espécies.

"Would it be too bold to imagine that, in the great length of time since the earth began to exist, perhaps millions of ages before the commencement of the history of mankind would it be too bold to imagine that all warm-blooded animals have arisen from one living filament, which the great First Cause endued with animality, with the power of acquiring new parts, attended with new propensities, directed by irritations, sensations, volitions and associations, and thus possessing the faculty of continuing to improve by its own inherent activity, and of delivering down these improvements by generation to its posterity, world without end!"

Que melhor elogio a todos os avôs que este exemplo de homem de cultura.
Foi Naturalista, Médico, Filósofo, Inventor e Poeta.
Costuma dizer-se que a genialidade salta sempre uma geração. Duvido, mas neste caso parece-me que a expressão assenta que nem uma luva.
Sabendo que Charles Darwin (o neto) nasceu 7 anos depois do seu avô paterno ter falecido pouco se fala da influência de Erasmus na personalidade de Darwin mas duvido que tenha tido uma importância marginal. O homens desaparecem mas a obra fica, e a deste avô não poderia ter tido um impacto maior neste mundo.

"The final course of this contest among males seems to be, that the strongest and most active animal should propogate the species which should thus be improved" E. Darwin, Zoonomia,1796



Publicado simultaneamente no Lusodinos

terça-feira, 25 de novembro de 2008

149 anos e um dia

Publicava-se em Inglaterra a mais fascinante obra da ciência de sempre.
Continuo sem perceber como é que não é de leitura obrigatória em todos os cursos de Biologia, não sei como é lá fora, mas choca-me encontrar colegas que se consideram biólogos sem nunca terem lido uma só linha da Origem.
Não tenho pejo nenhum em dizê-lo.
Com o título: On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life, foi mais que um golpe de génio, foi o resultado do trabalho de um cientista reservado e muito pouco dado a aventuras. Essa é uma das características que mais me espanta na personalidade de Darwin a sua modéstia quase a roçar a falta de coragem onde prevalecia uma resistência gigante às mudanças bruscas e, ao mesmo tempo, é nesta mente que germina e nasce talvez a maior mudança de paradigma da humanidade: A teoria da Evolução por selecção natural.
Ele coloca a Biologia de pernas para o ar, como deve estar, iluminando um mundo que assim teria uma matriz puramente empírica para o explicar.
Como é belo ver o Homem pensar sobre o mundo e, sem desculpas fáceis e demasiadas vezes falsas, explicar e compreender o que está fora dele. O Homem pode muitas vezes bastar-se a si próprio, sentimo-nos grandes quando isto acontece. Darwin observou, compilou e integrou uma montanha de factos para chegar às conclusões que expôs na Origem das Espécies.
Muitas vezes nos perguntamos e se não fosse ele... Bom, se não fosse ele, com certeza que viria outro, lembremo-nos que Wallace chegou a conclusões quase idênticas de uma forma completamente independente. Seria outro a descobrir os mesmo processos, mas o espantoso não é que pudesse ter sido outro, o mais espantoso é que não tenha sido outro!
Sempre foi um candidato quase impossível. Não corresponde a nenhum dos nossos estereótipos de cientista genial, nem a Newton, nem a Einstein, nem a Galileu, nem a Humboldt ou Lineu e muito menos a Aristóteles ou Leonardo. Nada disto, Darwin é o mais modesto e acanhado de todos, um banal cidadão Britânico em meados do século XIX. Competente, trabalhador, bem integrado e bem relacionado. Nada mais que isso. E foi até isso que mais deve ter chocado a sociedade Britânica na altura. Que um deles, um entre iguais, estivesse a dizer e a provar que mais não somos que feitos da mesma massa que todos os outros povos e culturas, temos a mesma origem: somos os mesmos. Foi um vulgar que revolucionou o mundo e a forma de nos vermos a nós mesmos.
Não somos mais que todos os outros animais e plantas, todos descendemos da terra, a mãe Terra. Todos somos irmãos e não há povos nem gentes superiores, nem em géneros nem em cores nem em espécies, todos evoluímos em conjunto e foi essa mesma dança que produziu e continua a produzir tantas e tão diversas formas de vida.
Darwin revelou a uma amigo em 1954 que expor a sua Teria da Evolução era "like confessing a murder". Esta expressão seria impensável na boca de qualquer outro revolucionário nas ciências. Darwin é, também ele, um de nós, um entre iguais. Foi um génio, mas bem mais próximo de nós do que dos excêntricos e incompreensíveis vultos da Física, da Matemática, da Química ou de todas as outras artes dos espectáculo.



Publicado simultaneamente no Lusodinos

As cabeças cheia de ar

Irra, que só deves ter vento na cabeça!
A expressão não podia vir mais a calhar já que dois professores de anatomia da Universidade do Ohio (EUA) publicaram este mês mais um trabalho sobre a os seios paranasais de dinossauros. O estudo "The paranasal air of predatory and armored dinosaurs (Archosauria: Theropoda and Ankylosauria) and their contribution to cephalic architecture." foi publicado na revista Anatomical Record por Larry Witmer e Ryan Ridgely e devo confessar que é do melhor que a paleontologia de dinossauros tem feito nos últimos anos. [Para um europeu como é estranho que o americanos ponham paleontólogos a ensinar anatomia humana aos seus futuros médicos.] E se há uma coisa que estes senhores não têm na cabeça é: ar.

Bom, para dizer a verdade até têm, todos temos! Reparem na figura abaixo e vejam quantidade de ar que a nossa cabeça contem. O azul escuro representa o nosso cérebro, todas as outras cores são preenchidas por ar.

























No que diz respeito aos dinossauros, esses, tinham necessidades realmente ciclópicas e para poderem perder algum do peso da cabeça (cerca de 8% para ser mais específico) acabaram por desenvolver (como eu detesto este verbo aqui) cavidades pneumáticas muito maiores que as nossas. Esses espaços preenchidos por ar são uma solução económica que certos animais, no decurso da sua história evolutiva, acabaram por explorar. A razão é simples, conseguimos aumentar o tamanho atenuando o aumento proporcional do peso sem comprometer a resistência. Experimentem abrir uma placa de cartão e vêm o que quero dizer, já que, o cartão canelado não é mais do que papel e ar! Se o ar existente no interior dessas mesmas placas fosse preenchido por papel teríamos algo mais parecido a madeira que a cartão, claro que seria resistente mas o peso seria muito superior. Muitas vezes é preferível perder 5% da resistência para podermos livrar-nos de 80% do peso.


Claro que para quem tinha uma cabeça que pesava 515 kg qualquer emagrecimento é bem vindo, não dá jeito nenhum ser tão cabeçudo.
No caso dos dinossauros, era extremamente "inteligente" ter a cabeça cheia de ar.




A Evolução é um processo fascinante e muitas outras utilidades poderiam ser extraídas destas cavidades: ressonância para vocalizações e consequente comunicação entre os animais, ou mesmo a amplificação de sons mais difíceis de ouvir, ou até mesmo a termorregulação através do ar respirado... Tudo isto pode ser estudado com o recurso a técnicas de Tomografia Computorizada e de processamento dos dados em software de manipulação 3D. O resultado final são crânios virtuais mais parecidos a esculturas pré-colombianas do que a fósseis do Mesozóico.
Um mundo está ainda por explorar para quem pensava que ter a cabeça cheia de ar não tinha interesse nenhum.




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terça-feira, 11 de novembro de 2008

O que é que os alemães se lembraram

É claro que o Smilodon nunca matou nenhum Tyrannosaurus nem nós descendemos de gorilas mas quero lá saber dos puristas. Está giro e basta.








E sim, a mulher é o futuro.



Encontrei o vídeo aqui.

sábado, 8 de novembro de 2008

Brilhante

No céu brilhou mais uma estrela a 7 de Novembro de 1913.
E, se me tivesse lembrado de escrever isto ontem, teriam feito 95 anos desde então.

Sempre que falamos em Teoria da Evolução recordamos sempre um só nome e nem nos apercebemos que a publicação que fundou essa mesma teoria foi assinada a quatro mãos.

Sobre a Tendência das Espécies formarem Variedades; e sobre a Perpetuação de Variedades e Espécies por Meios de Selecção.

Foi apresentada à Linnean Society a 1 de Julho de 1858 e deu o pontapé de saída para uma mudança na forma de pensar o mundo natural. A biologia nunca mais foi a mesma.

Obrigado Wallace por tudo.





Aqui a página Alfred Russel Wallace.






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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SVP

Quando a sociedade se organiza espontaneamente para compreender o mundo e explicá-lo melhor é motivo de espanto e orgulho.

Acostumados a pedir apoios e subsídios, muitos não entendem como pode uma organização científica independente sobreviver e outros duvidam até da sua utilidade.

Como pode uma sociedade científica dedicada ao estudo de restos de animais extintos há milhões de anos sobreviver sem um forte apoio do Estado?

E será que deve existir? Será que devemos perder tempo a estudar pequenos roedores extintos do Paquistão ou répteis desaparecidos há muito da costa Angolana? Que importância tem a evolução das espécies? Que interesse tem isso tudo? O que ganhamos com isso?

Em Austin no congresso anual da Society of Vetebrates Paleontology ouvi um velho mestre exclamar:
"É um orgulho poder pertencer e investigar numa sociedade que nenhum impacto tem no PIB!"

Claro que não é bem assim, mas isso é completamente irrelevante. As nossas acções não se devem pautar pela pura e exclusiva preocupação com o essencial. É o supérfluo que nos faz humanos, quase que é uma contradição. Torna-se essencial para se "ser humano" um apetite insaciável pelo supérfluo. A arte é supérflua, a religião também, o lazer também, se nos restringirmos ao essencial ficamos reduzidos a pouco mais que um campo de concentração.
A questão não está em se devemos ser gratuitos e dedicarmo-nos ao dispensável, está sim em decidir o que escolher. Uns escolhem ler a "Bola" enquanto outros preferem escalar o Makalu.

Choque.
Foi o que senti ao ver como funciona a SVP na minha primeira participação no seu congresso há três anos atrás. Uma sociedade viva, independente e espantosamente próspera! Leilões feitos por paleontólogos vestidos de James Bond ou de Piratas servem para angariar fundos para as expedições mais fantásticas feitas no nosso planeta. O ambiente é um misto de filatelistas de escritório com Indianas Jones que literalmente viajam até ao fim do mundo para desenterrar caveiras e esqueletos.

O entusiasmo é contagiante e é impossível não aprender imenso. A ciência deve servir mais para isto, para nos fazer feliz por sabermos um pouco mais sobre o que nos rodeia do que para resolver os nossos problemas do dia a dia. É a diferença entre culinária e gastronomia...

Sempre que me perguntam porque estudo paleontologia respondo que, tal como eles, também eu em criança adorava dinossauros mas a nossa diferença é que tive a sorte de não ter de crescer!

É esta maravilha que faz de todos nós humanos.
É um orgulho poder pertencer a esta sociedade de pioneiros e exploradores.
E não há maior agradecimento do que desejar profundamente que a esta aventura do saber continue e se multiplique!

Aqui fica um vídeo sobre a SVP http://www.vertpaleo.org/video/WeAreSVP/index.cfm para que percebam o que quero dizer.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Cito

"The best things in life aren't things."

(Arthur Buchwald)


Só é pena é que tão pouca gente se aperceba disto...

sábado, 11 de outubro de 2008

Imagens (sábado)

E termino com um crânio de crocodilo com os ossos todos separados. Uma pequena maravilha para qualquer anatomista!



















(clicar na foto para aumentar)




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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

C. Darwin

Façam-me um favor e apareçam. Já fazia falta uma iniciativa assim...





A Fundação Calouste Gulbenkian vai assinalar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e, simultaneamente, a passagem de 150 anos sobre a publicação da obra “A Origem das Espécies” com uma exposição intitulada A Evolução de Darwin, a realizar entre 12 de Fevereiro e 24 de Maio de 2009.

Um ciclo de conferências - No Caminho da Evolução – vai anteceder esta mostra, estando a primeira sessão marcada já para o próximo dia 15 de Outubro, 4ª feira, às 18h, no Auditório 2 da Fundação. Na ocasião será lançado o livro “A Origem das Espécies de Darwin” de Janet Browne, professora de História da Ciência na Universidade de Harvard e biógrafa de referência de Charles Darwin.

Carlos Marques da Silva abrirá este ciclo de conferências com uma comunicação intitulada Entre o Céu e a Terra. Professor no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador no Centro de Geologia da mesma Universidade, Marques da Silva vai focar a importância da formação geológica de Darwin que lhe permitiu desenvolver um trabalho importante no domínio das Ciências da Terra.

A Teoria da Evolução por Selecção Natural pressupõe a existência de um tempo geológico muito extenso que permitiu as mudanças evolutivas que geraram a biodiversidade que actualmente conhecemos. Juntamente com a questão da “origem simiesca” da Humanidade, este tema suscitou reacções arrebatadas por parte da conservadora sociedade vitoriana inglesa da segunda metade do séc. XIX, alimentando variadas e calorosas polémicas.




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Retirado da Gulbenkian


Imagens (sexta)

Casca de ovo de titanossauro, a Argentina tem destas coisas...



















(clicar na foto para aumentar)




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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Imagens (quinta)

A Alice e o Argentinosaurus huinculensis.

























(clicar na foto para aumentar)




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imagens (quarta)

Acho que falhei a de quarta... por isso cá ficam duas imagens da Patagónia a compensar...

Cretácico superior de Neuquén, no local onde as fotos foram tiradas os dinossauros (até agora) escasseiam mas as paisagens são fantásticas!
























(Clicar nas imagens para aumentar)






















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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Imagens (terça)

Vestígios de hidrocarbonetos (petróleo)



















(clicar na foto para aumentar)


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É desta

Large Hadron Collider




















(clicar na imagem para ver em tempo real as experiências no LHC)

Apanhei cá um susto!


Obrigado ao Ludwig

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Imagens (segunda)

Cretácico Superior da Formação de Neuquén.
É perfeitamente visível a estratificação entrecruzada, sinal da presença de rios neste local no final do Cretácico.



















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domingo, 5 de outubro de 2008

Imagens

Durante uma semana, publicarei uma imagem que me tenha marcado nesta última viagem pela Patagónia.



















Ovo de dinossauro saurópode, Cretácico da Argentina.




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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Brilhante

Não têm tempo?
Nem eu, mas acreditem que vale a pena e as diferenças para com o discurso de Palin são abissais.



Não há dúvida, ganhe quem ganhar as coisas do lado de lá do Atlântico estão a mudar...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Esqueci-me...

... Parabéns Vanessa.
O raio da miúda é rija!

17,67


Parabéns

Boa Tarde

"Assim como o nosso espírito se fortifica pela convivência com espíritos rigorosos e sensatos, nem se pode dizer quanto se empobrece e degenera pelo contínuo comércio e frequência que temos com espíritos baixos e doentios. Não há peste que se espalhe tanto como essa. Sei por não pequena experiência o preço por que fica. Gosto de discutir e discorrer, mas é com pouca gente e para meu proveito. Porque servir de espectáculo aos grandes e fazer ao desafio exposição do espírito e de palavreado, acho que é ofício que não fica bem a um homem honesto."

Montaigne, Da Arte de Discutir

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Por que se rompem as meias

A caminho de um casamento de um bom amigo.
Fato bonito e gravata ainda por escolher, mas como não tenho nenhum par de meias que se apresente tenho de ir às compras.
Comprar meias.

Fica sempre bem contribuir para a economia nacional, e a industria têxtil agradece, o shopping agradece, a lojista agradece, e o amigo… o que mais conta... nem nota.

Mas eu prefiro assim, sinto-me melhor comigo mesmo. Fico mais seguro e confortável, é assim que somos, é isto que nos faz pessoas.

Como dizia um tipo esperto: Só existem duas coisas infinitas, o Universo e a estupidez humana, mas quanto ao Universo ainda não tenho bem a certeza.

Fiquei então a pensar... já não vou a um casamento há mais de 5 anos. Por que raio é que as pessoas não se casam mais? Por que têm cada vez menos filhos?
Falta de dinheiro. Isto está mesmo mal. A minha carreira não é nada estável. Não se pode ter filhos num mundo assim.

Resumindo, não temos filhos por que não temos condições para os ter. A culpa não é nossa, é algo externo. Isto está a correr mal e como tal não dá. É isto que ouvimos, nada de novo.

Quanto a mim parece-me que a causa é externa, mas será mesmo por isso que não temos mais filhos? Duvido profundamente.

Como é mais que óbvio, quem responde o que responde não está a mentir. Se me dizem que não têm dinheiro nem condições para ter filhos quem sou eu para duvidar. Agora o interessante não é que isso seja ou não verdade, o interessante é que não é por causa disso que as pessoas não têm filhos.

Este tipo de conversa parece de loucos mas é assim. Mesmo que repitam constantemente que não têm dinheiro para ter filhos e é por isto que não os têm eu duvido muito que tenham razão.

Reparem como é confuso:
Não temos filhos por falta de dinheiro, certo? Certo.
Não estamos a mentir, certo? Certo.
Então temos falta de dinheiro para ter filhos, certo? Errado!

Se temos então imensas pessoas a dizer que não têm filhos por que não têm dinheiro, devemos duvidar delas? Julgo que sim.

A aparente discordância advém de uma confusão semântica, nada mais. Numa discussão basta acordarmos na definição dos termos em causa para chegarmos facilmente às mesmas conclusões. Vejamos.

A resposta está na definição de "filhos" e na expressão "não ter dinheiro".

Basta pensar na nossa média de filhos e compará-la com a que os nossos pais ou avós tinham para se perceber que cada vez temos menos filhos.
Agora façamos um outro exercício, comparemos a esperança média de vida, poder de compra, nível de vida e qualidade de vida dessas mesmas três gerações.
Enquanto o gráfico do número de filhos desce o das condições de vida sobe a pique.
Se compararmos espaço em vez de tempo o resultado deve ser semelhante, nos países com mais condições encontramos as populações que menos filhos têm e o inverso se passa nos países mais pobres. Façamos as análises todas que quisermos inter e intra-países e todas vão dar-nos uma correlação negativa entre condições para ter filhos e número efectivo de filhos. Ou seja quanto mais condições menos filhos. E porquê? Se perguntarmos às pessoas que não têm filhos a resposta é simples: por que não têm condições.

Mas esperem lá um segundo para ver se isto bate certo.
Quem não tem condições, tem filhos, e quem as tem não quer filhos dizendo que a culpa é de não ter condições? Estou certo?

Pois o problema não é das condições. Nunca, em toda a História, vivemos tão bem como agora, com tanta abundância em oportunidades, saúde, dinheiro, e apoios sociais.
Nunca tantos tiveram tantas condições para ter… tão poucos filhos.
Se o problema não é esse então qual é? E por que razão acham alguns que não têm condições para procriar?

Agostinho da Silva dizia algo assim: Temos cada vez menos filhos e isso não se deve ao facto de não termos meios para os criar, o problema é que os nossos filhos não querem ter pais como nós.

E é mesmo isto que se passa. Os nossos filhos não querem ter pais como nós. É aqui que a porca torce o rabo, os "nossos filhos" são aquilo que queremos que eles sejam e estamos a criar filhos que não querem ter pais como nós. Se criamos filhos quase perfeitos é a perfeição que procuramos. É isso que queremos, só queremos filhos que exijam ser perfeitos. E se assim é, claro que nem todo o dinheiro do mundo é suficiente.
Somos nós que projectamos essa necessidade e ambição nos nossos filhos e se só conseguimos conceber filhos perfeitos então todos os que nasçam e não o sejam vão ser profundamente infelizes. É esta ideia de filhos perfeitos que nos impede de os ter. Porque eles não vão querer nascer e não ser perfeitos. Assim, eles não querem, de facto, ter pais como nós.

É realmente um problema de semântica "não tenho condições" depende das expectativas e consequentemente das nossas ambições. A fasquia está muito alta, cada vez mais alta. Só conseguimos começar a pensar em ter filhos depois de termos um emprego fixo e bem remunerado, casa própria e bem localizada, parceiro fixo e com emprego fixo, carro, casa equipada, etc etc etc. Tem tudo de estar perfeito e os nossos filhos só podem existir se tudo for perfeito.

Se é verdade que as condições para ter filhos nunca foram tão boas também é verdade que o sistema que as criou só o conseguiu por ter gerado a ilusão que mais é melhor.
É esta a chave estamos todos convencidos que mais é melhor.
Foram as expectativas e ambições causadoras das nossas prósperas sociedades capitalistas que causaram este decréscimo na nossa fecundidade. Temos prosperidade e abundância pelas mesma razões que não temos muitos filhos para se gozarem disto tudo. As condições aumentaram e muito, mais do que nunca, mas as expectativas aumentaram ainda mais, por isso nunca temos o suficiente. A causa é mais externa que interna o Mundo é assim, exigente. Mais exigente do que as nossas vidas.
Não sei se é bom ou mau mas acho que vou levar meias rotas ao casamento.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

:)

Às vezes pergunto a mim mesmo qual é a origem do riso?





















"...se à vista do mesmo mundo tem mais razão quem ri, como ria Demócrito, ou quem chora, como chorava Heraclito..."

sábado, 12 de julho de 2008

Sorte ... ou talvez não.

Cá vai…


Trifolium sp.
















Marsilea quadrifolia
O primeiro é uma Fabaceae, o segundo é uma Ptheridophyta.
Em Portugal temos 43 espécies de Trifolium... enquanto que de Marsilea apenas quatro... é de facto uma sorte encontrarmos um trevo de quatro folhas...

Também podem existir Trifolium com quatro folhas (e até com mais) mas são mesmo muito raros (1:10 000).

Ah e já agora, os trevos só têm uma folha. Vemos três por que o limbo desta está dividido em três ou mais folíolos.


Beijos, estou de volta!


PS: Obrigado Carlos...

Outras fontes
Aqui
Aqui
E aqui


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Carl Orff



A Letra original:

O Fortuna,
velut Luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis;
vita detestabilis
nunc obdurat
et tunc curat
ludo mentis aciem;
egestatem,
potestatem,
dissolvit ut glaciem.

Sors immanis
et inanis,
rota tu volubilis,
status malus,
vana salus
semper dissolubilis;
obumbrata
et velata
mihi quoque niteris;
nunc per ludum
dorsum nudum
fero tui sceleris.

Sors salutis
et virtutis
mihi nunc contraria;
est affectus
et defectus
semper in angaria.
hac in hora
sine mora
cordae pulsum tangite!
quod per sortem
sternit fortem,
mecum omnes plangite!

Como prometido cá está a tradução (a Wiki tem tudo!) :

O Fortuna, --- Ó Fortuna,
velut luna --- És como a lua
statu variabilis, --- Mutável,
semper crescis --- Sempre aumentas
aut decrescis; --- Ou diminuis;
vita detestabilis --- A detestável vida
nunc obdurat --- Ora oprime
et tunc curat --- E ora cura
ludo mentis aciem, --- Para brincar com a mente;
egestatem, --- Miséria,
potestatem --- Poder,
dissolvit ut glaciem. --- Ela os funde como gelo.

Sors immanis --- Sorte monstruosa
et inanis, --- E vazia,
rota tu volubilis --- Tu, roda volúvel
status malus, --- És má,
vana salus --- Vã é a felicidade
semper dissolubilis, --- Sempre dissolúvel,
obumbrata --- Nebulosa
et velata --- E velada
michi quoque niteris;--- Também a mim contagias;
nunc per ludum --- Agora por brincadeira
dorsum nudum --- O dorso nu
fero tui sceleris. --- Entrego à tua perversidade.


Sors salutis --- A sorte na saúde
et virtutis --- E virtude
michi nunc contraria --- Agora me é contrária.
est affectus --- Dá
et defectus --- E tira
semper in angaria. --- Mantendo sempre escravizado
hac in hora --- Nesta hora
sine mora --- Sem demora
cordum pulsum tangite; --- Tange a corda vibrante;
quod per sortem --- Porque a sorte
sternit fortem, --- Abate o forte,
mecum omnes plangite! --- Chorai todos comigo!

Retirado daqui.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Jurassic Foundation

Já me tinham chamado de tudo, desde Castanheira, Castanha, Castanho até Castanhito. Tudo mesmo.

Mas é a primeira vez que uma jornalista confunde Rui com Ricardo.
Como o press release já seguiu só me resta aceitar os pedidos de desculpa e corrigir a gralha.

Aqui fica a notícia, mas desta vez, com os nomes correctos:

Portugueses ganham prémio internacional para estudar ninho de ovos de dinossauro da Lourinhã
Lourinhã, Lisboa, 16 Maio (Lusa)


A Fundação do Jurássico, criada com os lucros dos filmes da saga "Parque Jurássico" de Steven Spielberg, atribuiu um prémio a dois jovens paleontólogos portugueses para estudarem os ovos com embriões de dinossauros descobertos na Lourinhã.

O ninho, com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões, é um dos maiores do mundo e foi descoberto em 1993 por Isabel e Horácio Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã, tendo a descoberta sido divulgada quatro anos depois.

Rui Castanhinha e Ricardo Araújo, de 25 e 23 anos de idade (na foto à esquerda e direita respectivamente) são os segundos portugueses a serem galardoados pela Fundação do Jurássico, oito anos depois do paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã, que investiu a verba atribuída nessa bolsa nas escavações de vestígios de um dinossauro saurópode no concelho.

O prémio vai dar azo a um ano de intenso trabalho para "perceber como é que os dinossauros com 150 milhões de anos (Jurássico Superior) se reproduziam, como cresciam, que hábitos e que comportamentos tinham", disse à agência Lusa Rui Castanhinha.

O trabalho dos dois investigadores agora premiados vai desenvolver-se durante um ano, sob a orientação de Miguel Telles Antunes e Octávio Mateus, paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa, incidindo em campanhas de escavações e trabalhos laboratoriais que vão culminar num estudo, que poderá vir a ser publicado numa revista científica internacional.

"Vamos passar algumas semanas no campo para localizar as zonas onde foram descobertos os ovos, enquadrando com a geologia que havia na época, e depois vamos analisar a textura das cascas dos ovos para perceber o tempo de gestação" e comparar os seus comportamentos com animais actuais, como crocodilos e aves.

Sabe-se que o ninho descoberto na década de 90 pertence a um dinossauro carnívoro bípede da família dos terópodes.

Os primeiros achados existentes em todo o mundo foram descobertos pela primeira vez na Lourinhã e o dinossauro veio a ser apelidado de "lourinhanosaurus antunesi".

Os fósseis e o ninho desde dinossauro fazem dele uma das principais atracções do museu.

Trata-se de um animal que atingiria um comprimento de 4,5 metros de comprimento e pesaria 160 quilos, sendo muito idêntico ao "tiranosaurus rex", figura maior dos filmes de Spielberg.


Publicado simultaneamente em Lusodinos



Retirado e corrigido daqui.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Impressionante 2

Lendo a National Geographic deste mês.
Mais uma máquina impressionante.
Como a natureza nos espanta e como nos serve de inspiração.



Parabéns aos engenheiros em Standford. Um Stickybot que escala superfícies de vidro sem cola ou ventosas é mesmo impressionante.






















Osga (quase comida) em Angola na expedição de 2007.
Já tenho saudades de Benguela.

sábado, 3 de maio de 2008

Fauvismo (ou não)

«O nome desta corrente deve-se a Louis Vauxcelles que apelidou os artistas numa exposição como “Donatello au milieu des fauves!” no Salon d'Automne, em 1905, pois havia ali a estátua convencional de um menino rodeada de pinturas neste novo estilo, o que o levou a dizer que aquilo lhe lembrava um Donatello entre as feras. Este título inicialmente com o carácter depreciativo manteve-se. Este grupo de pintores escandalizou, então, os contemporâneos, ao utilizar nos seus quadros cores violentas, de forma arbitrária.»

Henri Rousseau não era um fauvista, mas a sua cena da selva O Leão faminto (Le lion ayant faim se jette sur l’antilope) esteve na exposição e poderá ter influenciado o seu uso pejorativo.


E como eu não resisto a uma besta bela, fauvista ou não, cá fica a obra.



















Retirado da Wiki

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Post 100

A propósito do centésimo post do conjurado, aqui fica a eterna presença...




Estou, nesta noite cálida, deliciadamente estendido sobre a relva,
de olhos postos no céu, e reparo, com alegria,
que as dimensões do infinito não me perturbam.
(O infinito!
Esta incomensurável distância de meio metro
que vai desde o meu cérebro aos dedos com que escrevo!)


O que me perturba é que o todo possa caber na parte,
que o tridimensional caiba no dimensional, e não o esgote.


O que me perturba é que tudo caiba dentro de mim,
de mim, pobre de mim, que sou parte do todo.
E em mim continuaria a caber se me cortassem braços e pernas
porque eu não sou braço nem sou perna.


Se eu tivesse a memória das pedras
que logo entram em queda assim que se largam no espaço
sem que nunca nenhuma se tivesse esquecido de caír;
se eu tivesse a memória da luz
que mal começa, na sua origem, logo se propaga,
sem que nenhuma se esquecesse de propagar;
os meus olhos reviveriam os dinossáurios que caminham sobre a Terra,
os meus ouvidos lembrar-se-iam dos rugidos dos oceanos que engoliram continentes,
a minha pele lembrar-se-ia da temperatura das geleiras que galgaram sobre a Terra.


Mas não esqueci tudo.
Guardei a memória da treva, do medo espavorido
do homem da caverna
que me fazia gritar quando era menino e me apagavam a luz;
guardei a memória da fome;
da fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez estender os lábios sôfregos para mamar quando cheguei ao mundo;
guardei a memória do amor,
dessa segunda fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez desejar a mulher do próximo e do distante;
guardei a memória do infinito,
daquele tempo sem tempo, origem de todos os tempos,
em que assisti, disperso, fragmentado, pulverizado,
à formação do Universo.

Tudo se passou defronte de partes de mim. E aqui estou eu feito carne para o demonstrar, porque os átomos da minha carne não foram fabricados de propósito para min Já cá estavam. Estão. E estarão.


(Poema da eterna presença, António Gedeão)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ufa

Não tenho mesmo tempo para postar nada.

Não percebo como é que há gente com tempo para fazer ciência e escrever em blogs.


Eu qualquer dia rebento...

...mas enquanto não estoiro cá fica mais uma TED TALK:



Beijos e Abraços.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ganhámos


Com quase dois terços dos votos da Assembleia Geral mais participada de sempre da história do Museu, temos muito trabalho pela frente.

Ganhou a Justiça, a Verdade e a Coragem.


Um ano a andar a marcar passo já chegava.

Porque somos diferentes podemos ser melhores.

E seremos.


Obrigado a todos os conjurados.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vamos a votos



No próximo dia 12 de Abril (Sábado) o GEAL - Museu da Lourinhã vai a votos!

Como é claro há mais que uma lista candidata.
A que se afigura como a mais competente, para enfrentar os novos desafios a superar, é a lista liderada por Hernani Mergulhão apresenta-se sobre o lema: Estudar o Passado, Construir o Futuro.

Eu próprio me atirei de cabeça neste projecto e aqui ficam as razões por que vou a votos:

wwww.gealmuseu.blogspot.com/


Caros conjurados apareçam no Museu pelas 20h:30m.

Todos não somos demais!

sábado, 29 de março de 2008

Espectáculo.

"A primeira vez que fazemos uma coisa é Ciência, a segunda vez é Tecnologia, a terceira já é trabalho de técnicos..." a partir daí é só aborrecido.
Por isso é que a Ciência é um ESPECTÁCULO. Benditas palestras TED!



E para quem nunca viu uma garrafa com um só lado, uma chamada "garrafa Klein", cá vai um link da WIKI.

Brincar com a Evolução.

Podemos brincar com tudo e digo: mesmo tudo. A priori não vejo limites para que não possamos ver seja aquilo que for, com humor. Nem consigo imaginar quais são os casos em que deveríamos ter cuidado antes de transmitirmos essa nossa visão. Afinal o cómico começa por ser uma visão particular nossa que em nada se altera ao ser comungada por outros. É por isso que muitas vezes não entendo a frequência com que os mais diversos grupos de pessoas se ofendem ou se opõem à publicação de brincadeiras. É claro que isso só acontece se as brincadeiras se debruçarem sobre aquilo que une esse "grupo de pessoas". Chega mesmo a parecer que o critério é: se brincares com os outros tudo bem, se brincares comigo nem pensar.
Doi assim tanto parecer ridículo? será o riso assim tão subversivo? será isso mau?
Talvez, mas só enquanto todos o virmos assim.

Como exemplo deixo aqui um vídeo que me enviaram. É uma sátira sobre Epistemologia das Ciências. Sim, Epistemologia da Ciências, por ser um palavrão parece ter um significado muito profundo. Mas é muito simples de definir: é o estudo de como sabemos o que sabemos. A definição é fácil agora estudar Epistemologia é bem mais complicado.
De qualquer das formas como não quero perder, por agora, mais tempo com assuntos sérios cá vai a brincadeira sobre o que pessoas como Dawkins, Dennett, Harris, Hitchens e outros pensam sobre a forma de sabermos o que sabemos.

Já que a regra é "brincar com os outros tudo bem, brincar comigo nem pensar" e como, epistemologicamente, não me incluo nesse grupo de notáveis quero lá saber e cá vai disto.





«My name is D to the I to C to the K, Yeah I'm the Dickie D,
I gots my PhD and comin' your way on the Youtube to bust your world view so just listen to me and don't you argue.

You see, this battle's been ragin' since Zeus was on the bottle, 'tween Science like Democritus and Faith like Aristotle,
who said the mover was unmovin' like some magic trick but
that's no good logic, my posse is far too quick for this
religious schtick.

Coz science is the only way to know y'all, you stand with me y'all, or you can fall y'all

So go ahead and take your pick...

ES: Yeah you tell him Rick ...
Darwin: Coz if you don't know me ...

RD: YOU DON'T KNOW DICK!!

Chorus: Yeah he's the Dick to the Dawk to the PhD,
he's smarter than you he's got a science degree!
Yeah he's the Dick to the Dawk to the PhD,
he's smarter than you he's got a science degree!

SH: On the shoulders of midgets we built up this machine,
DD: YEAH!!!

RD: Science silenced that watchdog wingnut Paley
growing stronger and harder almost daily, storming Wilber by force as we framed the discourse that faith and science are split in schismatic divorce.

Then Darwin took to the seas to see what no one had seen, and ever since then we've been increasingly keen, they may never adore us, but they'll no longer ignore us,

give it to 'em PZ hit these *BLEEP* with the chorus!!!

Chorus : Yeah he's the Dick to the Dawk to the PhD,
he's smarter than you he's got a science degree!
The Dick to the Dawk to the PhD,
he's still smarter than you he studied biology!


Then there was Darrow dukin' it out with the straight and the narrow,
a ragin' bull in the ring, he did his thing, and took it on the chin like he was Bobby De Niro.

We might have lost at Scopes, beaten down by the dopes, and the stooges of popes, but in losin' we coped, becomin' more than we hoped, creationists slipped on the soap of their own slippery slope.

What was impossible, improbable, is now wholly unstoppable untoppleable, the Dick Dawk'll roll up as you creationists foldup

you haters talkin' bull,
don't you know that this Dick is un-*BLEEP*-frickin' blockable ...

Chorus: Yeah he's the Dick to the Dawk to the phd,
he's smarter than you he's got a science degree!
The Dick to the Dawk to the phd,
he's still smarter than you he studied biology!

Now the machine of our making, sees culture ripe for the taking,

Coz I'm the rappinest, rabidest atheist who unlike the Catholic, Muslim, or even the Jew, believes that no God but science could ever be true, hell if I was dyslexic I'd even hate "dog" too.

Time to open your eyes, get yourself wise, the age of sciences'll rise to be religion's demise,

and while you churchies all cry, shouting 'why God oh why,'I'll still be poppin' my collar earning more dollars than Allah.

Hollah!

Chorus: Yeah he's the Dick to the Dawk to the phd,
he's smarter than you he's got a science degree!
The Dick to the Dawk to the phd,
he's still smarter than you he studied biology!

Chorus: Yeah he's the Dick to the Dawk to the phd,
he's smarter than you he's got a science degree!
The Dick to the Dawk to the phd,
he's still smarter than you he studied biology!

[repeat chorus]»


Nota1: O ridículo neste vídeo está tanto nas incongruências de alguns ateus como nas intenções dos IDiotas que fizeram(?) esta brincadeira. Gozar com as coisas não nos dá razão, apenas pode tornar tudo mais divertido.
Nota2: A letra foi retirada hoje 1 de Abril (até parece mentira) às 15:50 do blog do

quinta-feira, 27 de março de 2008

DESCUBRA AS DIFERENÇAS

Post do Conjurado
Terça-feira, 25 de Março de 2008

http://conjurado.blogspot.com/2008/03/impressionante.html



Post do Ciência ao Natural

Quarta-feira, 26 de Março de 2008

http://cienciaaonatural.blogspot.com/2008/03/robtica-levanta-te-e-caminha.html


«Não é copiar, é homenagear a Natureza, esta apropriação de métodos!»


quarta-feira, 26 de março de 2008

O Filho da Mãe.
























Raios partam o RNA e mais quem o empacotou num invólucro proteico!
Nem sei se podemos dizer que um vírus tem mãe, mas se pudéssemos este seria sem dúvida um dos grandes Filhos da Mãe [e só não troco "mãe" por nenhuma profissão milenar porque isso seria ainda menos científico, suspeito que os Orthomyxoviridae não prestem serviços sexuais a troco de dinheiro].

Resumindo, estou a chá e torradas que é o que a avozinha diz que faz bem...


terça-feira, 25 de março de 2008

Impressionante.

Chama-se BigDog e nunca tinha visto nada assim, funciona a gasolina é espantoso. Este cão/cavalo robô desenvolvido pela Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) consegue caminhar de uma forma completamente impensável para uma engenhoca desenhada pelo Homem.

Para quem não sabe a DARPA é uma agência financiada pelo Departamento de Defesa Norte Americano e consegue encontrar soluções muito engraçadas: desde bombardeiros super sónicos não tripulados até à criação da Internet!!

Os militares americanos andam relamente entretidos a fazer das suas...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Obrigado.

Arthur C. Clarke (1917 -2008)

















"When a distinguished but elderly scientist states that something is possible, he is almost certainly right. When he states that something is impossible, he is very probably wrong."


A triste noticia aqui.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Parabéns Pedro! Já começa a ser um hábito.

Já com algum atraso transcrevo a boa notícia:


"Arquitectos Portugueses ganham concurso internacional

Uma equipa de arquitectos portugueses está entre a dezena de vencedores de um concurso de propostas de habitações para vítimas de catástrofes.

Os portugueses AJLS Arquitectos (João Sequeira, Ana Figueiredo, Marta Moreira e Pedro Miguel Ferreira) estão entre os 10 vencedores da competição «E se em Nova Iorque? concurso de design para construção de habitações após uma catástrofe», que contou com 465 participantes de 52 países.




















O que aconteceria a Nova Iorque (que tem uma população de oito milhões de pessoas junto a uma frente marítima) se fosse atingida por um furacão de categoria 3 (como é o caso de um furacão registado em 1938)? Se a zona residencial mais densamente povoada visse destruídas milhares de casas em poucas horas? Se milhares de pessoas ficassem sem casa, sem poder ir trabalhar ou à escola? Se as ruas fechassem e fossem inundadas?

Os concorrentes foram convidados a imaginar uma situação de catástrofe dentro de uma zona de 2,6 quilómetros quadrados de Nova Iorque, em que habitantes de cerca de 38 mil casas precisassem de habitações temporárias para retomar a sua vida.


















As casas, que deviam estar prontas assim que possível, deviam ser seguras e razoavelmente espaçosas, incluindo nelas tudo aquilo que esperamos ver numa habitação: sítios para comer, dormir, guardar coisas ou fazer a higiene.
As propostas deviam considerar a reciclagem e reutilização dos materiais destes abrigos temporários (assim que as casas definitivas que os viessem substituir ficassem habitáveis) em futuros cenários de catástrofe ou em outros cenários em que fossem precisos.

O concurso internacional foi organizado pelo Gabinete de Gestão e Planeamento de Emergência de Nova Iorque (New York City Office of Emergency Management), uma entidade criada em 1996 para prevenir e preparar os habitantes para emergências, coordenar os trabalhos de recuperação e recolher fundos para a reconstrução dos edifícios e apoio das vítimas.

Financiado por uma série de entidades públicas e privadas, entre as quais a Fundação Rockfeller, o concurso recebeu, ainda, o apoio organizacional da Architecture for Humanity New York, uma filial da organização sem fins lucrativos que se dedica à promoção de trabalhos de arquitectura que respondam a crises sociais e humanitárias de todo o género e em qualquer parte. "


Retirado daqui.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Eu Vou!

Já tenho idade para ter juízo.

Caros conjurados recomendo sem sombra de dúvidas esta Estreia Mundial !!!
Especialmente para quem já está farto dos zés, dos gatos e dos que se levantam para nos fazer rir...


LISBOA
Sala principal do Teatro da Trindade
5, 12, 19, 25 e 26 de Abril de 2008


terça-feira, 11 de março de 2008

A Monarquia das bananas

A propósito de uma discussão que tive cá por casa lembrei-me de escrevinhar umas linhas sobre a sempre fresca querela que debate a melhor forma de regime: se é uma monarquia ou uma república. Para mim sempre foi pacífico que o melhor seria viver num país onde todos somos iguais em dignidade. E se isto parece claro e óbvio, também o é que todos devemos ter o direito de poder desempenhar qualquer função estatal, desdo a base até ao topo. Só nos devemos limitar pelas nossas capacidades e pelo mérito que delas resulta. Sempre pensei que era só isto que deveria servir de distinção numa verdadeira meritocracia.

Esteve tudo isto – sempre transparente – na minha mente.

Esteve, no pretérito, mas já não está.

Conversando e conversando, converti-me. Sou monárquico. Não um monárquico qualquer mas sim um monárquico especial. Melhor que me catalogar deixem-me contar-vos como me converteram.

Segue-se o meu caminho de Damasco, foi mais ou menos assim:


Eu – Olá, viva a República!

OutroOlá… diz-me como podes ser tão cegueta que não vejas que o filho mais velho do Rei devia ser o próximo chefe de estado? Não vês que em Espanha é assim? Não me digas que é só coincidência os nuestros hermanos serem bem mais desenvolvidos que nós, ou queres ver que a constituição deles não presta? É por estas e por outras que temos uma República das bananas!

– Sim, sim. Mas eles são os primeiros a querer mudar a constituição para que as mulheres possam herdar o trono em igualdade com os homens.

- Tens razão. Seria melhor que o filho ou filha mais velho(a) do Rei fosse o próximo(a) chefe de estado. Sem distinção entre os géneros. Ou não?

- Não. Porquê o mais velho? Eu sou filho do meio. Imagina lá tu que os meus queridos pais me iam deixar um reino … tanto seria justo a minha irmã mais velha se revoltar por ser preterida por causa do sexo como eu me revoltar por ser preterido por causa da data do meu nascimento… e já agora a minha irmã mais nova também se revoltaria com toda a justiça já que ela ficaria sempre para trás em qualquer dos casos.

- Pronto está bem, mas seria tão bom viver num pais onde qualquer um dos filhos do Rei poderia ser herdeiro sem discriminações…

- E agora pergunto eu, como escolherias qual deles seria o próximo Rei? Tiravas à sorte?

- Não sejas irónico, claro que não. Seriam todos educados para poderem ser Reis ou Rainhas e escolhia-se o melhor!

- E já agora, como é que se escolhia o melhor?

- Bem escolhiam os pais… quer dizer… mas os pais (pelo menos um) já estariam mortos. Então escolhiam os nobres, ou as cortes… ou… já sei. Eram escolhidos por uma comissão de sábios depois de um período de avaliação. Epá genial! Como é que ninguém se tinha lembrado disso!?

- E define lá isso de “comissão de sábios”.

- Era simples… bem… quer dizer… olha só para não dizeres que não defendo a democracia até nem me chocava que fossem os parlamentares a avaliar os príncipes e as princesas.

- Sim isso era giro mas voltando um pouco atrás. Se os filhos bastardos do rei quisessem ser avaliados pelo parlamento podiam ou não podiam? Afinal eram filhos do Rei.

- Como se o reis actuais tivessem assim tantos filhos bastardos. Mas ok, não fugindo à tua pergunta, podiam sim, não havia problema. A regra é serem filhos do Rei.

- Só os filhos do Rei? Só esses?

- Sim só esses.

- E se o Rei não tivesse filhos?

- Lá estás tu a complicar. Bom se não houvessem filhos, íamos aos sobrinhos e irmãos do Rei e por ai fora… tínhamos era de os educar para serem chefes de estado, logo desde pequeninos.

- Mas não valem só os filhos do Rei? Afinal os sobrinhos e a família real (desde que educados para tal) são perfeitamente capazes de se tornarem chefes de Estado, certo?

- Sim certo. Isso era ainda mais seguro e justo. Era uma monarquia aperfeiçoada.

- Devíamos era educar todos os familiares do Rei para poderem ser avaliados pelo parlamento quando chegasse a infeliz notícia da morte do Rei.

- Sim sim, isso mesmo. Não me choca nada.

- Pois a mim também não. Só acho é que era ainda melhor se não restringíssemos aos familiares do Rei. Porque não às famílias dos nobres todos e aos seus amigos mais próximos?

- Ok pronto…Vá lá dos nobres e os seus amigos mais próximos. Mas a mais ninguém!

- Mas mais ninguém? Porquê mais ninguém? O que é que os amigos dos nobres são mais que tu e eu? Era só que faltava.

- Ok ok. Pronto ganhaste tenho de concordar. Podiam ser todos, desde que tivessem educação e fossem os melhores.

- E a que tipo de educação te referes?

- Conhecer o mundo, saber falar várias línguas, ser culto, saber ciência e politica… esse tipo de assuntos.

- Deixa ver se eu percebo. Começávamos por educar essas pessoas desde muito jovens, desde os 3 ou 4 anos em escolas especiais com professores especiais. Depois continuavam a sua educação estudando Português, Matemática, Musica, Línguas estrangeiras, informática e Desporto. Em seguida ensinávamos-lhe a pensar sobre o mundo em escolas para príncipes mas crescidos onde aprendiam para além disso Geografia, Historia, Literatura, Ciências Naturais, Física e Química, etc. Quando fossem mais crescidinhos até podiam escolher as disciplinas dentro da área que mais gostavam. Claro que poderiam tirar um curso e posterior doutoramento na melhor universidade real e pronto. Tudo isto pago com dinheiro do estado claro. Quando fossem maiores e após tantos anos de educação podiam apresentar-se para serem avaliados em igualdade de competição.

- Já estou a ver onde queres chegar… mas não me apanhas, o Rei era nomeado (não por todos mas apenas pelo parlamento) vitaliciamente! Até morrer, capiche?

- Ok ok. Tudo bem não cedes aí. Mas e se o Rei começasse a fazer disparates por loucura ou por malvadez?

- Aí o parlamento demitia-o!

- Então não era vitalício?

- Era quase, tinha de haver um controlo.

- E se em vez de vitalício o parlamento fosse obrigado periodicamente a avaliar o Rei. Digamos de 10 em 10 anos. Passado esse tempo o parlamento voltava a avaliar o Rei e a renomeá-lo ou não, nesse caso nomeavam outro para ocupar o cargo.

- Pois podia ser não vejo grande problema, até podiam ser períodos mais curtos, desde que fossem suficientemente longos. Tinham de ter alguma representatividade das suas reais competências.

- E isso seria mais ou menos quanto tempo?

- Sei lá no mínimo 5 ou 6 anos…

- Pois. E se em vez de nos apresentarmos todos à molhada para sermos avaliados no parlamento, existissem organizações que nomeavam ou apoiavam candidatos a essa eleição do Rei?

- Eleição? Tas louco? Isso não, jamais!

- Desculpa queria dizer nomeação.

- Ok, aí tudo bem. Até era mais simples. O pessoal organizava-se, discutia as suas ideias e esses grupos nomeavam os melhores de entre eles para serem avaliados. Boa ideia.

- Já agora e que tal em vez de ser o parlamento se fossemos todos nós a decidir. O povo todo. Todos os súbditos!

- Isso era ideal! Mas com fazias isso?

- Como?... Pensa lá…

- Mas isso… isso… não é uma monarquia.

- É sim Sr. é uma Monarquia das bananas!

- Ah, então defendes uma monarquia.

- Sim mas uma Monarquia das bananas!



É que no fundo no fundo há uma só coisa que distingue uma monarquia de uma república. Na primeira é apenas uma família Real que tem o direito e o dever de gerar os sucessivos representantes vitalícios de todos cidadãos. Na segunda o dever e o direito é de todas as famílias dos cidadãos que são chamadas a gerar sucessivamente potenciais representantes reais.

E digam lá se não é muito mais giro sermos todos príncipes e princesas deste nosso querido Portugal?