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sábado, 8 de novembro de 2008

Brilhante

No céu brilhou mais uma estrela a 7 de Novembro de 1913.
E, se me tivesse lembrado de escrever isto ontem, teriam feito 95 anos desde então.

Sempre que falamos em Teoria da Evolução recordamos sempre um só nome e nem nos apercebemos que a publicação que fundou essa mesma teoria foi assinada a quatro mãos.

Sobre a Tendência das Espécies formarem Variedades; e sobre a Perpetuação de Variedades e Espécies por Meios de Selecção.

Foi apresentada à Linnean Society a 1 de Julho de 1858 e deu o pontapé de saída para uma mudança na forma de pensar o mundo natural. A biologia nunca mais foi a mesma.

Obrigado Wallace por tudo.





Aqui a página Alfred Russel Wallace.






Publicado simultâneamente no Lusodinos

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

À conversa sobre a Evolução...








...
Escrevo-te este mail por uma razão, lançar-te um desafio!! Há uns fins-de-semana atrás estava eu a ver o bbc vida selvagem e, talvez por sentir alguma nostalgia das discussões evolutivas que houve, deparei-me com uma situação, a qual nunca me tinha lembrado. Trata a história disto: Pinguins imperadores, uma espécie que tem a particularidade de viver num dos locais mais agrestes do planeta (Antártida) e por isso se depreenda rapidamente que a selecção natural possa actuar nestes locais de forma talvez mais intensa.

Nesta espécie, ao contrario de muitas aves, não se faz um ninho (por razoes obvias), o que obriga sempre a que um progenitor "segure" um único ovo por cima das patas e encaixado numa prega de pele que o protege contra as intempéries, enquanto o outro se desloca vários quilómetros do local de reprodução para apanhar peixe que levará até ao parceiro e futuro rebento. Convém referir que a comunicação através de chamamentos sonoros é fulcral na identificação de indivíduos do mesmo casal e mesmo entre a cria e o seu progenitor.


Como é de prever, a sobrevivência do pinto neste ambiente é difícil, sendo que muitos morrem nos primeiros dias. Isto para o casal tem uma consequência enorme, pois uma vez que apenas põem 1ovo/ano, é o investimento numa época reprodutiva que se perde. Igualmente, os progenitores não têm a sua sobrevivência facilitada. Esta espécie é muito predada por outros animais (orcas, focas et al.), pelo que é também frequente haverem crias órfãs.
E eis que, finalmente, se sucede algo extraordinário. Aparentemente, as progenitoras que ficam sem pintos para criar, perseguem as crias órfãs para que estas passem a ser suas. Tal é a sua necessidade de maternidade, que chegam a lutar entre si, e podem mesmo vir a matar a cria por esmagamento (a sua forma de dizer: "esta é minha!", é basicamente colocarem-se em cima dela!!!).

A pergunta impõe-se: como explicar a adopção à luz da teoria do gene egoísta? Como se entende que um indivíduo tenha tal necessidade de proteger genes que não sejam os seus? Que esteja de tal forma necessitado que está capaz de sacrificar um enorme esforço da sua parte para criar pintos que não são os seus nem que tenham qualquer razão de parentesco, a não ser, pertencerem à mesma colónia?


Penso que o egoísmo que se vê neste caso passa pela satisfação pessoal do progenitor em ter um filho, mesmo que lhe custe uma elevada quantidade de esforço em criá-lo, não sendo dele. Este facto parece ser corroborado pelo facto de se suceder o esmagamento de pintos com a “corrida” que as mães fazem.
Mas não deveria a selecção natural nestes casos ter favorecido um comportamento que resultaria num maior investimento em massa corporal nesse ano (egoisticamente) para que no próximo ano pudessem ter uma cria mais saudável e resistente, do que, ao invés, gastar as suas energias criando uma cria órfã (comportamento aparentemente altruísta)? Ou será o bem-estar emocional de um indivíduo é superior à sua predisposição genética para o egoísmo puro e simples?



Deixo-te com as dúvidas e fico à espera de resposta e noticias tuas.



Até lá, um abraço e um desejo de felicidades,


Pedro Salgueiro








Oi Pedro!

Como é bom receber noticias tuas, principalmente desta forma. Parabéns por manteres os miolos a funcionar… é algo cada vez mais raro nos dias que correm.



(...)

Pensemos então sobre o teu desafio. Deixa-me só fazer um reparo para te lembrar que não sou etólogo e que, assim sendo, posso facilmente meter o pé na poça. De qualquer modo não resisto em meter uma colherada, cá vamos.



Se bem percebo não consegues resolver o aparente paradoxo que leva genes egoístas a codificarem comportamentos altruístas. Nada há de paradoxal nisto, lembra-te que desde que esses comportamentos contribuam para fazer aumentar o número médio de genes egoístas no pool genético tudo se manterá dessa forma, até que as condições se alterem.



Em especial no teu exemplo dos pinguins imperador temos (julgo eu) duas causas para duas consequências. Há que sublinhar que os pinguins quando perdem os seus próprios filhos têm dois tipos de comportamentos distintos que necessitam de explicação: primeiro procuram cuidar dos filhos órfãos, segundo fazem-no descontroladamente o que pode por vezes levar à morte por esmagamento dessas crias.



Comecemos pelo segundo caso. Aí concordo contigo, parece-me uma consequência inadvertida de uma forte pressão selectiva que foi escolhendo os pais mais obcecados por cuidar de pinguins acabados de nascer. Parece que não houve uma pressão de sentido oposto a esta que fizesse com que os pais (depois de perderem a sua cria) soubessem distinguir perfeitamente os seus filhos dos dos outros. Basta pensar que esses genes egoístas têm outros adversários egoístas nos corpos das crias órfãs. Estes últimos podem maximizar a sua descendência se codificarem algum comportamento que mimetize o pio das crias falecidas. Poderia haver aqui uma luta entre os interesses dos genes dos filhos e dos genes dos pais. Enfim aqui seria necessário investigar, só posso especular. Mas confesso que estou globalmente de acordo com a tua explicação. Ou seja, o ambiente seleccionou só os pais que tinham genes que codificavam para um comportamento obcessivo-compulsivo por chocar pinguins bebes, já que, só pais assim é que poderiam cuidar e aquecer os seus filhos num ambiente tão extremo. E, como consequência, veio por arrasto uma loucura que pode até levar à morte desses bebes.



Assim quanto à tua pergunta :” Mas não deveria a selecção natural nestes casos ter favorecido um comportamento que resultaria num maior investimento em massa corporal nesse ano (egoisticamente) para que no próximo ano pudessem ter uma cria mais saudável e resistente, do que, ao invés, gastar as suas energias criando uma cria órfã (comportamento aparentemente altruísta)?” A minha resposta só pode ser um redondo não. E é não porque por um lado esse “maior investimento em massa corporal” pode só ser possível à custa de um comportamento mais regrado e controlado por parte dos pinguins adultos, e já vimos que pinguins calmos e não obcecados por chocar bebes, tem menores probabilidades de deixar descendentes. Ou seja, a evolução só é perfeita na mediada que ajusta os equilíbrios possíveis e mais estáveis a que os organismos se podem “moldar”. Se esse comportamento de esquecer os filhos órfãos dos vizinhos fosse independente do facto de haver uma real necessidade de só existirem pais obcecados então seria espectável vermos os pinguins e deixarem morrer os outros bebes. Duvido que os genes que codificam uma coisa não interfiram na outra, assim sendo, como esses genes devem só “jogar em equipa” podem gerar comportamentos antagónicos e estáveis se a pressão selectiva por ser obcessivo-compulsivo for mais forte do que a de controlar essa obsessão e cuidar só de si. A primeira pressão deve pesar mais e arrastar a outra como consequência. Aliás tu estás lá bem perto quando fazes a pergunta seguinte… ….só te falta lá um pormenor, isto é, ficaria correcta desta forma: “… o bem-estar emocional de um indivíduo [resultante de genes egoístas] é superior à sua predisposição genética para o egoísmo puro e simples [codificada por outros genes egoístas mas que neste contexto são mais “fracos”]” . Vês a diferença?

O real problema aqui era perceber porque esmagam os filhos adoptivos e não porque cuidam deles. Acho que ficou resolvido.



Relativamente ao primeiro caso sobre o porquê de os pinguins se darem ao trabalho de chocar filhos dos outros “in the first place”. Penso que solução reside numa suposição errada que fazes sem te dares conta. Ao dizeres: “Como se entende que um indivíduo tenha tal necessidade de proteger genes que não sejam os seus? Que esteja de tal forma necessitado que está capaz de sacrificar um enorme esforço da sua parte para criar pintos que não são os seus nem que tenham qualquer razão de parentesco, a não ser, pertencerem à mesma colónia?” partes do princípio que os genes das crias que vão ser chocadas por pais adoptivos não têm outros genes iguaizinhos nos corpos desses mesmos pais adoptivos. Ora eu suspeito que isso não seja bem assim. Aliás duvido que essas colónias não sejam altamente homozigóticas ou que não haja uma elevada taxa de inbreeding . E sabes o que isto significa (se for verdade)? … Vá lá …….. vá…… Bingo! Imensos genes em comum, não só com os seus próprios filhos mas também com os filhos dos vizinhos. Estes são afinal das contas, meios irmãos, primos, tios, etc… Basta fazer correr uns programazinhos informáticos sobre as análises de DNA dessas meta-populações para ver se tenho ou não razão.



Resumindo: Nada há de paradoxal e confuso no comportamento altruísta dos pinguins imperiais à luz da teoria do gene egoísta. É precisamente porque a selecção natural favorece os genes que tem tendência para serem mais (inteligentemente) egoístas é que temos pinguins com comportamentos altruístas. Os genes não hesitam em ser altruístas se esses comportamentos favorecerem os seus interesses egoístas para deixarem mais cópias de si mesmos na geração seguinte.





Que te parece? Convencido?



Um abraço,





Rui Castanhinha

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Fundação Calouste Gulbenkian

A RECONSTRUÇÃO DO PASSADO. DO BIG BANG À LINGUAGEM.

Simpósio 4 e 5 de Maio

É objectivo da Ciência derivar racionalmente as leis da Natureza que explicam o mundo e a nós próprios. A Cosmologia, a Física, a Química e a Biologia permitem hoje "reconstruir o passado" do Universo e da Terra, da Vida e do Homem, da Linguagem e da Sociedade. Uma série de conferências por especialistas mundiais pretende descrever esta trajectória evolutiva, tal como a ciência a apreende neste início do Século XXI.



Sexta-feira 4 Maio – Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian

09h30 ABERTURA
Emilio Rui Vilar, Presidente, Fundação Calouste Gulbenkian.
Diogo Lucena, Administrador, Fundação Calouste Gulbenkian.
Sydney Brenner, Senior Distinguished Fellow, Instituto Salk, EUA; Fellow,
King’s College, Cambridge, Reino Unido.

09h45 O BIG BANG
Gerry F. Gilmore, Professor de Filosofia Experimental, Universidade de
Cambridge, Reino Unido.

10h45 Intervalo

11h 15 A ORIGEM DA EVOLUÇÃO DARWINIANA
Leslie Orgel, Professor de Química Prébiotica e de Biologia Evolutiva,
Instituto Salk, EUA.

12h 15 A ORIGEM DA VIDA CELULAR
Jack Szostak, Investigador, Howard Hughes Medical Institute, EUA;
Professor de Genética, Harvard Medical School, EUA;
Alex Rich Distinguished Investigator, Massachusetts General Hospital, EUA.

13h 15 Intervalo

15h00 OS PRIMEIROS MULTICELULARES
Simon Conway Morris, Professor de Palaeobiologia Evolutiva, Universidade
de Cambridge, Reino Unido.

6h00 Intervalo

16h30 A ORIGEM DOS HUMANOS: OSSOS E PEDRAS
Robert Foley, Leverhulme Professor of Human Evolution; Fellow King’s College,
Cambridge, Reino Unido;
Director, Leverhulme Centre for Human Evolutionary Studies, Universidade de
Cambridge, Reino Unido.

17h30 A ORIGEM DOS HUMANOS: GENOMAS
Svante Pääbo, Professor de Biologia Geral, Universidade de Munique,
Alemanha;
Director, Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva, Leipzig,
Alemanha.

Sábado 5 Maio – Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian

10h30 A EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM
Guy Deutscher, Professor do Departmento de Línguas e Culturas da Antiga
Mesopotamia, Universidade de Leiden, Holanda.

11h30 Intervalo

12h00 A RECONSTRUÇÃO DO PASSADO
Sydney Brenner, Senior Distinguished Fellow, Instituto Salk, EUA, Fellow,
King’s College, Cambridge, Reino Unido.

13h00 ENCERRAMENTO
Diogo Lucena, Administrador, Fundação Calouste Gulbenkian.
Sydney Brenner, Senior Distinguished Fellow, Instituto Salk, EUA, Fellow,
King’s College, Cambridge, Reino Unido.

A conferência pode ser acompanhada ao vivo em http://live.fccn.pt/fcg/

terça-feira, 24 de abril de 2007

The Encyclopedia of Life



As E.O. Wilson accepts his 2007 TED Prize, he makes a plea on behalf of his constituents, the insects and small creatures, to learn more about our biosphere. We know so little about nature, he says, that we're still discovering tiny organisms indispensable to life; and yet we're steadily, methodically, vigorously destroying nature. Wilson identifies five grave threats to biodiversity (a term he coined), and makes his TED wish: that we will work together on the Encyclopedia of Life, a web-based compendium of data from scientists and amateurs on every aspect of the biosphere. (Recorded March 2007 in Monterey, CA. Duration: 24:21)

in http://richarddawkins.net/article,847,EO-Wilson-Accepts-his-2007-TED-Prize,EO-Wilson-TED

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Sinopse – Os 8 porquinhos – Stephen Jay Gould (ed.Europa América)

Leiam em português ou inglês!

É um livro fantástico (recomendo vivamente a todos os amantes da evolução!!!) e aqui fica um pequeno resumo de algumas partes...

PARTE I
O início deste livro é acima de tudo: aparentemente paradoxal. O autor explica-nos, através de estórias, como todo o processo de extinção é inevitável e esperado (chegamos mesmo a crer que ele é previsível, o que de certa forma pode ser verdade) mas ao mesmo tempo ele é impossível de determinar quer no espaço quer no tempo. A priori não se sabe o “quando”, o “onde”, nem o “porquê”, a posteriori e vendo toda a evolução da vida encontramos facilmente respostas retrospectivas para as perguntas.
Termina “depois esta primeira secção (...) com uma perspectiva muito generalizada baseada no tema (...) as escalas do tempo e os seus limitados campos de aplicação” (Gould)

PARTE II
Esta parte é uma lição através de “quatro princípios básicos para explicar os legados e transições evolutivos” (Gould): os oito dedos os primeiros vertebrados, a cauda do ictiossáurio, a evolução dos ossos do ouvido, e a “evolução das bexigas natatórias em pulmões”(Gould). É um conjunto de dissertações sobre a importância da redundância e do uso múltiplo na evolução, bem como de toda a flexibilidade que permite à evolução moldar (diferente de criar) as antigas estruturas em “modernas”, fruto de uma “bricolagem natural”. Mostra-nos ainda como mudanças aparentemente complicadas podem revelar-se simples alterações de padrões embriológicos.

Novas descobertas na história primitiva da vida multicelular
Estes capítulos alertam para um perigo bastante comum: o rejeitar do herético e do supérfluo. Gould fala-nos de grupos como os onicóforos que já foram em tempos quase omnipresentes e que actualmente se encontram restringidos espacialmente a pequenos grupos e habitats. É um alerta para a perenidade do “domínio na terra”. É “uma história maravilhosa (...) das surpresas que documentam a vasta explosão anatómica que anuncia o primeiro aparecimento da vida multicelular”.

PARTE VII
Os ensaios da secção VII apontam-nos para uma mudança de paradigma na evolução retirando a importância normalmente abusiva da selecção natural como motor principal da evolução. Os ensaios debruçam-se sobre os “princípios adicionais à (e, com certa preponderância restritivos da) selecção natural – condicionalismos internos e legados históricos e à arbitrariedade como força de mudança” (Gould) contrastando com a tradicional ideia de uma mera fonte moldável pela selecção natural.
Tudo isto é apresentado através das diferentes fases de Darwin apresentando casos caricatos de teorias diferentes que foram suportadas exactamente pelos mesmos factos.

PARTE VIII
É efectivamente uma inversão baseada em espécies e iconografia e não em cientistas. O autor utiliza-as para retractar três grandes perspectivas sobre a origem e evolução das espécies, chegando a desmontar a construção dicotómica da ciência relativista/realista. Não existe em ciência uma simples acumulação de conhecimentos sem uma quota-parte de influência social que não deve ser vista como distorcedora da verdade mas sim, e inevitavelmente como uma constante na procura da verdade.
O último é sem dúvida um “fim adequado para o livro” (Gould). É uma estória de como nem sempre os factos podem alterar as teorias. Retirando assim a razão (sem deixar de lhe fazer justiça no postscritp) a T.H. Huxley: “uma bela teoria, destruída por um pequeno facto incómodo e desagradável”.

Leiam a maravilhem-se!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

10ª Semana...

10ª Semana de gestação













  • A criança em formação deixa de se chamar embrião e passa a chamar-se feto
  • O corpo tem o dobro do comprimento da cabeça
  • Os braços e pernas são compridos e finos
  • Os dedos conseguem fechar formando um punho
  • São produzidos glóbulos vermelhos
  • Mede entre 3,2 a 4,4 cm


fonte:www.dshs.state.tx.us/wrtk/