sábado, 3 de julho de 2010

A tristeza vem de Espanha

De acordo com a BBC "Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Madrid, capital espanhola, protestar contra a lei aprovada recentemente pelo Parlamento que permite a realização de aborto por meninas a partir dos 16 anos, até a 14ª semana de gestação."


Num futuro mais o menos próximo o mesmo acontecerá em Portugal.

Já cansa repetir o que é por demais óbvio, mas o nosso querido Portugal terá o mesmo destino que os outros países.

Não é necessário ser nenhum Bandarra para saber que a nossa lei do aborto não ficará inalterada e (contrariamente a todas as garantias que foram dadas pelo apoiantes do Sim) tenderá a:

  • Ficar cada vez mais banal e comum - Depois do referendo a esquerda portuguesa tratou de fazer algo que os portugues não votaram. Não se limitou a tratar de por em prática o que foi referendado. A "despenalização da interrupção voluntária da gravidez" foi liberalizada, passando não só a ser legal mas também (coisa que ninguém votou) gratuita e executada com prioridade máxima no hospitais públicos (suspeito que actualmente se façam abortos em locais onde já se deixaram de poder fazer partos).
  • Menos polémico - Sendo banal deixou de ser discutido, é um direito assumido e ninguém quer deixar de ter esse "direito". Outros argumentos que se ouvirão, rezarão assim: "afinal a minha tia já abortou duas vezes, a minha irmã também e eu já fiz um, por que razão acham que isso deveria deixar de ser legal? Era o que faltava considerar toda a minha família , e eu própria, como criminosas!"
  • Aumentar em número - Especialmente nas jovens em idade fértil. Basta ver o que aconteceu nos outros países. Foi assim em Espanha e foi assim em todos os países onde se legalizou o aborto. Gostava de ver o números oficiais destes primeiros anos de aborto legal em Portugal.
  • Variados grupos políticos continuarão a tentar aumentar os prazos e condições em que as mães grávidas poderão abortar. Nenhum, repito, nenhum dos discursos que ouvi ou li defendendo o direito a abortar se debruçou sobre qual a razão das famosas 10 semanas. Disse várias vezes aqui no Conjurado que todos os argumentos que defendem o aborto até às 10 semanas são válidos depois desse prazo. Não acreditam? Experimente fazer o seguinte exercício, lembrem-se do(s) argumento(s)/razõe(s) mai(s) forte(s) que conheçam para defender o direito a abortar até às 10 semanas, agora repitam-no(s) mas troquem a expressão "até às 10 semanas" e coloquem "até às 11" ou "até às 12" e vão aumentando. Os argumentos perdem a validade? Se não perdem, esperem, que em breve os ouviram nos discursos dos nossos deputados muito em breve.
  • Contrariamente ao que foi sempre dito pelos apoiantes do Sim, o aborto passou a ser liberalizado, banal, muito mais comum e passou a ser usado como método contraceptivo. E sabem que mais? ninguém acha isto mal porque afinal é assim que tem de ser porque a lei o diz. Ou seja, a lei sempre ajuda a construir a moralidade de um Povo. Lembram-se quem dizia que isso era assim e quem defendia que o que a lei dizia pouco importava, já que, as pessoas que tivessem de fazer um aborto nunca o deixariam de o fazer, dissesse a lei o que dissesse? Afinal a lei sempre influência o comportamento dos cidadãos.

É muito triste, mas duvido que em breve possamos vir a ter qualquer correcção a este disparate enorme que é tornar a morte de pessoas inocentes legal e subsidiada pelo Estado. Suspeito também que seja em breve que as coisas vão piorar. Pelo menos, neste caso, a História não é um caminho inexorável em direcção ao aperfeiçoamento moral da humanidade.
Resta a esperança que a longo prazo passemos todos a achar que os direitos do Homem não são só para os que nascem mas para também para os que, já existindo, ainda não tiveram a oportunidade de nascer, mesmo que tenham menos de 10 semanas.

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