terça-feira, 5 de julho de 2011

PalNiassa. Julho, dia 5

Choveu, e enquanto a distância tolda a memória de casa é necessário saber sempre o que há para fazer quando se fica sem um camarada porque os pulmões se queixaram.
O dia começa cedo com apertos de mão seguidos de trocas de esperanças escritas em cartões pessoais. Depois das apresentações iniciais a conversa voa para descrições de animais extintos há milhões de anos, ainda antes dos primeiros dinossauros pisarem a Terra.

- Descobrimos vários sinapsídeos e, como somos mamíferos, todos nós pertencemos a este grupo. Desde a baleia azul ao morcego-nariz-de-porco, todos somos sinapsídeos a diferença é que estes se transformaram em pedra.
O ar impressionado dá lugar a um fascínio crescente e revela um sorriso cúmplice que, em silêncio, tudo diz.
Sabemos que teremos resposta e que a probabilidade de virmos a devolver a expressão é elevada.
Veremos.
No carpinteiro as caixas estão prontas, foram reforçadas e os fósseis aguardam que a espuma seja cortada para saltarem lá para dentro. Escreve-se a morada e bolinam-se os últimos detalhes enquanto cai a noite.
De volta ao hotel já só há tempo para comprar três laranjas e algumas bananas. Pode ser que as vitaminas ajudem a limpar os brônquios
traiçoeiros.


Sem comentários: