quarta-feira, 13 de julho de 2011
Julho, segunda quarta-feira
É sempre presente a voz de quem nos falta.
Julgo que apenas fui uma criança feliz enquanto vivi tudo pela primeira vez e, apesar de ser quase tão óbvio como curioso pensar que houve uma primeira vez que olhei para lua, que comi um gelado ou que ouvi o eco duma pedra a bater no fundo dum poço, parece triste saber que só alguns continuam a sentir esse constante espanto pela maravilha que nos rodeia.
É, é isto.
O universo faz sentido e o nosso tempo deve servir apenas para deixar conhecimento e beleza novos ao mundo, tudo o resto é trivial.
Nada tem maior valor do que o brilho nos olhos de alguém que percebeu algo de novo e nada há de mais generoso do que dedicar a vida a conhecer o mundo para que os outros se maravilhem com isso.
Há memórias que nunca se apagam e continua presente a voz de quem nos falta. Prefiro fazer ciência a ouvir falar dela. É quase sempre assim, em tudo, mas enquanto penso nisto pela primeira vez, sei que é um privilégio nunca desistir de ser criança.
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