segunda-feira, 27 de julho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sexo, Dinossauros e Darwin


Sendo 2009 o ano Darwin muito já se tem dito sobre o que o próprio escreveu acerca de imensa coisa, mas sobre dinossauros é muito escasso o material existente.
Aqui vos deixo uma passagem do livro The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex publicado em 1971. Esta obra teve felizmente uma novissima edição em Português que foi traduzida pela minha colega Susana Varela. É um excelente livro histórico que vale a pena conhecer. Foi precisamente em 1971 que Darwin apresentou uma outra ideia absolutamente revolucionária: a Selecção Sexual. Pensar-se que as escolhas sexuais dos seres vivos poderiam desempenhar um papel fulcral na evolução de estruturas complexas ou extremamente bizarras era, sem sombra de dúvidas, algum de novo e mais uma vez foi um um choque tremendo. Lembem-se que o sexo foi (quase) sempre um tema tabu nas nossas sociedades ocidentais. A Inglaterra victoriana não era excepção, e vir dizer que quem tem o papel mais importante na escolha sexual é a fêmea... era, no mínimo, complicado. Charles Darwin sempre foi um homem do seu tempo nos costumes, mas quanto às suas ideias ciêntíficas esteve quase sempre à frente de todos os outros, é o melhor exemplo que conhecemos para provar que não é necessário ser-se excêntrico para se ser genial. E como qualquer cientista do seu tempo tambem se interessou por dinossauros, reparem então no que ele escreveu:

« Sabe-se que existiram, ou que ainda existem, grupos de animais que servem para ligar, com maior ou menor intensidade, várias das grandes classes de vertebrados. Vimos, por exemplo, que o ornitorrinco passa gradualmente para o lado dos répteis; e o Professor Huxley descobriu que os dinossauros estão, em muitas características importantes, numa posição intermédia entre certos répteis e certas aves – facto que foi confirmado pelo Sr. Cope e outros –, as quais pertencem à tribo das avestruzes (que evidentemente também são o último vestígio amplamente difundido de um grupo outrora mais vasto) e ao arqueoptérix, estranha ave secundária, com uma longa cauda semelhante à de um lagarto. Além disso, e de acordo com o Professor Owen, os ictiossauros – grandes répteis marinhos providos de barbatanas – apresentavam várias afinidades com os peixes, ou melhor, segundo Huxley, com os anfíbios; que são uma classe que, por incluir na sua divisão mais avançada as rãs e os sapos, é manifestamente aparentada com os peixes ganóides. Estes últimos abundavam durante os primeiros períodos geológicos, e eram formados segundo aquilo a que chamamos modelo generalizado, isto é, apresentavam diversas afinidades com outros grupos de organismos. O Lepidosiren, por exemplo, está tão intimamente ligado aos anfíbios e aos peixes que os naturalistas debateram longamente para decidir em qual destas classes o colocar; tanto ele como alguns peixes ganóides foram preservados de uma completa extinção por habitarem em rios que funcionam como pequenos portos de refúgio, visto que estão ligados às grandes águas dos oceanos da mesma maneira que as ilhas estão ligadas aos continentes. » Citação do livro "A Origem do Homem e a Selecção Sexual" de Charles Darwin, cap. 6, página 182.



É reconhecido todo o mérito aos paleontólogos Richard Owen e Edward D. Cope o facto de já se considerar a hipótese de que as aves e os dinossauros estavam mais realicionados do que à primeira vista se poderia pensar. A ideia não era de Darwin, mas é de facto muito engraçado pensarmos que tamanha beleza e complexidade nas formas possa ser tão semelhante na sua origem.



Obrigado à Susana Varela por ter alertado para esta passagem.

domingo, 22 de março de 2009

imagens e direitos

Há coisas transversais em toda a ciência, não é só o empirismo, a reproducibilidade, a universalidade e essas coisas... o cientista é também um ser territorial. Quem já não ouviu falar das disputas de autoria de certos teoremas matemáticos? Quem já não ouviu falar do espanto que Darwin sentiu quando recebeu a carta de Wallace, alegando que tinha tido uma ideia semelhante? Na paleontologia passa-se o mesmo... quem descreveu primeiro o espécime, quem teve primeiro uma dada ideia, tudo isso conta; e até certo ponto com uma certa razão de ser. No entanto, há alturas em que isto se torna absolutamente ridículo. Por exemplo, se formos às reservas do Natural History Museum em Londres e se fotografarmos os espécimes temos de previamente assinar uma declaração de forma e não usamos as fotografias para mais nada a não ser uso próprio para fins científicos... Ora, isto tem algum cabimento? Teria se os fósseis ainda não tivessem sido publicados, mas acontece que muitos deles não foram tocados desde quase do tempo de Darwin, ainda nem a Teoria da Relatividade tinha sido inventada, nem a bomba atómica, nem existia Internet, nem computadores sequer. O que acontece actualmente é que o acesso aos espécimes é actualmente extremamente difícil. E depois há outra questão, é que muitas vezes quando os paleontólogos não publicam (ou demoram a publicar - dizem eles) ficam como que detentores dos espécimes e não deixam que ninguém lhes toque... Existe um episódio
engraçado que nos foi contado pelo nosso colega Jesper Milàn: havia um qualquer paleontólogo na Dinamarca que tinha a seu cargo o estudo de uma colecção de peixes. Mas a colecção tardava a ser estudada e o tal senhor mantinha religiosamente guardados os seus peixinhos trancados num armário... ai de alguém que ousasse só pensar em olhar para o armário!! E bom, o tempo foi passando... e passando... até que o homem morreu e os peixinhos nunca viram a luz da ciência porque se mantiveram bem arrumadinhos e empacotadinhos no armário. Como é que isto é possível? Não sei até que ponto o direito ao estudo pode substituir o direito ao conhecimento universal!

Há solução para este problema? Claro que sim. Basta pensarmos um pouquinho para podermos encontrar várias soluções. E parece por demais óbvio, que não devia ser necessário fazer uma longa viagem à China com uma pesada máquina fotográfica e tripé às costas, para podermos ter acesso, a fotografias de qualidade de fósseis que estejam nos museus do Império do Meio. No século das novas tecnologias e da Internet todos nós partilharmos informação e imagens apenas através de um clique. São milhões e milhões os jovens que partilham imagens e textos sobre si mesmos descrevendo os mais ínfimos detalhes pessoais. Quem não conhece os Hi5, os Orkut e os Facebooks por aí fora...?
Naturalmente, surge uma questão, não podemos fazer a mesma coisa com espécimes de animais importantes? E a resposta é um rotundo sim! Não é preciso ser um génio para o fazer, mas a ideia é de facto genial e ao construirmos bancos de dados online com informação morfológica vamos poder trocar dados muito rapidamente e todos os especialistas terão a vida extremamente facilitada.
Lembrem-se que quem faz anatomia comparada necessita de, como é óbvio... comparar!
A ideia deve ter começado com os bancos de genes online. Ou seja quem mapeava uma parte do genoma de um organismo colocava essa informação (depois de devidamente publicada numa revista da especialidade) online, para todos saberem o que tinha sido descoberto e não perderem tempo a mapear as mesmas partes do genoma dos mesmos organismos... há outras vantagens como permitir que se estudem centenas de genes de centenas de organismos simultâneamente. Já pensaram no poder de análise que conseguimos se todos partilharem os seus resultados? É um pequeno passo para o homem... mas um enorme salto para a Ciência. Nasceu assim o GenBank! Nunca, em toda a história do planeta, tivemos tantas mentes brilhantes a fazer ciência e simultâneamente! E ainda por cima com as melhores ferramentas informáticas e tecnológicas de sempre. O meios nunca foram tão poderosos e nunca tivemos tantos humanos a utilizar esses recursos para conhecermos o mundo.

Por isso, apoiamos com total firmeza iniciativas como o Morphbank ou o Morphobank (sic!). Explorem-nos, usem e abusem deles!
E que o conhecimento científico não permaneça arrumadinho em armários, mas sim livre a todos os que o queiram conhecer e estudar. Cresça floresça e caminhe esta nova ferramenta ao dispor dos sábios do nosso tão precioso mundo.



Este post foi escrito em parceria com Ricardo Araújo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

À conversa com...

Vale a pena ver as declarações de um padre católico sobre a Evolução.
Num ano em que se discute tanto a teoria proposta por Darwin e Wallace em 1958, não poderia estar mais de acordo com todas as frase proferidas por este Jesuíta.
Uma lição de humildade e sabedoria comum à ciência e ao cristianismo.



Enormes são as críticas que se podem fazer, mas neste aspecto, somos usualmente muito ignorantes sobre a posição da Igreja. O resultado é, normalmente, colocar todos os religiosos no mesmo saco. Infelizmente somos assim...
Por favor, não percam o resto da entrevista que está disponível no youtube!





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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Obrigado!

Nascia há precisamente 200 anos em Inglaterra.

Como homenagem aqui fica o "Eu penso" mais importante da História.


























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domingo, 25 de janeiro de 2009

Theodosius Hryhorovych Dobzhansky


Não tenho grande certeza, encontrei na net pelo menos três referências quanto ao dia do seu nascimento (aqui, aqui e aqui) talvez os registos de nascimento da Ucrânia de 1900 não fossem os melhores.

Mais importante que o dia certo é a obra que deixou. Houve desde Darwin poucos vultos que se destacaram na história da Biologia Evolutiva e Dobzhansky foi um dos maiores.

Fundador da teoria sintética da Evolução ele funde coerentemente a genética com a selecção natural. Amplia toda visão anterior e deixa ao mundo um legado de ciência e conhecimento.

É da sua autoria o famoso ensaio "Nothing in Biology Makes Sense Except in the Light of Evolution".

Feroz anti-criacionista foi durante toda a sua vida um teísta convicto e sempre defendeu que era ridículo pensar-se que para se ser cientista não se podia ser cristão.

Does the evolutionary doctrine clash with religious faith? It does not. It is a blunder to mistake the Holy Scriptures for elementary textbooks of astronomy, geology, biology, and anthropology. Only if symbols are construed to mean what they are not intended to mean can there arise imaginary, insoluble conflicts. ...the blunder leads to blasphemy: the Creator is accused of systematic deceitfulness.


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domingo, 18 de janeiro de 2009

Tréguas?

Israel aparentemente vai fazer um cessar-fogo.

Mas para sabermos com quem é este cessar-fogo, aqui fica uma citação simples da carta fundadora do Hamas (fonte Wikipedia, sublinhados meus):

«Hamas founding charter

  • The preamble includes the sentence: "Israel will rise and will remain erect until Islam eliminates it as it had eliminated its predecessors."
  • Article 7 of the Hamas Covenant states the following: "The Day of Judgement will not come about until Muslems fight the Jews (killing the Jews), when the Jew will hide behind stones and trees. The stones and trees will say O Muslems, O Abdulla, there is a Jew behind me, come and kill him.
  • Article 22 claims that the French revolution, the Russian revolution, colonialism and both world wars were created by the Zionists. It also claims the Freemasons and Rotary clubs are Zionist fronts.

"There is no war going on anywhere, without having their [the jews] finger in it."[125] »

"There is no solution for the Palestinian question except through Jihad. Initiatives, proposals and international conferences are all a waste of time and vain endeavors."

Segundo o Hamas é tudo culpa dos Judeus desde a Maçonaria até ao Rotary club, tudo claro, muito mais que provado: um dos maiores males que já surgiu na Terra.

Na sua carta fundadora o Hamas não é só semelhante ao Nacional-socialismo alemão dos anos 30, é pior!

E ainda há quem ache que se pode dialogar quando uma das partes não aceita rever estes princípios fundadores…

sábado, 20 de dezembro de 2008

20 de Dezembro

Neste dia Em 1996 morria Carl Edward Sagan.

Escritor, exobiólogo, e astrónomo. No nosso céu brilhou mais uma estrela, aqui fica mais uma modesta homenagem.



Primeira parte da sua última entrevista televisiva.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Erasmus (o avô)


Faz hoje anos Erasmus Darwin (12 Dezembro 1731–18 Abril 1802), grande pensador e precursor das ideias do seu neto.

Mesmo antes de Lamarck já Erasmus mencionava a evolução das espécies.

"Would it be too bold to imagine that, in the great length of time since the earth began to exist, perhaps millions of ages before the commencement of the history of mankind would it be too bold to imagine that all warm-blooded animals have arisen from one living filament, which the great First Cause endued with animality, with the power of acquiring new parts, attended with new propensities, directed by irritations, sensations, volitions and associations, and thus possessing the faculty of continuing to improve by its own inherent activity, and of delivering down these improvements by generation to its posterity, world without end!"

Que melhor elogio a todos os avôs que este exemplo de homem de cultura.
Foi Naturalista, Médico, Filósofo, Inventor e Poeta.
Costuma dizer-se que a genialidade salta sempre uma geração. Duvido, mas neste caso parece-me que a expressão assenta que nem uma luva.
Sabendo que Charles Darwin (o neto) nasceu 7 anos depois do seu avô paterno ter falecido pouco se fala da influência de Erasmus na personalidade de Darwin mas duvido que tenha tido uma importância marginal. O homens desaparecem mas a obra fica, e a deste avô não poderia ter tido um impacto maior neste mundo.

"The final course of this contest among males seems to be, that the strongest and most active animal should propogate the species which should thus be improved" E. Darwin, Zoonomia,1796



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terça-feira, 25 de novembro de 2008

149 anos e um dia

Publicava-se em Inglaterra a mais fascinante obra da ciência de sempre.
Continuo sem perceber como é que não é de leitura obrigatória em todos os cursos de Biologia, não sei como é lá fora, mas choca-me encontrar colegas que se consideram biólogos sem nunca terem lido uma só linha da Origem.
Não tenho pejo nenhum em dizê-lo.
Com o título: On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life, foi mais que um golpe de génio, foi o resultado do trabalho de um cientista reservado e muito pouco dado a aventuras. Essa é uma das características que mais me espanta na personalidade de Darwin a sua modéstia quase a roçar a falta de coragem onde prevalecia uma resistência gigante às mudanças bruscas e, ao mesmo tempo, é nesta mente que germina e nasce talvez a maior mudança de paradigma da humanidade: A teoria da Evolução por selecção natural.
Ele coloca a Biologia de pernas para o ar, como deve estar, iluminando um mundo que assim teria uma matriz puramente empírica para o explicar.
Como é belo ver o Homem pensar sobre o mundo e, sem desculpas fáceis e demasiadas vezes falsas, explicar e compreender o que está fora dele. O Homem pode muitas vezes bastar-se a si próprio, sentimo-nos grandes quando isto acontece. Darwin observou, compilou e integrou uma montanha de factos para chegar às conclusões que expôs na Origem das Espécies.
Muitas vezes nos perguntamos e se não fosse ele... Bom, se não fosse ele, com certeza que viria outro, lembremo-nos que Wallace chegou a conclusões quase idênticas de uma forma completamente independente. Seria outro a descobrir os mesmo processos, mas o espantoso não é que pudesse ter sido outro, o mais espantoso é que não tenha sido outro!
Sempre foi um candidato quase impossível. Não corresponde a nenhum dos nossos estereótipos de cientista genial, nem a Newton, nem a Einstein, nem a Galileu, nem a Humboldt ou Lineu e muito menos a Aristóteles ou Leonardo. Nada disto, Darwin é o mais modesto e acanhado de todos, um banal cidadão Britânico em meados do século XIX. Competente, trabalhador, bem integrado e bem relacionado. Nada mais que isso. E foi até isso que mais deve ter chocado a sociedade Britânica na altura. Que um deles, um entre iguais, estivesse a dizer e a provar que mais não somos que feitos da mesma massa que todos os outros povos e culturas, temos a mesma origem: somos os mesmos. Foi um vulgar que revolucionou o mundo e a forma de nos vermos a nós mesmos.
Não somos mais que todos os outros animais e plantas, todos descendemos da terra, a mãe Terra. Todos somos irmãos e não há povos nem gentes superiores, nem em géneros nem em cores nem em espécies, todos evoluímos em conjunto e foi essa mesma dança que produziu e continua a produzir tantas e tão diversas formas de vida.
Darwin revelou a uma amigo em 1954 que expor a sua Teria da Evolução era "like confessing a murder". Esta expressão seria impensável na boca de qualquer outro revolucionário nas ciências. Darwin é, também ele, um de nós, um entre iguais. Foi um génio, mas bem mais próximo de nós do que dos excêntricos e incompreensíveis vultos da Física, da Matemática, da Química ou de todas as outras artes dos espectáculo.



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As cabeças cheia de ar

Irra, que só deves ter vento na cabeça!
A expressão não podia vir mais a calhar já que dois professores de anatomia da Universidade do Ohio (EUA) publicaram este mês mais um trabalho sobre a os seios paranasais de dinossauros. O estudo "The paranasal air of predatory and armored dinosaurs (Archosauria: Theropoda and Ankylosauria) and their contribution to cephalic architecture." foi publicado na revista Anatomical Record por Larry Witmer e Ryan Ridgely e devo confessar que é do melhor que a paleontologia de dinossauros tem feito nos últimos anos. [Para um europeu como é estranho que o americanos ponham paleontólogos a ensinar anatomia humana aos seus futuros médicos.] E se há uma coisa que estes senhores não têm na cabeça é: ar.

Bom, para dizer a verdade até têm, todos temos! Reparem na figura abaixo e vejam quantidade de ar que a nossa cabeça contem. O azul escuro representa o nosso cérebro, todas as outras cores são preenchidas por ar.

























No que diz respeito aos dinossauros, esses, tinham necessidades realmente ciclópicas e para poderem perder algum do peso da cabeça (cerca de 8% para ser mais específico) acabaram por desenvolver (como eu detesto este verbo aqui) cavidades pneumáticas muito maiores que as nossas. Esses espaços preenchidos por ar são uma solução económica que certos animais, no decurso da sua história evolutiva, acabaram por explorar. A razão é simples, conseguimos aumentar o tamanho atenuando o aumento proporcional do peso sem comprometer a resistência. Experimentem abrir uma placa de cartão e vêm o que quero dizer, já que, o cartão canelado não é mais do que papel e ar! Se o ar existente no interior dessas mesmas placas fosse preenchido por papel teríamos algo mais parecido a madeira que a cartão, claro que seria resistente mas o peso seria muito superior. Muitas vezes é preferível perder 5% da resistência para podermos livrar-nos de 80% do peso.


Claro que para quem tinha uma cabeça que pesava 515 kg qualquer emagrecimento é bem vindo, não dá jeito nenhum ser tão cabeçudo.
No caso dos dinossauros, era extremamente "inteligente" ter a cabeça cheia de ar.




A Evolução é um processo fascinante e muitas outras utilidades poderiam ser extraídas destas cavidades: ressonância para vocalizações e consequente comunicação entre os animais, ou mesmo a amplificação de sons mais difíceis de ouvir, ou até mesmo a termorregulação através do ar respirado... Tudo isto pode ser estudado com o recurso a técnicas de Tomografia Computorizada e de processamento dos dados em software de manipulação 3D. O resultado final são crânios virtuais mais parecidos a esculturas pré-colombianas do que a fósseis do Mesozóico.
Um mundo está ainda por explorar para quem pensava que ter a cabeça cheia de ar não tinha interesse nenhum.




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terça-feira, 11 de novembro de 2008

O que é que os alemães se lembraram

É claro que o Smilodon nunca matou nenhum Tyrannosaurus nem nós descendemos de gorilas mas quero lá saber dos puristas. Está giro e basta.








E sim, a mulher é o futuro.



Encontrei o vídeo aqui.

sábado, 8 de novembro de 2008

Brilhante

No céu brilhou mais uma estrela a 7 de Novembro de 1913.
E, se me tivesse lembrado de escrever isto ontem, teriam feito 95 anos desde então.

Sempre que falamos em Teoria da Evolução recordamos sempre um só nome e nem nos apercebemos que a publicação que fundou essa mesma teoria foi assinada a quatro mãos.

Sobre a Tendência das Espécies formarem Variedades; e sobre a Perpetuação de Variedades e Espécies por Meios de Selecção.

Foi apresentada à Linnean Society a 1 de Julho de 1858 e deu o pontapé de saída para uma mudança na forma de pensar o mundo natural. A biologia nunca mais foi a mesma.

Obrigado Wallace por tudo.





Aqui a página Alfred Russel Wallace.






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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SVP

Quando a sociedade se organiza espontaneamente para compreender o mundo e explicá-lo melhor é motivo de espanto e orgulho.

Acostumados a pedir apoios e subsídios, muitos não entendem como pode uma organização científica independente sobreviver e outros duvidam até da sua utilidade.

Como pode uma sociedade científica dedicada ao estudo de restos de animais extintos há milhões de anos sobreviver sem um forte apoio do Estado?

E será que deve existir? Será que devemos perder tempo a estudar pequenos roedores extintos do Paquistão ou répteis desaparecidos há muito da costa Angolana? Que importância tem a evolução das espécies? Que interesse tem isso tudo? O que ganhamos com isso?

Em Austin no congresso anual da Society of Vetebrates Paleontology ouvi um velho mestre exclamar:
"É um orgulho poder pertencer e investigar numa sociedade que nenhum impacto tem no PIB!"

Claro que não é bem assim, mas isso é completamente irrelevante. As nossas acções não se devem pautar pela pura e exclusiva preocupação com o essencial. É o supérfluo que nos faz humanos, quase que é uma contradição. Torna-se essencial para se "ser humano" um apetite insaciável pelo supérfluo. A arte é supérflua, a religião também, o lazer também, se nos restringirmos ao essencial ficamos reduzidos a pouco mais que um campo de concentração.
A questão não está em se devemos ser gratuitos e dedicarmo-nos ao dispensável, está sim em decidir o que escolher. Uns escolhem ler a "Bola" enquanto outros preferem escalar o Makalu.

Choque.
Foi o que senti ao ver como funciona a SVP na minha primeira participação no seu congresso há três anos atrás. Uma sociedade viva, independente e espantosamente próspera! Leilões feitos por paleontólogos vestidos de James Bond ou de Piratas servem para angariar fundos para as expedições mais fantásticas feitas no nosso planeta. O ambiente é um misto de filatelistas de escritório com Indianas Jones que literalmente viajam até ao fim do mundo para desenterrar caveiras e esqueletos.

O entusiasmo é contagiante e é impossível não aprender imenso. A ciência deve servir mais para isto, para nos fazer feliz por sabermos um pouco mais sobre o que nos rodeia do que para resolver os nossos problemas do dia a dia. É a diferença entre culinária e gastronomia...

Sempre que me perguntam porque estudo paleontologia respondo que, tal como eles, também eu em criança adorava dinossauros mas a nossa diferença é que tive a sorte de não ter de crescer!

É esta maravilha que faz de todos nós humanos.
É um orgulho poder pertencer a esta sociedade de pioneiros e exploradores.
E não há maior agradecimento do que desejar profundamente que a esta aventura do saber continue e se multiplique!

Aqui fica um vídeo sobre a SVP http://www.vertpaleo.org/video/WeAreSVP/index.cfm para que percebam o que quero dizer.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Cito

"The best things in life aren't things."

(Arthur Buchwald)


Só é pena é que tão pouca gente se aperceba disto...

sábado, 11 de outubro de 2008

Imagens (sábado)

E termino com um crânio de crocodilo com os ossos todos separados. Uma pequena maravilha para qualquer anatomista!



















(clicar na foto para aumentar)




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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

C. Darwin

Façam-me um favor e apareçam. Já fazia falta uma iniciativa assim...





A Fundação Calouste Gulbenkian vai assinalar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e, simultaneamente, a passagem de 150 anos sobre a publicação da obra “A Origem das Espécies” com uma exposição intitulada A Evolução de Darwin, a realizar entre 12 de Fevereiro e 24 de Maio de 2009.

Um ciclo de conferências - No Caminho da Evolução – vai anteceder esta mostra, estando a primeira sessão marcada já para o próximo dia 15 de Outubro, 4ª feira, às 18h, no Auditório 2 da Fundação. Na ocasião será lançado o livro “A Origem das Espécies de Darwin” de Janet Browne, professora de História da Ciência na Universidade de Harvard e biógrafa de referência de Charles Darwin.

Carlos Marques da Silva abrirá este ciclo de conferências com uma comunicação intitulada Entre o Céu e a Terra. Professor no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador no Centro de Geologia da mesma Universidade, Marques da Silva vai focar a importância da formação geológica de Darwin que lhe permitiu desenvolver um trabalho importante no domínio das Ciências da Terra.

A Teoria da Evolução por Selecção Natural pressupõe a existência de um tempo geológico muito extenso que permitiu as mudanças evolutivas que geraram a biodiversidade que actualmente conhecemos. Juntamente com a questão da “origem simiesca” da Humanidade, este tema suscitou reacções arrebatadas por parte da conservadora sociedade vitoriana inglesa da segunda metade do séc. XIX, alimentando variadas e calorosas polémicas.




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Retirado da Gulbenkian


Imagens (sexta)

Casca de ovo de titanossauro, a Argentina tem destas coisas...



















(clicar na foto para aumentar)




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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Imagens (quinta)

A Alice e o Argentinosaurus huinculensis.

























(clicar na foto para aumentar)




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imagens (quarta)

Acho que falhei a de quarta... por isso cá ficam duas imagens da Patagónia a compensar...

Cretácico superior de Neuquén, no local onde as fotos foram tiradas os dinossauros (até agora) escasseiam mas as paisagens são fantásticas!
























(Clicar nas imagens para aumentar)






















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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Imagens (terça)

Vestígios de hidrocarbonetos (petróleo)



















(clicar na foto para aumentar)


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É desta

Large Hadron Collider




















(clicar na imagem para ver em tempo real as experiências no LHC)

Apanhei cá um susto!


Obrigado ao Ludwig

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Imagens (segunda)

Cretácico Superior da Formação de Neuquén.
É perfeitamente visível a estratificação entrecruzada, sinal da presença de rios neste local no final do Cretácico.



















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domingo, 5 de outubro de 2008

Imagens

Durante uma semana, publicarei uma imagem que me tenha marcado nesta última viagem pela Patagónia.



















Ovo de dinossauro saurópode, Cretácico da Argentina.




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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Brilhante

Não têm tempo?
Nem eu, mas acreditem que vale a pena e as diferenças para com o discurso de Palin são abissais.



Não há dúvida, ganhe quem ganhar as coisas do lado de lá do Atlântico estão a mudar...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Esqueci-me...

... Parabéns Vanessa.
O raio da miúda é rija!

17,67


Parabéns

Boa Tarde

"Assim como o nosso espírito se fortifica pela convivência com espíritos rigorosos e sensatos, nem se pode dizer quanto se empobrece e degenera pelo contínuo comércio e frequência que temos com espíritos baixos e doentios. Não há peste que se espalhe tanto como essa. Sei por não pequena experiência o preço por que fica. Gosto de discutir e discorrer, mas é com pouca gente e para meu proveito. Porque servir de espectáculo aos grandes e fazer ao desafio exposição do espírito e de palavreado, acho que é ofício que não fica bem a um homem honesto."

Montaigne, Da Arte de Discutir

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Por que se rompem as meias

A caminho de um casamento de um bom amigo.
Fato bonito e gravata ainda por escolher, mas como não tenho nenhum par de meias que se apresente tenho de ir às compras.
Comprar meias.

Fica sempre bem contribuir para a economia nacional, e a industria têxtil agradece, o shopping agradece, a lojista agradece, e o amigo… o que mais conta... nem nota.

Mas eu prefiro assim, sinto-me melhor comigo mesmo. Fico mais seguro e confortável, é assim que somos, é isto que nos faz pessoas.

Como dizia um tipo esperto: Só existem duas coisas infinitas, o Universo e a estupidez humana, mas quanto ao Universo ainda não tenho bem a certeza.

Fiquei então a pensar... já não vou a um casamento há mais de 5 anos. Por que raio é que as pessoas não se casam mais? Por que têm cada vez menos filhos?
Falta de dinheiro. Isto está mesmo mal. A minha carreira não é nada estável. Não se pode ter filhos num mundo assim.

Resumindo, não temos filhos por que não temos condições para os ter. A culpa não é nossa, é algo externo. Isto está a correr mal e como tal não dá. É isto que ouvimos, nada de novo.

Quanto a mim parece-me que a causa é externa, mas será mesmo por isso que não temos mais filhos? Duvido profundamente.

Como é mais que óbvio, quem responde o que responde não está a mentir. Se me dizem que não têm dinheiro nem condições para ter filhos quem sou eu para duvidar. Agora o interessante não é que isso seja ou não verdade, o interessante é que não é por causa disso que as pessoas não têm filhos.

Este tipo de conversa parece de loucos mas é assim. Mesmo que repitam constantemente que não têm dinheiro para ter filhos e é por isto que não os têm eu duvido muito que tenham razão.

Reparem como é confuso:
Não temos filhos por falta de dinheiro, certo? Certo.
Não estamos a mentir, certo? Certo.
Então temos falta de dinheiro para ter filhos, certo? Errado!

Se temos então imensas pessoas a dizer que não têm filhos por que não têm dinheiro, devemos duvidar delas? Julgo que sim.

A aparente discordância advém de uma confusão semântica, nada mais. Numa discussão basta acordarmos na definição dos termos em causa para chegarmos facilmente às mesmas conclusões. Vejamos.

A resposta está na definição de "filhos" e na expressão "não ter dinheiro".

Basta pensar na nossa média de filhos e compará-la com a que os nossos pais ou avós tinham para se perceber que cada vez temos menos filhos.
Agora façamos um outro exercício, comparemos a esperança média de vida, poder de compra, nível de vida e qualidade de vida dessas mesmas três gerações.
Enquanto o gráfico do número de filhos desce o das condições de vida sobe a pique.
Se compararmos espaço em vez de tempo o resultado deve ser semelhante, nos países com mais condições encontramos as populações que menos filhos têm e o inverso se passa nos países mais pobres. Façamos as análises todas que quisermos inter e intra-países e todas vão dar-nos uma correlação negativa entre condições para ter filhos e número efectivo de filhos. Ou seja quanto mais condições menos filhos. E porquê? Se perguntarmos às pessoas que não têm filhos a resposta é simples: por que não têm condições.

Mas esperem lá um segundo para ver se isto bate certo.
Quem não tem condições, tem filhos, e quem as tem não quer filhos dizendo que a culpa é de não ter condições? Estou certo?

Pois o problema não é das condições. Nunca, em toda a História, vivemos tão bem como agora, com tanta abundância em oportunidades, saúde, dinheiro, e apoios sociais.
Nunca tantos tiveram tantas condições para ter… tão poucos filhos.
Se o problema não é esse então qual é? E por que razão acham alguns que não têm condições para procriar?

Agostinho da Silva dizia algo assim: Temos cada vez menos filhos e isso não se deve ao facto de não termos meios para os criar, o problema é que os nossos filhos não querem ter pais como nós.

E é mesmo isto que se passa. Os nossos filhos não querem ter pais como nós. É aqui que a porca torce o rabo, os "nossos filhos" são aquilo que queremos que eles sejam e estamos a criar filhos que não querem ter pais como nós. Se criamos filhos quase perfeitos é a perfeição que procuramos. É isso que queremos, só queremos filhos que exijam ser perfeitos. E se assim é, claro que nem todo o dinheiro do mundo é suficiente.
Somos nós que projectamos essa necessidade e ambição nos nossos filhos e se só conseguimos conceber filhos perfeitos então todos os que nasçam e não o sejam vão ser profundamente infelizes. É esta ideia de filhos perfeitos que nos impede de os ter. Porque eles não vão querer nascer e não ser perfeitos. Assim, eles não querem, de facto, ter pais como nós.

É realmente um problema de semântica "não tenho condições" depende das expectativas e consequentemente das nossas ambições. A fasquia está muito alta, cada vez mais alta. Só conseguimos começar a pensar em ter filhos depois de termos um emprego fixo e bem remunerado, casa própria e bem localizada, parceiro fixo e com emprego fixo, carro, casa equipada, etc etc etc. Tem tudo de estar perfeito e os nossos filhos só podem existir se tudo for perfeito.

Se é verdade que as condições para ter filhos nunca foram tão boas também é verdade que o sistema que as criou só o conseguiu por ter gerado a ilusão que mais é melhor.
É esta a chave estamos todos convencidos que mais é melhor.
Foram as expectativas e ambições causadoras das nossas prósperas sociedades capitalistas que causaram este decréscimo na nossa fecundidade. Temos prosperidade e abundância pelas mesma razões que não temos muitos filhos para se gozarem disto tudo. As condições aumentaram e muito, mais do que nunca, mas as expectativas aumentaram ainda mais, por isso nunca temos o suficiente. A causa é mais externa que interna o Mundo é assim, exigente. Mais exigente do que as nossas vidas.
Não sei se é bom ou mau mas acho que vou levar meias rotas ao casamento.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

:)

Às vezes pergunto a mim mesmo qual é a origem do riso?





















"...se à vista do mesmo mundo tem mais razão quem ri, como ria Demócrito, ou quem chora, como chorava Heraclito..."

sábado, 12 de julho de 2008

Sorte ... ou talvez não.

Cá vai…


Trifolium sp.
















Marsilea quadrifolia
O primeiro é uma Fabaceae, o segundo é uma Ptheridophyta.
Em Portugal temos 43 espécies de Trifolium... enquanto que de Marsilea apenas quatro... é de facto uma sorte encontrarmos um trevo de quatro folhas...

Também podem existir Trifolium com quatro folhas (e até com mais) mas são mesmo muito raros (1:10 000).

Ah e já agora, os trevos só têm uma folha. Vemos três por que o limbo desta está dividido em três ou mais folíolos.


Beijos, estou de volta!


PS: Obrigado Carlos...

Outras fontes
Aqui
Aqui
E aqui


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Carl Orff



A Letra original:

O Fortuna,
velut Luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis;
vita detestabilis
nunc obdurat
et tunc curat
ludo mentis aciem;
egestatem,
potestatem,
dissolvit ut glaciem.

Sors immanis
et inanis,
rota tu volubilis,
status malus,
vana salus
semper dissolubilis;
obumbrata
et velata
mihi quoque niteris;
nunc per ludum
dorsum nudum
fero tui sceleris.

Sors salutis
et virtutis
mihi nunc contraria;
est affectus
et defectus
semper in angaria.
hac in hora
sine mora
cordae pulsum tangite!
quod per sortem
sternit fortem,
mecum omnes plangite!

Como prometido cá está a tradução (a Wiki tem tudo!) :

O Fortuna, --- Ó Fortuna,
velut luna --- És como a lua
statu variabilis, --- Mutável,
semper crescis --- Sempre aumentas
aut decrescis; --- Ou diminuis;
vita detestabilis --- A detestável vida
nunc obdurat --- Ora oprime
et tunc curat --- E ora cura
ludo mentis aciem, --- Para brincar com a mente;
egestatem, --- Miséria,
potestatem --- Poder,
dissolvit ut glaciem. --- Ela os funde como gelo.

Sors immanis --- Sorte monstruosa
et inanis, --- E vazia,
rota tu volubilis --- Tu, roda volúvel
status malus, --- És má,
vana salus --- Vã é a felicidade
semper dissolubilis, --- Sempre dissolúvel,
obumbrata --- Nebulosa
et velata --- E velada
michi quoque niteris;--- Também a mim contagias;
nunc per ludum --- Agora por brincadeira
dorsum nudum --- O dorso nu
fero tui sceleris. --- Entrego à tua perversidade.


Sors salutis --- A sorte na saúde
et virtutis --- E virtude
michi nunc contraria --- Agora me é contrária.
est affectus --- Dá
et defectus --- E tira
semper in angaria. --- Mantendo sempre escravizado
hac in hora --- Nesta hora
sine mora --- Sem demora
cordum pulsum tangite; --- Tange a corda vibrante;
quod per sortem --- Porque a sorte
sternit fortem, --- Abate o forte,
mecum omnes plangite! --- Chorai todos comigo!

Retirado daqui.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Jurassic Foundation

Já me tinham chamado de tudo, desde Castanheira, Castanha, Castanho até Castanhito. Tudo mesmo.

Mas é a primeira vez que uma jornalista confunde Rui com Ricardo.
Como o press release já seguiu só me resta aceitar os pedidos de desculpa e corrigir a gralha.

Aqui fica a notícia, mas desta vez, com os nomes correctos:

Portugueses ganham prémio internacional para estudar ninho de ovos de dinossauro da Lourinhã
Lourinhã, Lisboa, 16 Maio (Lusa)


A Fundação do Jurássico, criada com os lucros dos filmes da saga "Parque Jurássico" de Steven Spielberg, atribuiu um prémio a dois jovens paleontólogos portugueses para estudarem os ovos com embriões de dinossauros descobertos na Lourinhã.

O ninho, com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões, é um dos maiores do mundo e foi descoberto em 1993 por Isabel e Horácio Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã, tendo a descoberta sido divulgada quatro anos depois.

Rui Castanhinha e Ricardo Araújo, de 25 e 23 anos de idade (na foto à esquerda e direita respectivamente) são os segundos portugueses a serem galardoados pela Fundação do Jurássico, oito anos depois do paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã, que investiu a verba atribuída nessa bolsa nas escavações de vestígios de um dinossauro saurópode no concelho.

O prémio vai dar azo a um ano de intenso trabalho para "perceber como é que os dinossauros com 150 milhões de anos (Jurássico Superior) se reproduziam, como cresciam, que hábitos e que comportamentos tinham", disse à agência Lusa Rui Castanhinha.

O trabalho dos dois investigadores agora premiados vai desenvolver-se durante um ano, sob a orientação de Miguel Telles Antunes e Octávio Mateus, paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa, incidindo em campanhas de escavações e trabalhos laboratoriais que vão culminar num estudo, que poderá vir a ser publicado numa revista científica internacional.

"Vamos passar algumas semanas no campo para localizar as zonas onde foram descobertos os ovos, enquadrando com a geologia que havia na época, e depois vamos analisar a textura das cascas dos ovos para perceber o tempo de gestação" e comparar os seus comportamentos com animais actuais, como crocodilos e aves.

Sabe-se que o ninho descoberto na década de 90 pertence a um dinossauro carnívoro bípede da família dos terópodes.

Os primeiros achados existentes em todo o mundo foram descobertos pela primeira vez na Lourinhã e o dinossauro veio a ser apelidado de "lourinhanosaurus antunesi".

Os fósseis e o ninho desde dinossauro fazem dele uma das principais atracções do museu.

Trata-se de um animal que atingiria um comprimento de 4,5 metros de comprimento e pesaria 160 quilos, sendo muito idêntico ao "tiranosaurus rex", figura maior dos filmes de Spielberg.


Publicado simultaneamente em Lusodinos



Retirado e corrigido daqui.


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Impressionante 2

Lendo a National Geographic deste mês.
Mais uma máquina impressionante.
Como a natureza nos espanta e como nos serve de inspiração.



Parabéns aos engenheiros em Standford. Um Stickybot que escala superfícies de vidro sem cola ou ventosas é mesmo impressionante.






















Osga (quase comida) em Angola na expedição de 2007.
Já tenho saudades de Benguela.

sábado, 3 de maio de 2008

Fauvismo (ou não)

«O nome desta corrente deve-se a Louis Vauxcelles que apelidou os artistas numa exposição como “Donatello au milieu des fauves!” no Salon d'Automne, em 1905, pois havia ali a estátua convencional de um menino rodeada de pinturas neste novo estilo, o que o levou a dizer que aquilo lhe lembrava um Donatello entre as feras. Este título inicialmente com o carácter depreciativo manteve-se. Este grupo de pintores escandalizou, então, os contemporâneos, ao utilizar nos seus quadros cores violentas, de forma arbitrária.»

Henri Rousseau não era um fauvista, mas a sua cena da selva O Leão faminto (Le lion ayant faim se jette sur l’antilope) esteve na exposição e poderá ter influenciado o seu uso pejorativo.


E como eu não resisto a uma besta bela, fauvista ou não, cá fica a obra.



















Retirado da Wiki

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Post 100

A propósito do centésimo post do conjurado, aqui fica a eterna presença...




Estou, nesta noite cálida, deliciadamente estendido sobre a relva,
de olhos postos no céu, e reparo, com alegria,
que as dimensões do infinito não me perturbam.
(O infinito!
Esta incomensurável distância de meio metro
que vai desde o meu cérebro aos dedos com que escrevo!)


O que me perturba é que o todo possa caber na parte,
que o tridimensional caiba no dimensional, e não o esgote.


O que me perturba é que tudo caiba dentro de mim,
de mim, pobre de mim, que sou parte do todo.
E em mim continuaria a caber se me cortassem braços e pernas
porque eu não sou braço nem sou perna.


Se eu tivesse a memória das pedras
que logo entram em queda assim que se largam no espaço
sem que nunca nenhuma se tivesse esquecido de caír;
se eu tivesse a memória da luz
que mal começa, na sua origem, logo se propaga,
sem que nenhuma se esquecesse de propagar;
os meus olhos reviveriam os dinossáurios que caminham sobre a Terra,
os meus ouvidos lembrar-se-iam dos rugidos dos oceanos que engoliram continentes,
a minha pele lembrar-se-ia da temperatura das geleiras que galgaram sobre a Terra.


Mas não esqueci tudo.
Guardei a memória da treva, do medo espavorido
do homem da caverna
que me fazia gritar quando era menino e me apagavam a luz;
guardei a memória da fome;
da fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez estender os lábios sôfregos para mamar quando cheguei ao mundo;
guardei a memória do amor,
dessa segunda fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez desejar a mulher do próximo e do distante;
guardei a memória do infinito,
daquele tempo sem tempo, origem de todos os tempos,
em que assisti, disperso, fragmentado, pulverizado,
à formação do Universo.

Tudo se passou defronte de partes de mim. E aqui estou eu feito carne para o demonstrar, porque os átomos da minha carne não foram fabricados de propósito para min Já cá estavam. Estão. E estarão.


(Poema da eterna presença, António Gedeão)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ufa

Não tenho mesmo tempo para postar nada.

Não percebo como é que há gente com tempo para fazer ciência e escrever em blogs.


Eu qualquer dia rebento...

...mas enquanto não estoiro cá fica mais uma TED TALK:



Beijos e Abraços.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ganhámos


Com quase dois terços dos votos da Assembleia Geral mais participada de sempre da história do Museu, temos muito trabalho pela frente.

Ganhou a Justiça, a Verdade e a Coragem.


Um ano a andar a marcar passo já chegava.

Porque somos diferentes podemos ser melhores.

E seremos.


Obrigado a todos os conjurados.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vamos a votos



No próximo dia 12 de Abril (Sábado) o GEAL - Museu da Lourinhã vai a votos!

Como é claro há mais que uma lista candidata.
A que se afigura como a mais competente, para enfrentar os novos desafios a superar, é a lista liderada por Hernani Mergulhão apresenta-se sobre o lema: Estudar o Passado, Construir o Futuro.

Eu próprio me atirei de cabeça neste projecto e aqui ficam as razões por que vou a votos:

wwww.gealmuseu.blogspot.com/


Caros conjurados apareçam no Museu pelas 20h:30m.

Todos não somos demais!