quinta-feira, 29 de abril de 2010

Papa em Lisboa


















Queluz, no IC 19 a caminho de Lisboa.
Obrigado Hernâni, já tinha tentado tirar uma foto a esta fantástica dupla de cartazes, mas conduzir e fotografar simultâneamente não é o meu forte.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pessoa

Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente.


Fernando Pessoa (Livro do desassossego)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Over The Rainbow

Mais que uma árvore

Já pensaram por que estamos aqui?

Como surgiram tantas espécies e como se tornaram tão diferentes?

Parecem perguntas de uma criança de seis anos mas Darwin chamou a estas questões o mistério dos mistérios.

A primeira vez que pensei nisto não foi fácil encontrar uma resposta e, deixem-me que vos diga, ao longo da História foram muitas as tentativas para encontrar uma solução.

Desde fantásticas histórias sobre deuses e deusas até animais que sempre existiram e que nunca se modificaram....

Em pleno séc. XIX Charles Darwin esboçou a forma como as espécies evoluíram ao longo dos tempos, desenhando aquela que é a primeira árvore da vida alguma vez feita.

Este desenho continha lá todos os conceitos que actualmente consideramos modernos para estudar biologia evolutiva.

Ao longo do eixo vertical temos o tempo, onde uma espécie deu origem a várias.

Nem todas as espécies chegam aos nossos dias, existem várias que se extinguem. Aliás, hoje sabemos que, ao longo da evolução, o mais comum destino de qualquer espécie é desaparecer. Poder sobreviver, dando origem a novas espécies, é uma pequenina excepção à regra.

Reparem que as que são mais próximas estão ligadas por um ancestral recente e todas as espécies, por mais afastadas que estejam, apresentam sempre um ancestral comum.


E, a melhor parte do desenho talvez seja a pequena frase que ele escreveu no topo do caderno: I think. Acho eu, ou penso eu.

Nunca uma frase tão curta teve tamanha importância na forma como vemos o mundo.

Ainda hoje em dia, o que os biólogos tentam perceber é COMO é que de uma só espécie surgiram tantas e tão belas formas de vida.

Quando, actualmente, queremos saber isto o que fazemos é colocar numa tabela duas listas: uma com espécies e outra com características. Essa tabela é preenchida com muitos e muitos dados. Normalmente usamos zeros e uns, mas podem ser dados moleculares (ou outros). Para terem uma ideia, só preencher a tabela, pode demorar muitos meses. No final, os dados são introduzidos num computador que, usando o mais sofisticado software disponível, calcula todas as relações possíveis entre as espécies em causa e mostra-nos a melhor árvore que as representa.

Chamamos a isso uma análise filogenética.

Após várias horas, senão mesmo dias a calcular, o resultado é um simples esquema em forma de árvore, muito parecido com o que Darwin desenhou há mais de 150 anos. Normalmente tem mais ramos, como é claro, mas tudo o resto, está lá. Aparecem as espécies que se extinguiram, vemos as espécies mais recentes no topo e a ancestrais na base da árvore. Este tipo de análise pode ser aplicada de muitas formas diferentes e pode ser tão robusta que nos permite estudar relações evolutivas entre vírus e determinar quem infectou quem, em que altura e dizer até de onde é proveniente uma determinada estirpe.


E deixem-me que vos diga, pensar que uma simples ideia que surgiu há bem mais de século e meio pode dar sentido a todas as formas de vida que nos rodeiam desde as plantas do nosso jardim até ao maior dinossauro que alguma vez existiu, é simplesmente fascinante.



Somos o produto final deste campeonato ininterrupto a que chamamos Evolução das Espécies, sem nunca termos perdido um único jogo.

É esta afinal, a razão por que todos estamos aqui.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Música

Não vale a pena fazer muitos comentários, é só uma das melhores TED talks de sempre!



Obrigado ao Alex pela dica

terça-feira, 20 de abril de 2010

Igreja e pedofilia

Por enquanto, não quero de forma alguma defender a Igreja no que diz respeito ao que tem vindo a público nos últimos dias.
Mas, como qualquer bom provocador, o Conjurado não podia ficar sem postar nada.
Copio, um texto de José Luís Seixas que encontrei por aí...

« Primeiro lugar-comum: A Igreja Católica é constituída por homens sujeitos às fragilidades da sua condição é um lugar-comum. Poucos são os ungidos pela Santidade. O Povo de Deus é formado por pecadores que esperam a remição das suas faltas. E tantas são.

Segundo lugar-comum: As denunciadas práticas de pedofilia imputadas a sacerdotes católicos são chocantes e indignam de forma especial os próprios católicos. São ofensas gravíssimas às crianças e a Deus, cometidas por quem as devia proteger e educar.


Terceiro lugar-comum: O ocorrido em instituições da Igreja Católica passou-se em instituições de outras Igrejas, de organizações laicas, do próprio Estado e passa-se, infelizmente, no seio de muitas famílias. Entre nós o infindável “Processo Casa Pia” deixou no ar muitas e muitas interrogações sobre os comportamentos de uns e as omissões de outros. E falamos de tempos recentes. Não remontamos a meio século atrás em que a valoração destes actos era outra e os silêncios acobertavam prevaricadores com relevância pública conhecida.


Quarto lugar-comum: Esta factualidade nada justifica ou branqueia. Ao contrário do mundo secular, a Igreja prostrou-se perante o sacrifício e a dor das vítimas de tais perversões. Pediu desculpa num gesto de profundo sofrimento. Reparou o que pôde reparar. E submeteu à Justiça dos homens os crimes praticados.

O que também é lugar-comum: Tudo isto é indiferente ao fundamentalismo ateísta, alimentado por ódios, recalcamentos e muita irresponsabilidade. Ver beliscada a autoridade moral da Igreja através de comportamentos indignos de alguns sacerdotes é uma prebenda que desfruta com indizível deleite. Ao pé desta campanha, o anticlericalismo jacobino da Carbonária era um jogo de playstation! »

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Para que serve estudar Evolução

Ontem tive um jantar de família, estava lá toda a gente: os meus avós, pais, irmãs e primos. O meu sobrinho de seis anos perguntou-me para que serve estudar a Evolução.

Eu respirei fundo e disse:

- Não sabes para que serve a Evolução? Serve para poderes ver melhor.

Ele respondeu-me:

- Como as cenouras que têm vitaminas?

- Mais ou menos como as cenouras, mas melhor ainda, porque te faz ver o mundo de uma outra forma.

Já pensaram nisso? Para que serve estudar a Evolução?

Actualmente existem entre 1.5 e 1,8 milhões de espécies já descritas. Segundo algumas estimativas, faltam identificar entre 10 a 100 milhões.

Acham muita bicharada?

Podemos multiplicar esse número por mil se quisermos ficar com uma estimativa do número de espécies que existiram mas já se extinguiram.

Caminhamos todos os dias sobre sedimentos com inúmeros fósseis que são a prova literal de que já cá não estão. Por diversas razões não deixaram descendentes.

Portanto, entre as inúmeras espécies que, ao longo da idade da Terra foram evoluindo a partir de um ancestral comum, muito poucas foram bem sucedidas.

Como foi isto possível?

Darwin, melhor que ninguém, resolveu o enigma há 150 anos.

Bastaram 3 palavras: Variação, Hereditariedade, Selecção.

Variação: Facilmente reconhecemos que somos todos diferentes uns dos outros e que não existem dois animais exactamente iguais. Uns são mais altos outros mais baixos, uns correm mais outros correm menos. Existe imensa variação.

Hereditariedade: Somos todos mais parecidos com os nossos pais do que com os pais dos nossos vizinhos… eu, pelo menos, estou convencido que sim e espero que vocês também. ;) Isto é, apesar de sermos diferentes a nossas características são transmitidas de pais para filhos.

Selecção: Nem todos os organismos sobrevivem para deixar descendentes. Se não acreditam em mim façam as contas.

Algumas estirpes de bactérias levam apenas uma hora a dividir-se em duas.

A maioria das bactérias ocupa uma área um milhão de vezes mais pequena que um milímetro quadrado! A Terra tem 510 milhões de quilómetros quadrados.

Se a nossa bactéria se dividisse em duas ao fim de uma hora e essas duas ao fim de outra hora se dividissem em quatro, e por aí fora…Seriam necessárias apenas 90 horas para cobrir toda a Terra. Menos de 4 (quatro) dias!!

Nem todas as bactérias deixam descendentes e o mesmo é verdade para o resto dos seres vivos. Ou seja, a Natureza selecciona a sua própria variação.

Repetindo este ciclo, ao longo de muitas gerações, temos aquilo a que se chama de Selecção Natural. A Natureza selecciona-se a si mesma e todos os animais e plantas que hoje vemos são fruto de uma origem comum, que poderíamos representar numa árvore da vida bem maior que qualquer árvore genealógica alguma vez feita pelo Homem.

Somos todos primos mais ou menos afastados, desde os insectos do nosso jardim até à enorme baleia azul. Mais que isso, nunca nenhum dos nossos antepassados directos ficou sem filhos que também não tivessem outros filhos. Somos o produto deste campeonato ininterrupto sem nunca termos perdido um único jogo.














Da próxima vez que tiverem uma depressão lembrem-se disto, somos todos campeões! É bem melhor que tomar um comprimido. ;) É mais ou menos como as cenouras mas ainda melhor!



Parabéns ao Tomás pela foto.

A árvore filogenética representa apenas 0.18% das espécies já descritas. Imaginem como seria com o resto...

sábado, 17 de abril de 2010

Futuro

"Prediction is very difficult, especially of the future."

Niels Bohr


Muito bom dia

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Destino

"I have noticed even people who claim everything is predestined, and that we can do nothing to change it, look before they cross the road."

Stephen Hawking


Tenham todos um muito bom dia.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pois é

Sabiam que:
  1. As bolsas de investigação estão congeladas desde 2002, há 8 (oito!) anos que não há qualquer aumento?
  2. Isto equivale a uma perda de poder de compra que chega a 20%?
  3. Somos obrigados a trabalhar em exclusividade (ou seja se eu quiser dar explicações tenho de descontar esse valor da bolsa)?
  4. Não temos subsídio de alimentação?
  5. Nem de férias?
  6. Nem de Natal?
  7. Apesar de sermos os trabalhadores mais instruídos do país, não temos qualquer contracto ou vínculo laboral, sendo a nossa profissão das mais precárias que existe?
  8. Nenhuma bolsa está indexada aos aumentos feitos na função pública?
  9. E que o actual ministro da ciência acha isto tudo muito bem porque as candidaturas a bolsas até aumentaram em número e qualidade de candidatos?
Ou seja ficamos todos a saber que quanto mais e melhores forem os candidatos a bolseiros, menor será a necessidade de se aumentarem as bolsas e as condições sociais das mesmas.
Não acreditam? vejam com os próprios olhos.



Malta, já sabem, se querem aumentos e mais apoios sociais é simples: sejam incompetentes e acima de tudo, não produzam!
Quanto menos capacidade de produção maiores aumentos necessitam... que lindo ministro da ciência.

E agora vou fazer ciência que é isso que me apaixona!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Tristeza

Notícia do Público:

Parlamento rejeita actualização extraordinária das bolsas de investigação

Os projectos de lei do PCP e do Bloco de Esquerda para a actualização extraordinária das bolsas de investigação foram rejeitados no Parlamento com os votos contra do PS e a abstenção do PSD e CDS.








Dá vontade de sair do país...

Pólen

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hoje: Capa da Science

























Mais um primo(?) afastado a surgir em África.

Que grande dia para a ciência.

Páscoa

Há tradições que não compreendo de todo.
Por que razão tem esta gente toda a necessidade de fazer isto?



Mas uma coisa é certa, o Mundo seria muito menos divertido se não fosse assim.
Não acham?