domingo, 26 de junho de 2016
Moçambique ganha um novo geólogo
No passado dia 20 de junho, o Salimo Mário Murrula terminou a sua Licenciatura em Geologia na Universidade do Minho.
Ele tornou-se o único moçambicano a receber formação em Portugal em paleontologia durante 6 anos (2 anos no Museu da Lourinhã + 4 anos na Universidade do Minho). Irá em breve regressar a Maputo e integrará os quadros do Museu Nacional de Geologia de forma a estudar o património fóssil moçambicano.
Este resultado é o fruto do intenso trabalho de colaboração desenvolvido no Projecto PalNiassa (www.palniassa.org).
Tem sido um orgulho acompanhar o percurso do Salimo e de certeza que em breve o seu regresso a Moçambique muito contribuirá para o desenvolvimento da Paleontologia moçambicana.
Parabéns Salimo!
sábado, 16 de abril de 2016
Luís Costa Júnior (1966-2015)
Precisamente em Abril do ano passado faleceu em Maputo um dos mais importantes impulsionadores da geologia Moçambicana: Luís Costa Júnior.
Formado em Geologia pela Universidade Eduardo Mondlane foi director do Museu Nacional de Geologia. Liderou diversas iniciativas e projectos para o estudo das gemas, recursos minerais e paleontologia nacional. Descreveu por exemplo a primeira espécie de vertebrado fóssil autóctone de Moçambique, a: Niassodon mfumukasi (= a rainha do Niassa).
Apostou sempre na formação de todos os que trabalhavam com ele e estabeleceu inúmeras parcerias internacionais. Em Portugal colaborou com diversas instituições, desde o Museu da Lourinhã, Fundação Calouste Gulbenkian, Universidade do Minho, Instituto Superior Técnico, Instituto Gulbenkian de Ciência, Geoparque Arouca, entre outras.
Sem preconceitos, desenvolveu esforços para unir a CPLP num bloco económico que soubesse utilizar os recursos geológicos comuns como forma de influenciar e promover o desenvolvimento em diversos países.
Lembro-me de me dizer recorrentemente que as reservas de petróleo, gás natural, carvão e pedras preciosas que existem na CPLP são mais do que suficientes para poder mudar muita coisa no tabuleiro geopolítico internacional. A CPLP possui recursos naturais que devem ser só superados pela OPEP. Quantos de nós já se atreveram a pensar que a CPLP pode um dia ditar o preço do petróleo?
Ao longo dos últimos anos tive a oportunidade de poder conhecê-lo bem.
Era um gigante.
Tinha visão, inteligência, e uma generosidade incomuns.
O seu projecto para a promoção, investigação e conservação da geologia moçambicana representa hoje em dia um exemplo típico de uma abordagem moderna alicerçada no desenvolvimento sustentável da ciência num país como Moçambique.
Sabia o que o seu país necessitava e conhecia a forma de chegar lá. Acreditava nos projectos em que se envolvia e confiava na sua equipa sendo sempre leal com todos. Apoiou e garantiu financiamento para que a maior parte dos seus trabalhadores pudessem estudar no estrangeiro.
O Museu Nacional de Geologia era a sua casa. Deixou-nos uma instituição única que agora se encontra em muito boas condições e em excelentes mãos para continuar a desenvolver os seus 3 grandes pilares: a investigação, conservação do património e a divulgação de ciência.
Foi um prazer poder ser seu amigo, ensinou-me que acima de tudo estão as pessoas e que a ciência deve servir todos e não apenas uma classe de iluminados.
As suas qualidades humanas superavam qualquer outro aspecto da sua personalidade, foi um verdadeiro líder.
Moçambique perdeu um gigante mas a sua obra fica.
Obrigado por tudo Luís, continuaremos a desenvolver a ciência em Moçambique, essa é a melhor homenagem que te poderá ser feita.
Formado em Geologia pela Universidade Eduardo Mondlane foi director do Museu Nacional de Geologia. Liderou diversas iniciativas e projectos para o estudo das gemas, recursos minerais e paleontologia nacional. Descreveu por exemplo a primeira espécie de vertebrado fóssil autóctone de Moçambique, a: Niassodon mfumukasi (= a rainha do Niassa).
Apostou sempre na formação de todos os que trabalhavam com ele e estabeleceu inúmeras parcerias internacionais. Em Portugal colaborou com diversas instituições, desde o Museu da Lourinhã, Fundação Calouste Gulbenkian, Universidade do Minho, Instituto Superior Técnico, Instituto Gulbenkian de Ciência, Geoparque Arouca, entre outras.
Luís Costa Júnior, em visita ao Museu da Lourinhã (2012) |
Sem preconceitos, desenvolveu esforços para unir a CPLP num bloco económico que soubesse utilizar os recursos geológicos comuns como forma de influenciar e promover o desenvolvimento em diversos países.
Lembro-me de me dizer recorrentemente que as reservas de petróleo, gás natural, carvão e pedras preciosas que existem na CPLP são mais do que suficientes para poder mudar muita coisa no tabuleiro geopolítico internacional. A CPLP possui recursos naturais que devem ser só superados pela OPEP. Quantos de nós já se atreveram a pensar que a CPLP pode um dia ditar o preço do petróleo?
Ao longo dos últimos anos tive a oportunidade de poder conhecê-lo bem.
Era um gigante.
Tinha visão, inteligência, e uma generosidade incomuns.
O seu projecto para a promoção, investigação e conservação da geologia moçambicana representa hoje em dia um exemplo típico de uma abordagem moderna alicerçada no desenvolvimento sustentável da ciência num país como Moçambique.
Sabia o que o seu país necessitava e conhecia a forma de chegar lá. Acreditava nos projectos em que se envolvia e confiava na sua equipa sendo sempre leal com todos. Apoiou e garantiu financiamento para que a maior parte dos seus trabalhadores pudessem estudar no estrangeiro.
O Museu Nacional de Geologia era a sua casa. Deixou-nos uma instituição única que agora se encontra em muito boas condições e em excelentes mãos para continuar a desenvolver os seus 3 grandes pilares: a investigação, conservação do património e a divulgação de ciência.
Foi um prazer poder ser seu amigo, ensinou-me que acima de tudo estão as pessoas e que a ciência deve servir todos e não apenas uma classe de iluminados.
As suas qualidades humanas superavam qualquer outro aspecto da sua personalidade, foi um verdadeiro líder.
Moçambique perdeu um gigante mas a sua obra fica.
Obrigado por tudo Luís, continuaremos a desenvolver a ciência em Moçambique, essa é a melhor homenagem que te poderá ser feita.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Ovos e Embriões Fósseis da Lourinhã, a sua Evolução e Charles Darwin
Decorreu no passado fim de semana mais uma acção de divulgação de ciência focada na temática da Evolução e Paleontologia.
Falou-se muito de fósseis, de evolução das espécies e do fundador da teoria de evolução por selecção natural: Charles Darwin.
O Museu da Lourinhã esteve representado pelo seu paleontólogo Rui Castanhinha, doutorado em Biologia Evolutiva e especialista em embriões fósseis.
Carlos Marques da Silva e Rui Castanhinha, os dois palestrantes no dia dedicado à Paleontologia |
Esta atividade teve lugar em Oeiras na Exposição a "Viagem de Darwin" e conta com o apoio da Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.
A exposição encontra-se patente no Templo da Poesia (Parque dos Poetas) em Oeiras e conta com o GEAL- Museu da Lourinhã como instituição parceira. Foi precisamente para inaugurar as intalações do magnífico edifício que a acolhe, que a Câmara Municipal de Oeiras encetou esforços para a montagem desta exposição.
Importa salientar que a grande maioria das peças agora expostas correspondem ao espólio da maior exposição temporária que alguma vez teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian: "A Evolução de Darwin". Ultrapassou os 160 mil visitantes em apenas 4 meses!
Essa exposição decorreu em 2009, no ano Darwin, e comemorou os 150 anos da publicação da "Origem das Espécies" e o bicentenário do nascimento de Charles Darwin. Teve ainda a particularidade de ter sido nesse ano a maior exposição do mundo dedicada ao naturalista inglês.
Notícias da altura aqui:
A exposição andou em digressão entre várias cidades em Espanha e Portugal e encontrou por agora a sua "casa" em Oeiras.
O Museu da Lourinhã emprestou um dos seus ninhos de ovos de dinossauros que se encontram em estudo para que pudesse ser exposto e contou agora com uma palestra sobre ovos de dinossauros da Lourinhã e a sua evolução.
O título foi "Ossos duros de estudar: os embriões de dinossauros depois da evolução de Darwin".
Teve ainda lugar no mesmo dia uma outra palestra dada pelo Professor de Paleontologia da Faculdade de Ciências, o Doutor Carlos Marques da Silva com o título: "Geologia, uma paixão de Darwin"
No final os dois paleontólogos ficaram a responder a questões do público de todas as idades.
O ciclo de palestras continuará nos próximos meses e pode ser consultado aqui:
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