segunda-feira, 22 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Não vão ver







Só não saí a meio por que não calhou...
...um dos piores filmes dos últimos tempos.

Básico, primário, infantil e até estúpido. Trata o espectador como uma besta acéfala.
Resumindo uma desilusão.
Se gostam de filmes sem nenhum conteudo e só com violência bruta (desculpem o pleonasmo), então este é um filme para vocês.

Caso contrário nem metam lá os pés!

quinta-feira, 18 de março de 2010

quinta-feira, 11 de março de 2010

Carta Aberta

Caros Deputados Portugueses:

Venho por este meio manifestar o meu apoio ao protesto que decorrerá hoje por volta das 17:30 em frente à Assembleia da República Portuguesa.
É realmente preocupante a falta de sensibilidade deste governo para poder apostar nos bolseiros de investigação no nosso país.
Aqueles que serão os sábios do futuro não recebem os apoios devidos e não vêm as suas bolsas aumentadas há quase uma década. A caricata situação de termos que assinar um contracto de exclusividade sem termos nenhum emprego efectivo, torna tudo ainda mais grave. Urge mudar a situação.
É da mais elementar justiça que a oposição actual não se demita das suas funções e force uma mudança neste cenário. Que não se oiçam desculpas por estarmos em crise, é precisamente em tempos de crise que a justiça não deve ser esquecida.



Um bolseiro de Doutoramento,

Rui Castanhinha

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aos professores

Transcrevo o convite da Ana aos professores... venham daí!



Caros Professores,

Vimos por este meio lembrar da próxima conversa da série Biologia dos Tempos Modernos - uma série de seminários informais por investigadoes do Instituto Gulbenkian de Ciência, destinados a TODOS os professores do ensino básico e secundário.

O objectivo destes seminários (ou conversas, como preferimos chamar-lhes) é de aproximar os professores da investigação biomédica de excelência internacional, apresentada por alguns dos melhores cientistas a trabalhar em Portugal.

As sessões terão início pelas 14:30, no Auditório Ionians (por cima do refeitório do IGC), em Oeiras (Rua da Quinta Grande, 6 - vejam como chegar ao IGC em http://www.igc.gulbenkian.pt/node/view/17).

27 Novembro 2009 - A Biologia Evolutiva no tempo de Darwin e hoje
Élio Sucena (IGC) - A evolução da forma: de Darwin ao DNA
Rui Castanhinha (IGC e Museu da Lourinhã e Monitor da exposição 'A Evolução de Darwin' da Fundação Calouste Gulbenkian) - Título a confirmar

O número de participantes é limitado a 100, sendo seleccionados por ordem de inscrição.
A inscrição deverá ser enviada para agodinho@igc.gulbenkian.pt, com indicação 'Biologia dos Tempos Modernos' no Assunto.

Convidamo-vos a enviarem questões ou tópicos que gostariam de ver abordados em sessões futuras. Recordo que as sessões se realizam mensalmente, na última Sexta-feira do mês.

Aceitam-se inscrições de professores de outras áreas científicas (ex: matemática, física, química) assim como das humanidades e ciências sociais.

Com os melhores cumprimentos
Ana Godinho

segunda-feira, 27 de julho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sexo, Dinossauros e Darwin


Sendo 2009 o ano Darwin muito já se tem dito sobre o que o próprio escreveu acerca de imensa coisa, mas sobre dinossauros é muito escasso o material existente.
Aqui vos deixo uma passagem do livro The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex publicado em 1971. Esta obra teve felizmente uma novissima edição em Português que foi traduzida pela minha colega Susana Varela. É um excelente livro histórico que vale a pena conhecer. Foi precisamente em 1971 que Darwin apresentou uma outra ideia absolutamente revolucionária: a Selecção Sexual. Pensar-se que as escolhas sexuais dos seres vivos poderiam desempenhar um papel fulcral na evolução de estruturas complexas ou extremamente bizarras era, sem sombra de dúvidas, algum de novo e mais uma vez foi um um choque tremendo. Lembem-se que o sexo foi (quase) sempre um tema tabu nas nossas sociedades ocidentais. A Inglaterra victoriana não era excepção, e vir dizer que quem tem o papel mais importante na escolha sexual é a fêmea... era, no mínimo, complicado. Charles Darwin sempre foi um homem do seu tempo nos costumes, mas quanto às suas ideias ciêntíficas esteve quase sempre à frente de todos os outros, é o melhor exemplo que conhecemos para provar que não é necessário ser-se excêntrico para se ser genial. E como qualquer cientista do seu tempo tambem se interessou por dinossauros, reparem então no que ele escreveu:

« Sabe-se que existiram, ou que ainda existem, grupos de animais que servem para ligar, com maior ou menor intensidade, várias das grandes classes de vertebrados. Vimos, por exemplo, que o ornitorrinco passa gradualmente para o lado dos répteis; e o Professor Huxley descobriu que os dinossauros estão, em muitas características importantes, numa posição intermédia entre certos répteis e certas aves – facto que foi confirmado pelo Sr. Cope e outros –, as quais pertencem à tribo das avestruzes (que evidentemente também são o último vestígio amplamente difundido de um grupo outrora mais vasto) e ao arqueoptérix, estranha ave secundária, com uma longa cauda semelhante à de um lagarto. Além disso, e de acordo com o Professor Owen, os ictiossauros – grandes répteis marinhos providos de barbatanas – apresentavam várias afinidades com os peixes, ou melhor, segundo Huxley, com os anfíbios; que são uma classe que, por incluir na sua divisão mais avançada as rãs e os sapos, é manifestamente aparentada com os peixes ganóides. Estes últimos abundavam durante os primeiros períodos geológicos, e eram formados segundo aquilo a que chamamos modelo generalizado, isto é, apresentavam diversas afinidades com outros grupos de organismos. O Lepidosiren, por exemplo, está tão intimamente ligado aos anfíbios e aos peixes que os naturalistas debateram longamente para decidir em qual destas classes o colocar; tanto ele como alguns peixes ganóides foram preservados de uma completa extinção por habitarem em rios que funcionam como pequenos portos de refúgio, visto que estão ligados às grandes águas dos oceanos da mesma maneira que as ilhas estão ligadas aos continentes. » Citação do livro "A Origem do Homem e a Selecção Sexual" de Charles Darwin, cap. 6, página 182.



É reconhecido todo o mérito aos paleontólogos Richard Owen e Edward D. Cope o facto de já se considerar a hipótese de que as aves e os dinossauros estavam mais realicionados do que à primeira vista se poderia pensar. A ideia não era de Darwin, mas é de facto muito engraçado pensarmos que tamanha beleza e complexidade nas formas possa ser tão semelhante na sua origem.



Obrigado à Susana Varela por ter alertado para esta passagem.

domingo, 22 de março de 2009

imagens e direitos

Há coisas transversais em toda a ciência, não é só o empirismo, a reproducibilidade, a universalidade e essas coisas... o cientista é também um ser territorial. Quem já não ouviu falar das disputas de autoria de certos teoremas matemáticos? Quem já não ouviu falar do espanto que Darwin sentiu quando recebeu a carta de Wallace, alegando que tinha tido uma ideia semelhante? Na paleontologia passa-se o mesmo... quem descreveu primeiro o espécime, quem teve primeiro uma dada ideia, tudo isso conta; e até certo ponto com uma certa razão de ser. No entanto, há alturas em que isto se torna absolutamente ridículo. Por exemplo, se formos às reservas do Natural History Museum em Londres e se fotografarmos os espécimes temos de previamente assinar uma declaração de forma e não usamos as fotografias para mais nada a não ser uso próprio para fins científicos... Ora, isto tem algum cabimento? Teria se os fósseis ainda não tivessem sido publicados, mas acontece que muitos deles não foram tocados desde quase do tempo de Darwin, ainda nem a Teoria da Relatividade tinha sido inventada, nem a bomba atómica, nem existia Internet, nem computadores sequer. O que acontece actualmente é que o acesso aos espécimes é actualmente extremamente difícil. E depois há outra questão, é que muitas vezes quando os paleontólogos não publicam (ou demoram a publicar - dizem eles) ficam como que detentores dos espécimes e não deixam que ninguém lhes toque... Existe um episódio
engraçado que nos foi contado pelo nosso colega Jesper Milàn: havia um qualquer paleontólogo na Dinamarca que tinha a seu cargo o estudo de uma colecção de peixes. Mas a colecção tardava a ser estudada e o tal senhor mantinha religiosamente guardados os seus peixinhos trancados num armário... ai de alguém que ousasse só pensar em olhar para o armário!! E bom, o tempo foi passando... e passando... até que o homem morreu e os peixinhos nunca viram a luz da ciência porque se mantiveram bem arrumadinhos e empacotadinhos no armário. Como é que isto é possível? Não sei até que ponto o direito ao estudo pode substituir o direito ao conhecimento universal!

Há solução para este problema? Claro que sim. Basta pensarmos um pouquinho para podermos encontrar várias soluções. E parece por demais óbvio, que não devia ser necessário fazer uma longa viagem à China com uma pesada máquina fotográfica e tripé às costas, para podermos ter acesso, a fotografias de qualidade de fósseis que estejam nos museus do Império do Meio. No século das novas tecnologias e da Internet todos nós partilharmos informação e imagens apenas através de um clique. São milhões e milhões os jovens que partilham imagens e textos sobre si mesmos descrevendo os mais ínfimos detalhes pessoais. Quem não conhece os Hi5, os Orkut e os Facebooks por aí fora...?
Naturalmente, surge uma questão, não podemos fazer a mesma coisa com espécimes de animais importantes? E a resposta é um rotundo sim! Não é preciso ser um génio para o fazer, mas a ideia é de facto genial e ao construirmos bancos de dados online com informação morfológica vamos poder trocar dados muito rapidamente e todos os especialistas terão a vida extremamente facilitada.
Lembrem-se que quem faz anatomia comparada necessita de, como é óbvio... comparar!
A ideia deve ter começado com os bancos de genes online. Ou seja quem mapeava uma parte do genoma de um organismo colocava essa informação (depois de devidamente publicada numa revista da especialidade) online, para todos saberem o que tinha sido descoberto e não perderem tempo a mapear as mesmas partes do genoma dos mesmos organismos... há outras vantagens como permitir que se estudem centenas de genes de centenas de organismos simultâneamente. Já pensaram no poder de análise que conseguimos se todos partilharem os seus resultados? É um pequeno passo para o homem... mas um enorme salto para a Ciência. Nasceu assim o GenBank! Nunca, em toda a história do planeta, tivemos tantas mentes brilhantes a fazer ciência e simultâneamente! E ainda por cima com as melhores ferramentas informáticas e tecnológicas de sempre. O meios nunca foram tão poderosos e nunca tivemos tantos humanos a utilizar esses recursos para conhecermos o mundo.

Por isso, apoiamos com total firmeza iniciativas como o Morphbank ou o Morphobank (sic!). Explorem-nos, usem e abusem deles!
E que o conhecimento científico não permaneça arrumadinho em armários, mas sim livre a todos os que o queiram conhecer e estudar. Cresça floresça e caminhe esta nova ferramenta ao dispor dos sábios do nosso tão precioso mundo.



Este post foi escrito em parceria com Ricardo Araújo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

À conversa com...

Vale a pena ver as declarações de um padre católico sobre a Evolução.
Num ano em que se discute tanto a teoria proposta por Darwin e Wallace em 1958, não poderia estar mais de acordo com todas as frase proferidas por este Jesuíta.
Uma lição de humildade e sabedoria comum à ciência e ao cristianismo.



Enormes são as críticas que se podem fazer, mas neste aspecto, somos usualmente muito ignorantes sobre a posição da Igreja. O resultado é, normalmente, colocar todos os religiosos no mesmo saco. Infelizmente somos assim...
Por favor, não percam o resto da entrevista que está disponível no youtube!





Publicado simultaneamente no Lusodinos